capítulo vinte - jungkook

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"Por que você me faz atravessar essa maldita colina todos os dias?" A voz de Jimin estava lotada daquela manha irritadinha que eu já conhecia bem. Ele apoiou as duas mãos na barriga grandinha como se ela fosse cair a qualquer momento, e fez uma careta.

"Porque você e o bebê precisam de exercícios."

"Que nada" Ele ofegou, sem fôlego. "Admite que você só gosta de me torturar."

Eu sorri involuntariamente pra ele. "Eu gosto. Isso é verdade. Mas não é por isso que eu estou te fazendo caminhar."

Ele me lançou um olhar irritado. Ele não estava se divertindo. Jimin não estava gostando de absolutamente nada recentemente. Ele estava desconfortável e mal-humorado quase o tempo todo. Tudo o que ele queria fazer era comer doces e sentar no sofá reclamando sobre o quanto as costas dele doíam.

Acariciei seu ombro e sua nuca e ele fungou. "Eu não preciso da sua piedade."

Eu ri de novo. "Bebê, pare com isso, você está muito estressadinho."

Ele bufou e tropeçou em uma pedra. "Mas que saco."

Eu o segurei pelos braços pra ajudá-lo a se firmar e ele se afastou. "Eu estou bem, não sou um inválido."

"Você quase caiu. Eu só estava te ajudando."

"Eu tropecei porque não consigo ver o chão com esse barrigão todo na frente e a culpa é toda sua!" Ele rosnou, parecia um gatinho irritado e talvez eu implicasse com ele só pra vê-lo assim. Só talvez...

Eu ri. "Sua barriga é a coisa mais linda que eu já vi na vida."

Ele apenas soltou um bufado, não muito convencido.

Resolvi apelar para o emocional "Nós vamos voltar pra estaca zero então? Daquele jeito chato de troca de farpas o tempo todo?"

Ele olhou rapidamente pra mim, os lábios pressionados juntos, trêmulos, e logo um bico se formou neles como se ele fosse chorar a qualquer momento.

"Cala essa boca" ele resmungou, seu rostinho chateado pelo meu comentário.

Suspirei arrependido e acariciei seus cabelos outra vez. "Temos só mais uma semana de gestação. Vai dar tudo certo, você vai conseguir fazer isso."

Ele se moveu em direção a um tronco grosso perto de uma moita de flores roxas. Sentou lentamente soltando um grunhido pelo esforço.

"Você é um chato". Ele resmungou baixinho, o bico ainda estava nos lábios e a cena era tão fofa que eu não conseguia nem ficar chateado com toda aquela cena.

"Sabe, eu ainda te amo, mesmo você estando com esse humor bosta nessas últimas semanas de gestação."

Ele revirou os olhos. "Eu também te amo." Parecia quase relutante em dizer aquilo.

Não consegui segurar a risada outra vez, esse jeito emburradinho dele estava me entretendo mais do que deveria, e quanto mais eu gostava, implicava e ria, mais ele se revoltava.

Suspirei vendo-o tão cansado, e tentei consolá-lo "Amor, sei que esse último mês tem sido difícil..."

Ele me interrompeu. "Difícil? Tem sido quase impossível, miserável. Eu tenho que fazer xixi a cada dez minutos, tenho indigestão constante, e minhas costas doem o tempo todo." Ele esfregou os olhos com força. "Não tenho uma boa noite de sono já tem três semanas."

"Eu sei." Eu suspirei e sentei-me ao lado dele. O médico não estava brincando quando disse que o corpo de Jimin mudaria muito no último mês. Dois dias depois que chegamos aqui, o bebê começou a crescer em um ritmo alarmante. Jimin havia sentido muito desconforto e dor frequentemente desde então..

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