Capítulo Dois

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Acordo muito bem disposta na manhã de segunda feira, o final de semana foi incrível e eu me encontrava energizada para mais uma semana de trabalho

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Acordo muito bem disposta na manhã de segunda feira, o final de semana foi incrível e eu me encontrava energizada para mais uma semana de trabalho. Levanto de minha cama, separo minha roupa; uma calça jeans, juntamente com uma blusinha de manga, sapatos confortáveis e meus adorados brincos de estrelas.
Após tomar meu banho e me arrumar, saio de meu quarto a procura de minha mãe, que sempre levanta antes de mim para preparar nosso café da manhã. Entretanto quando eu chego na cozinha não a encontro em lugar algum, vou até a porta de seu quarto e bato, aguardo, quando ouço ela dizer, com uma voz fraquinha;
-Entre querida. -abro a porta, para encontrar mamãe deitada sobre sua cama, em posição fetal, parecendo mais abatida que todos os outros dias.
-O que houve mamãe? -pergunto, ajoelhando ao seu lado na cama.
-Ah filha, não me sinto muito bem hoje, mas não se preocupe, logo passa. Desculpe, mas... -diz ela, lentamente, puxando o fôlego. - ...Não consegui preparar seu café da manhã hoje.
-Não mãe, não se preocupa com isso, eu me viro, só descansa tá? - ela apenas confirma com a cabeça enquanto me debruço e deposito um beijo em sua bochecha, puxo o lençol para cobri-la, mamãe fecha os olhos e eu saio do quarto, fechando a porta lentamente.
Eu fico tão preocupada e angustiada ao ver minha mãe desse jeito, queria realmente poder fazer mais por ela, mas sei que já faço a única coisa que posso; trabalhar para pagar seu tratamento. Apesar de ultimamente seu Renato ter ajudado bem mais, eles parecem se entender bem, por vezes pego-os como dois adolescentes apaixonados, hoje em dia fico feliz ao ver que mamãe se sente bem ao lado dele, mas no início foi difícil de aceitar. Foi duro saber que boa parte de minha vida se resumiu a uma mentira, e a outra parte dela a ilusão.
Desvencilho de meus pensamentos que insistem em se prender ao passado e preparo uma torrada para meu desjejum. Como rapidamente, com uma xícara de café recém saída da maquina e logo estou de saída, para mais um dia na empresa, empresa na qual ironicamente meu pai é o dono.

Estou em minha pausa de almoço, junto da minha melhor amiga Sophie, então namorada de Gabriel, meu "irmão", ainda estava me acostumando com a ideia, mas seria sempre grata a ele pelo que fez por mim no dia do sequestro

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Estou em minha pausa de almoço, junto da minha melhor amiga Sophie, então namorada de Gabriel, meu "irmão", ainda estava me acostumando com a ideia, mas seria sempre grata a ele pelo que fez por mim no dia do sequestro.
Olho para Sophie, que sorri radiante enquanto me conta sobre o fim de semana dela e do Gabe.
-...E ai quando eu achava que as surpresas haviam acabado, chega vários homens tocando e cantando no parque, eu só conseguia rir, achei o gesto muito romântico, mas fiquei tão envergonhada Camille. - finaliza ela, rindo, e eu acompanho.
-O Gabs gosta muito de você amiga, faz essas loucuras assim, sem motivos, apenas para demonstrar os sentimentos que, como você sabe ele tem dificuldade em fazê-lo. -digo, dando um crédito para ele, ainda rindo.
-Ah sim, verdade. Mas e você e o Henrique, como estão? -pergunta ela realmente interessada.
-Tá tudo bem, o Henrique é atencioso, carinhoso, eu não tenho do que reclamar.
-Hum, apenas ainda não consegue se entregar totalmente né amiga? -pergunta ela, a única que sabe de fato sobre o "romance" que vivi no meu passado, que deixou uma ferida profunda em meu peito.
-Sim, eu ainda não consigo. Mas não é como se eu não tentasse Sophie. -explico, querendo que ela compreendesse meu lado.
-Sim, eu sei amiga. Não deve ter sido nada fácil. -diz, se solidarizando com minha dor. -vai dá tudo certo, um momento ou outro essa dor vai desaparecer de vez.
-É, claro. -digo casualmente, sabendo que não era algo assim tão simples.
Voltamos para a empresa, e quando estamos aguardando o elevador, seu Renato se aproxima, provavelmente vindo de seu almoço também.
-Boa tarde garotas. -cumprimenta, se aproximando de nós duas.
-Boa tarde. -respondemos em uníssono.
-Hum, incrível essa sincronia das duas. -diz ele, rindo. -Ah Camille, esses brincos e colar ficaram perfeitos em você, acho que acertei na escolha.
-Sim, são lindos, obrigada. -respondo um pouco tímida.
-E como vai sua mãe? Não pude ir vê-las esse fim de semana. -pergunta, quando o elevador chega e ambos entramos.
-Hoje ela acordou um pouco indisposta, mas vai ficar bem logo. -digo, não querendo preocupa-lo.
-Hum, assim que acabar o expediente irei passar lá para ver como ela está, você não quer uma carona? -pergunta, enquanto saímos todos do elevador.
-Ah não, obrigada, hoje é dia de encontro do grupo de apoio. -respondo.
-Ahh, mas é caminho. Você vem comigo sim, te deixo lá e sigo para sua casa. -decreta ele por fim, eu apenas reviro os olhos e dou de ombros, ele rir sabendo como funciona meu temperamento.
-Impressionante como ele faz de tudo para te agradar. -comenta Sophie, quando seu Renato se afasta.
-Pois é, ele é um bom homem... -respondo, pois mesmo em meio as circunstâncias, os segredos e toda a sujeira do passado, ele fazia de tudo para se redimir e tenta corrigir um erro que não tinha correção.

Seu Renato estaciona o carro exatamente as 18h em frente ao prédio que eu frequento para minhas reuniões, que ocorrem nas segundas, quartas e sextas

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Seu Renato estaciona o carro exatamente as 18h em frente ao prédio que eu frequento para minhas reuniões, que ocorrem nas segundas, quartas e sextas.
-Obrigada pela carona. -respondo, destravando a porta do carro.
-Disponha, tenha uma boa reunião filha. -diz ele carinhosamente, apenas confirmo com a cabeça e desço do carro, caminhando em direção ao edifício a minha frente.
Encontro pessoas conhecidas na entrada e começamos a conversar, sobre como foi o fim de semana e assuntos aleatórios, todos são pessoas legais, e muitos passaram por traumas ainda mais difíceis que o meu, como a Denise que agora sorri para mim enquanto conta algo divertido, ela é uma mulher sofrida que passou por abuso sexual na infância, e quando casou seu marido a espancava, são casos assim que eu ouço aqui as vezes, e me fazem perceber que o que eu passei foi nada comparado a todas as outras pessoas que aqui estão.
Quando entramos, encontramos como todas as vezes cadeiras espalhadas em um círculo no centro do local, com um tapete enorme com uma estampa gigante de um coração, eu particularmente acho bizarro, mas provavelmente á quem goste.
Ali próximo também se encontra uma mesa, com alguns lanchinhos, biscoitinhos, café, chá e suco, para todos se servirem após a reunião.
Espero enquanto as outras pessoas então chegando, normalmente costumamos começar apenas às 18:30, mas como sempre venho do trabalho, chego pontualmente, hoje entretanto como vim de carro, terei que aguardar um pouco mais.
Enquanto sirvo suco de maracujá para mim, Denise que ainda aluga meus ouvidos, continua a falar e falar, vejo quando alguém passa pela porta, cabelo arrepiado, covinha na bochecha esquerda, sorriso inconfundível....
Solto o copo descartável que segurava antes mesmo de sequer dá um gole, o suco espalha pelo chão, enquanto meu coração saltita em meu peito, não era possível.
Ali a alguns passos de distância, estava o garoto, agora homem, que havia criado a cicatriz em meu coração, não era nenhuma miragem, ou minha imaginação fértil, era ele, um pouco mais velho, mas eu reconheceria esse sorriso, cabelo e olhos em qualquer lugar, Noah vira-se em minha direção, e seus olhos encontram com os meus, o sorriso some de sua face, e meu coração erra uma batida, então o primo do meu namorado era de fato o Noah, o meu Noah! Ou para ser mais exata; o homem que destruí meu coração.

Outra Vez Você - Duologia (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora