Capítulo Um

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Me encontrava perdida em pensamentos

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Me encontrava perdida em pensamentos.... Isso me angustiava e afligia profundamente. Parecia que sempre que eu lembrava que poderia me entregar a sentimentos bonitos novamente, algo me prendesse e me fizesse recuar.
Sou arrancada desses pensamentos conflitantes ao ouvir o bip de meu celular, notificando a mensagem de Henrique, agora meu namorado, avisando que logo passava para me buscar e irmos almoçar juntos. Era uma tarde de sábado, estava acabando de me arrumar, havia optado por uma calça branca, uma blusa T-shirt com uma estampa belíssima de uma mulher com cabelo black, bem parecido com o meu por sinal, que nesse momento estava trançado e muito bem arrumado, devido ao dia anterior no salão com Sophie, minha melhor amiga.
-Camille meu amor, o Henrique chegou. -chama minha mãe da sala.
Finalizo minha arrumação com um par de brincos em formato de estrela juntamente com um colar, um par muito bonito que eu havia ganhado de meu chefe-agora pai-Renato.
-Tô indo. -respondo, pegando minha bolsa sobre a cama e saindo, batendo a porta do meu quarto, e caminhando para sala, onde encontro Henrique sentado no sofá conversando com minha mãe.
Minha casa sempre foi uma casa humilde, e nada extravagante ou chique, apesar de morarmos em um bairro seguro, havia uma sala, uma cozinha pequena, banheiro e dois quartos, meu e de minha mãe, que morávamos juntas desde que me lembro. Nossa casa era aconchegante e vivíamos muito bem, minha mãe era apaixonada por quadros pela casa inteira, e logo ali na sala isso era bem nítido, quatro quadros estavam espalhados pelo ambiente, o tornando ainda mais bonito e acolhedor. Eu gostava de minha casa, e não me imaginava vivendo em qualquer outro lugar.
-Olá meu amor. -cumprimenta Henrique, levantando do sofá e estalando um beijo em minha bochecha, sorrio com seu gesto, pois sabia perfeitamente o quão tímido ele ficava na frente de minha mãe. Eu e Henrique estávamos namorando há apenas seis meses, eu era feliz ao seu lado, apesar de muitas vezes tentar bloquear meus sentimentos, por puro medo de tudo desandar, novamente. Eu sabia muito bem a dor que era ter seus sentimentos machucados por alguém que você queria tão bem.
-Oi Henrique. -respondo enquanto sorrio em sua direção, mamãe que logo levanta-se do sofá, se encaminha para a cozinha no intuito de nos dá privacidade, pois ela sabia tanto quanto eu como Henrique era tímido e respeitador em sua presença, ou até mesmo embaixo de seu teto.
-Você dormiu bem? -pergunta ele, sempre atencioso.
-Feito um anjinho e você? -pergunto, tentando ser tão carinhosa quanto ele tem sido comigo.
-Muito bem também. -responde sorrindo.
-Então vamos, quero aproveitar o dia que parece estar belíssimo. -digo o puxando para fora de casa.
-Tchau mamãe, até mais tarde. -grito ao fechar a porta trás de mim, e me encaminhando até o carro de Henrique, que entrelaça seus dedos nos meus por alguns segundos até chegarmos ao carro, quando ele solta minha mão por alguns instantes, até estarmos acomodados dentro do carro, e ele novamente põe sua mão sobre a minha enquanto dirige, e vez ou outra me olha com um sorrido radiante em seus lábios, sorrio de volta com o coração aquecido, mas ainda sim com o bloqueio que não me permite sentir verdadeiramente sem medo de me machucar novamente.

Estávamos muito bem acomodados em um dos meus restaurantes favoritos do Rio, por ser um lugar aconchegante e acolhedor, papel de parede com uma estampa belíssima representando o espaço, eu amava cada detalhe daquele lugar, desde as mesas muito bem...

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Estávamos muito bem acomodados em um dos meus restaurantes favoritos do Rio, por ser um lugar aconchegante e acolhedor, papel de parede com uma estampa belíssima representando o espaço, eu amava cada detalhe daquele lugar, desde as mesas muito bem localizadas e suas toalhas com estrelinhas por todo lado, quem me conhecia sabia que eu tinha uma queda por estrelas e pelo espaço, não era atoa que um de meus livros prediletos era "A culpa é das Estrelas".
-Como está sua mãe, de verdade Camille? -pergunta Henrique lentamente, sabendo que esse era um dos assuntos que mais me abalavam, a saúde de minha mãe, ou no caso, a falta de saúde da mesma. Minha mãe havia sido acometida de câncer a um tempo atrás, e desde então víamos lutando pela sua recuperação, na verdade estávamos tentando fazer com que o bendito câncer não se espalhasse ainda mais, algo muito difícil no estado que a doença se encontrava agora, eu nem gostava de pensar no assunto.
-Ela anda se queixando ultimamente das fisioterapias, diz que está acabando com ela, "as malditas mais me fazem mal que bem!" Palavras dela. -respondo cabisbaixa.
-Sinto muito meu amor. -diz Henrique pegando minha mão por cima da mesa, tentando a todo custo me consolar. -vai dá tudo certo, saiba que eu estou aqui com você.
-Eu sei, e te agradeço muito por isso.
Nosso almoço chega, e o assunto delicado que tanto me assusta é esquecido, e agradeço mentalmente por isso, pois era algo que eu não estava sabendo lidar ultimamente.
-Mas me diga, quais são as suas novidades Henrique? -pergunto, querendo de fato saber como andava sua vida, não nos víamos a quase uma semana, pois o trabalho dele, como cuidador de Gabriel, meu irmão, era muito puxado. Gabriel havia sofrido um acidente a mais ou menos um ano que o havia deixando paraplégico, e Henrique hoje em dia era suas mãos e pernas.
-Ah, creio que não comentei contigo... Meu primo está vindo para o Rio, depois de muito tempo nos Estados Unidos. Noah é bem problemático sabe, passou por uma fase bem difícil um tempo atrás e tá voltando agora, inclusive vai participar dos grupos de apoio que você frequenta. -estou comendo quando ouço o nome tão familiar, de uma pessoa que muito me machucou no passado, engasgo com a comida que estava em minha boca, fico vermelha, e por ser negra é algo raro, tusso muito, tentando fazer a comida que entalou em minha garganta descer.
-Você tá bem amor? -pergunta Henrique, levantando da cadeira e vindo me socorrer.
-Sim sim, estou bem agora. Só me engasguei um pouco... -digo recuperando a voz.
Não seria possível ele estar falando do mesmo Noah.
-Então seu primo está voltando dos Estados Unidos, qual é mesmo o nome dele? -pergunto, voltando ao assunto, tentando ver se de fato entendi direito.
-Exatamente, é Noah...Um cara muito bacana amor, você vai gostar de conhecer ele, afinal irão juntos as reuniões. -responde sorrindo.
Estou frequentando grupos de apoio desde o meu sequestro a cerca de 6 meses atrás. Quando um dos sócios de seu Renato me sequestrou, junto de Samantha, uma das funcionárias da empresa. Desde então venho frequentando esses grupos, juntamente com acompanhamento psicológico.
-Entendi. Fico feliz que ele esteja se reerguendo. -digo tentando demostrar casualidades, quando por dentro meu coração martela minhas costelas, com o simples fato de pensar nesse nome e no que a pessoa que o possuí causou em minha vida.
Quais eram as chances de se tratar da mesma pessoa? Não era possível!
Era o que meu coração ferido queria acreditar a todo custo.

Outra Vez Você - Duologia (Livro Dois)Where stories live. Discover now