capítulo 72

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Me viro rapidamente para ver o rosto da voz familiar, dizem que a morte tarda mas não falha, porém agora ela foi bem rápida.

— que diabos você quer? — meu dia já não estava sendo dos melhores e ainda recebo a péssima visita da Morte.

— eu vim dizer que ganhei.

— ganhou o que? Um Donut? — falo jogando um Donut que estava na mesa de um cliente na cara da Morte.

— ei você tá maluca? — fala tirando a cobertura de geleia que havia grudado no rosto repugnante.

— sinceramente eu já tô me questionando se enlouqueci. — falo cruzando os braços e balançando a cabeça.

— você é esquisita demais, credo.

— não vi novidade nenhuma. Mas você veio até aqui só dizer isso?

— eu já disse que vim aqui dizer que ganhei, eu avisei que você iria namorar o garoto por pouco tempo, pois ele não devia estar vivo.

— eu vou recuperá-lo, você verá.

— eu duvido muito disso, adeus garotinha agora só irei te ver o dia que morrer e garanto que vou ficar muito feliz quando isso acontecer.

— espera, você sabe me dizer por que eu não lembro dos últimos anos?

— por que isso devia acontecer.

A nuvem de fumaça aparece ficando densa até a Morte desaparecer completamente e tudo voltar ao normal, alguns clientes fugiram assustados e outros parecem estar em estado de choque após o que acabaram de presenciar. Volto a me sentar esperar meu Donut que chega quase que imediatamente.

— está aqui querida, o pagamento é agora ou vai querer mais algo? — Agnes fala colocando o prato à minha frente, sorrio genuinamente, pois estou com fome.

— põe na conta do meu muito prestativo pai, Reginald Hargreeves. Aliás, sabe me dizer que dia é hoje?

— hoje é dia 23 de março de 2019. — ela fala um pouco confusa.

— obrigada Agnes.

Observo o movimento dos carros enquanto como o Donut me sujando toda. Nisso uma ideia surge a minha mente, eu poderia tentar entrar em contato com a comissão atrás de respostas e isso seria simples se eu conseguisse usar meus poderes direito para ir até lá. Decido fazer isso no dia seguinte, hoje vou descobrir sobre a minha atual vida, pego um táxi até a casa de Lizzie que está cortando algumas flores no jardim.

— oi Liz. — falo me teleportando da rua para perto dela.

— ah olá, já voltou? Achei que fosse demorar mais. — ela fala colocando as rosas cortadas dentro de uma cesta.

— também achei que seria mais demorado, porém meu pai foi o ignorante de sempre, ir até ele foi totalmente inútil. — falo frustrada.

— bem, podemos ir atrás de algum dos seus irmãos.

— acho que eles não devem saber de nada, senão já teriam me procurado. Que pelo que percebi há algumas pessoas que sabem que voltei somente agora.

— como assim?

— se você é minha melhor amiga eu devo ter te contado sobre as visitas e ameaças da Morte contra mim e Five.

— contou sim, e o que tem isso?

— ela me visitou hoje pra jogar na minha cara que ganhou.

— nossa que escrota, e o que você fez perante a isso?

— nada, não há o que fazer, mas perguntei o por que eu não lembro dos últimos anos e ela me respondeu que isso devia acontecer, estranho né?

— estranho até demais. Eu pensei em algo agora, você já tomou seus remédios?

— isso foi uma piada? Se for é de péssimo tom.

— não, não, você toma remédios mesmo, todo dia e nunca se esqueceu deles, porém ontem você veio dormir aqui em casa e não me lembro de você ter tomado.

— eu nunca tomei remédios controlados em toda a minha vida, a quanto tempo você sabe que eu os tomo?

— desde os 16 anos, e se esses remédios que te faziam esquecer de tudo?

— quem me receitou eles?

— seu pai.

— com certeza esses remédios não são simples remédios.

— vamos atrás dele de novo, só preciso passar deixar essas flores no seu estúdio.

— eu tenho um estúdio, que legal.

— sim, vamos até lá?

— eu estava mesmo disposta a conhecer essa minha vida de agora, vamos lá e depois passar conversar com o velho.

Uɴғᴏʀᴇsᴇᴇɴ || Five Hargreeves Where stories live. Discover now