É o Azul - Manjiro Sano (Mikey)

Não Mexam Com Ela

Faz dois dias que eu não tenho notícia nenhuma da Blue, a gente não vê em canto nenhum... Tô fingindo que não tô preocupado, mas o tempo todo quase tenho um infarto quando penso que a vi por perto... Mas nunca é ela.

— Kenzinho, eu acho que vou na casa da Blue

Falei com o queixo apoiado na mesa, esperando a comida do nosso almoço chegar.

— Agora?

Ele perguntou olhando pro teto, não parecia preocupado, ele aparentemente acha que ela tá brava comigo e só.

— Talvez depois da nomeação do Kisaki

Levanto meus ombros desesperançoso.

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Um pov do Takemichy

Eu não sei o que fazer, a Blue foi sequestrada e se tudo continuar ela vai virar uma maluca, então eu resolvi voltar pro futuro pra ver o que posso fazer... Se eu soubesse onde ela estava presa...

Pra minha sorte, o Naoto antecipou o que eu queria... Aparentemente o futuro está em mudança agora, a Blue está internada em um hospital psiquiátrico agora! Aparentemente com o diagnóstico de esquizofrenia!

O Naoto já tinha conseguido pra nós podermos ver a Blue... Por ele ser policial é mais fácil.

Quando a gente chegou lá na clínica era um lugar bem bonito, tinha um jardim legal e ninguém usando camisa de força ou berrando... Uma imagem bem melhor que a dos filmes.

Fomos guiados até o quarto da Blue... Que não tinha mais ou cabeça azul ou o jeito estiloso que ela tinha até pra respirar, o cabelo estava preto e ela só parecia cansada de viver.

— Takemichy — ela sorri ao me ver, aparentemente me reconhecendo de imediato — você continua com a mesma cara

Ela ri, mas continua sentada na cadeira, ela estava presa por uma corrente ali.

— O que aconteceu, Blue? — perguntou desesperado — O que fizeram com você?

— Olha... Tem bastante tempo que ninguém me chama assim — ela suspira e toca em seus cabelos de cor normal, não parecia feliz — mas sabe... Você podia ser mais direto

Ela sorri e eu fico gelado, percebendo que ela já sabe.

— Dididireto?

Droga, gaguejei.

— Claro, você quer saber onde eu fui presa — ela ergue seus ombros rapidamente — Bom, é melhor eu te informar isso logo... Quero chegar a tempo dessa vez

— Dessa vez?

O frio escorreu por minhas costas.

— Enfim... Só me ouve.

Ela me disse um endereço que eu não esperava, quando eu sai quase voando do hospital psiquiatrico, vi três homens carregando uma caixa grande na direção do quarto dela, eu reparei um pouco neles.

Os três estavam de chapéu, um era loiro, o outro tinha um cabelo tão platinado que parecia roxo e o último, e mais alto, parecia não ter cabelo nenhum... Mas sem tempo a perder

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Pov do Mikey.

Voltando pro verdadeiro protagonista dessa porra, eu, Kenzinho e Takemichy estávamos numa casa de banho quando o Takemichy começou a gritar do nada que a gente precisava ir em um lugar... Ele disse isso depois de atender o telefone, disse que tinha a ver com a Blue.

Acho que foi só por isso que eu segui ele até os fundos de um restaurante esquisito e lá mandei o Kenzinho arrombar uma porta.

— Takemichy, você deve estar doidinho... A Blue nunca estaria em perigo... Muito menos aqui...

Eu fiquei sorrindo até a última palavra, quando vi um cômodo iluminado e entrei lá... Vendo a minha garota presa, com o rosto machucado e vários indícios de mutilação... Meu coração quase saiu pela boca enquanto eu corria até ela.

— Mi-key

Ela disse meu nome assim que eu soltei suas mãos.

— Olha... Olha pra mim — disse tentando não fazer minhas mãos tremerem enquanto eu soltava suas pernas, ela estava com a mesma roupa de quando a vi por último... Só que agora estava suja de sangue — você... Vai ficar bem

Que legal... Eu fiquei paralisado... A raiva faz com que eu me mova, mas o desespero me deixa completamente paralisado, como no dia que eu perdi o Shinichiro... Eu travei.

Kenzinho e Takemichy fizeram ela voltar a si mesmo estando bem grogue ainda, Blue se levantou e firmou o passo pra alçar uma caixa de madeira na outra sala, lá dentro ela pegou um 38 que era bem escândaloso de tão cromado.

— A gangue tá reunida no templo?

Ela pergunta com uma respiração muito pesada, eu duvido que ela tem fôlego pra mais um passo.

— Ahm... — Takemichy olha pra Kenzinho — É

Os dois confirmam, Blue concordou e foi andando na direção da saída com os passos trôpegos mais firmes que eu já vi.

Eu nem tinha percebido que ainda estava congelado de joelhos, que patético.

Só fui perceber isso quando senti a mão da Blue cegurando a gola do meu uniforme, me puxando com flaqueza.

— Temos que salvar a Toman

Ela diz isso... Nesse exato momento eu descongelei, foi a raiva.

— Quem fez isso com você?

Pergunto quando estamos na frente das duas motos, minhas mãos segurando sua cintura com firmeza para mantê-la de pé.

— vai saber, eu vou te contar quando chegarmos — ela olhava nos meus olhos, eu admiro muito essa coragem dela, isso vem desde a primeira vez que eu bati meu olho nela... Mas não gostei da resposta, eu quero matar quem fez isso com ela — Agora pilota a porra dessa moto até o templo.

Eu pilotei, mas quem levou ela na garupa foi o Kenzinho, não confiava em mim mesmo pra dirigir em segurança com ela... Eu preciso atingir a velocidade máxima pra extravasar e não chegar lá tentando descer a porrada em qualquer um.

— qual é o plano?

Pergunto segurando o rosto de Blue entre minhas mãos, eu nem percebi que estava fazendo uma coisa dessas, acho que a preocupação me fazia querer grudar nela mesmo com o cheiro de inseticida... Só de pensar que isso pode ter sido um jeito de torturar ela...

— Comandante, haja naturalmente

Ela sorri um pouco, seu rosto estava suando frio... Ela precisa de um hospital.

— Eu sou um péssimo mentiroso — Rio fraco, me sentindo desesperado, abraço ela rapidamente — mas vou ver o que rola

Eu consegui ser normal na reunião, até ouvir um tiro, foi disparado pro alto.

Todo mundo abriu passagem e ai eu pude ver... Blue caminhava entre o pessoal, ela ainda estava toda roxa mas não parecia mais tão a beira da morte.

— Mikey, foi o Kisaki

Ela me disse isso... E era tudo que eu precisava saber, aquele filho da puta vai se fuder... Não importa se ele é forte ou o caralho que for, eu disse pra não mexerem com ela.