Amor Fati

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À primeira vista, isso pode parecer um otimismo exagerado. Mas a verdade é: quando os eventos já aconteceram, não existe nenhum benefício em encará-los de forma negativa, então é preciso compreender que tudo ocorreu como deveria. Desse modo, não há porque contestar que estive nesta situação há um bom tempo e, consequentemente, continuo nela. Não posso ocultar, ou simplesmente fingir o oposto, tudo isso me prende os pés no chão, como concreto, que já nem sei onde é a saída.

No entanto, a minha principal indagação é sobre meu reconhecimento anterior, antes eu sabia meu trajeto ou a localização; do que e como fazer? Não, sendo honesto, eu nunca bem compreendi, porém nunca parei de seguir o que nomeei como certo. Eu deveria, a partir do reconhecimento da minha fragilidade ter limitado meus passos? Isso tudo fizera de mim quem sou mesmo e, portanto, colocara sentido em meu destino? Tudo fora realmente necessário?

Não faz diferença...!

Outra vez, a mesma sensação de delírio... É, eu não consigo entender. Taylor mexe comigo de maneira indiscritível e tudo parece tão louco... Tudo entre nós sempre foi assim... Sem medidas ou avisos prévios... e não é que eu não tenha me dado conta antes, mas a questão é que só agora, de fato, eu percebo que estamos no mesmo lugar.

Então, admito: nunca chegamos à fase de construirmos algo que pudesse segurar-nos um ao outro. E claro, por mais que tudo em mim aspire por estar próximo a ela, por beijá- la e compreendê- la em todos os seus detalhes, ela precisa desse tempo e desse espaço! Ela precisa de si, e eu preciso de um manual mais explícito. Desta vez, um manual sem códigos, que me dite passo a passo a trilhar, pois já não reconheço mais a segurança em mim, para continuar a ditar ou querer mudar as coisas.

— Malas prontas? Está mesmo tudo aí? — Indaga Paul

— Acho que sim...

— Próxima parada: Japão!

— Sim, quanto mais longe melhor. Quanto menos pensado, mais certeiro. Devo ir, não sei para que ou por que, mas devo ir.

— Não acho que seja a melhor ideia, Harry... Mas você não me tem me ouvido muito ultimamente.

— Preciso de espaço, Paul! Todos precisamos de um tempo! Preciso me afastar um pouco, enquanto vejo o tempo passar, sabe? Desta vez, sem pressa, sem cobranças, e sem querer mudar o inevitável, apenas ir!

Bon voyage!

I Knew You Were TroubleOnde histórias criam vida. Descubra agora