Capítulo Cinco

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—Você não vai atrás dela, assunto encerrado Noah! —diz minha mãe, elevando a voz, coisa que raramente acontece por ela se achar elegante demais para tal

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Você não vai atrás dela, assunto encerrado Noah! —diz minha mãe, elevando a voz, coisa que raramente acontece por ela se achar elegante demais para tal.

—Claro que eu vou. Ela é minha namorada, e tá muito magoada agora, eu preciso me explicar.

—O quê diabos se passa em sua cabeça ao ir atrás daquela...Aquela negra, meu filho eu não te criei para descer tão baixo. —Meu sangue ferve quando ela pronuncia essas palavras, eu sempre notei o lado de minha mãe um pouco esnobe, mas nunca me passou pela cabeça ela ser assim, racista, era pesado demais pra eu lidar com essa situação agora.

Entretanto, eu não podia deixar que ela falasse assim da minha namorada, mas quando abro a boca para defender minha amada, ouço um choro sufocado, um soluçar angustiado chega aos meus ouvidos, e quando me viro, vejo Camille na porta da minha sala, ela havia acabado de escutar o que minha mãe falou! Mas que droga!

E antes que eu consiga dizer qualquer coisa, vejo ela correr novamente, para longe de mim, mas dessa vez eu vou atrás dela, não poderia permitir que ela achasse que eu não a amava, por que eu amava e muito, Camille não iria escapar dessa vez...Ela precisava me ouvir.

Antes que eu possa alcança-la, escuto minha mãe chamar por mim, correndo em minha direção...

Ouço o barulho de pneus cantando no asfalto, um carro freia bruscamente, o barulho de pancada é alto e ao olhar para trás me deparo com minha mãe rolando sobre o asfalto quente.

Ouço meu celular tocar insistentemente, saio do banho com a toalha amarada em minha cintura, pego o celular que ainda toca quando olho para o visor, que indica uma chamada de Henrique

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Ouço meu celular tocar insistentemente, saio do banho com a toalha amarada em minha cintura, pego o celular que ainda toca quando olho para o visor, que indica uma chamada de Henrique.

—Fala mano. —atendo, sentando em minha cama.

—Noah, vamos almoçar juntos hoje? —convida, em tom animado do outro lado da linha.

—Beleza. Vou só acabar de me vestir, sai do banho agora. —respondo, colocando a chamada no viva voz e deixando a toalha cair no chão, ao pegar uma cueca box no meu guarda-roupa.

—Certo. Me poupe dos detalhes, eu não preciso imaginar você pelado nesse momento, não enquanto tomo meu suco... —reclama ele em tom divertido me fazendo soltar uma sonara gargalhada.

—Valeu irmão, passa o endereço, que daqui a pouco eu chego. —respondo, enquanto ouço, vestindo minha camisa, algo relacionado a namorada estar presente, por mim não havia nada demais, então digo apenas;

—Tudo bem. Até mais.

Após desligar a chamada passo perfume, escovo meus dentes e pego a chave do meu carro na mesa de centro da sala do apartamento de Henrique, que por sinal não aparece já tem dois dias, ligou apenas hoje convidando para um almoço que não tive como recusar, afinal comeria fora de qualquer forma.

Ao chegar no local enviado por Henrique pelo GPS, desligo meu carro, e caminho calmamente em direção ao restaurante onde estacionei

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Ao chegar no local enviado por Henrique pelo GPS, desligo meu carro, e caminho calmamente em direção ao restaurante onde estacionei...A poucos metros de mim avisto meu primo, e ao seu lado está ela, paro imediatamente me perguntando o que diabos ela estaria fazendo ali, do lado do Henrique. É quando vejo o beijo do casal a minha frente que minha ficha finalmente cai...A namorada do Henrique é a Camille, a minha Camille! Corrigindo; a que um dia foi minha Camille agora nos braços de ninguém menos que meu primo.

Me aproximo do casal apaixonado e então sou notado.

Camille é a primeira a olhar em minha direção, e quando seus olhos encontram com os meus a sensação de que eu cometi um erro enorme no passado me atinge. Eu fui estúpido demais de deixar a mulher que eu amava partir!

Henrique nota minha presença e logo acena em minha direção, enquanto sua namorada apenas abaixa a cabeça, como se não pudesse mais me encarar, acredite, eu te entendo minha pequena.

—Olha quem chegou amor... —fala Henrique animado, com um sorriso de orelha a orelha. —Noah, essa é a Camille, minha namorada...Camille, Noah é meu primo, mas é mais chegado que irmão na verdade.

—Oi Camille. —respondo segurando em sua mão, que rapidamente se desvencilha da minha, me lançando um sorriso amarelo.

—Bem vindo ao Rio, Noah. —diz ela. Como eu pensei, ela vai agir como se não me conhecesse. E talvez essa seja a melhor opção, se não a única que temos no momento. Henrique é meu primo, e amigo, não gostaria de magoar ele, mesmo que seja com uma história do passado, talvez ainda doa nela, sei que em mim ainda resta mágoa então, não posso julgar se ela optou por não falar nada ao Henrique, a escolha é dela, como sempre foi, mesmo quando fugiu sem me deixar explicar qualquer coisa.

—Obrigada. Mas na verdade já morei aqui, alguns anos antes. —respondo, avaliando sua expressão, que não altera em nada ao me ouvir mencionar tal fato, que ela sabe.

—Certo, que tal entrarmos? —chama Henrique, pegando na cintura dela, não consigo não notar esse gesto tão íntimo, que hoje deveria ser eu que estaria o realizando. Trinco os dentes, como pode depois de tanto tempo ela ainda causar esse efeito sobre mim? É o que me pergunto ao seguir Henrique e Camille, sua namorada, a mulher que um dia eu amei, para dentro do restaurante. Certamente essa tarde seria bem longa, não sei se eu estava preparado para lidar com fantasmas que até hoje ainda me assombravam, mas eu não tinha opção tinha?

Outra Vez Você - Duologia (Livro Dois)Where stories live. Discover now