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S/n POV
Quanto mais eu conhecia o ser humano, mais eu ficava decepcionada. Claro que em certos casos, já era de se esperar. Convivi com tanto vagabundo... meu pai, meu irmão... até mesmo Noah teve seus momentos. Entretanto Dom Matteo superou todos eles juntos. Acho que não existia mais por onde um ser humano ser tão desprezível e odioso.

Quanto mais podres dele eram descobertos, mais revolta ele causava às pessoas. Sinceramente se não fosse o garoto, com certeza Noah o teria matado. Pessoas como ele realmente não mereciam viver.

Entretanto havia o garoto. O tal “filho” de Dom Matteo. Um garoto que tirou das ruas, ou roubou da mãe... sei lá, para satisfazer suas vontades. Tentei chegar a uma conclusão após ouvir tudo o que Noah me disse, mas continuava no vácuo.

Noah ficou abalado demais e eu bem entendia suas razões. Primeiro porque, apesar dos pesares, ele sempre foi um homem integro, tem o coração do tamanho do mundo. E isso ficou ainda mais exacerbado depois que nossos filhos nasceram.

O único pensamento que consegui ter foi adotar o garoto caso ele não tivesse nenhum parente que pudesse ficar com ele. Engraçado foi ver a cara de surpresa de Noah . Quando ele tocou no assunto, sua expressão era tão triste e desolada que cheguei a pensar que ele tinha pensado na adoção.

Mas ele ainda não tinha tido essa idéia. Por isso mesmo abraçou meu corpo com força, beijando-me com paixão. Foi apenas uma fagulha para acender nossos corpos que se enroscaram na cama o resto da noite.

Noah estava ainda mais intenso que o normal. Suas mãos agarravam meu corpo com tanta força que por várias vezes eu cheguei a sentir dificuldades em respirar.

Girei na cama buscando o calor dos seus braços e encontrei o vazio. Abri meus olhos constatando que eu realmente estava sozinha. Estendi meu braço e verifiquei as horas no celular. Ainda não eram seis da manhã.

Talvez nossos filhos tivessem acordado e Noah foi verificar. Levantei-me e fui até o quarto de Harry que dormia tranquilamente. Dirigi-me ao quarto de Luna que também dormia.

Não era possível que Noah já tivesse saído. Não falou nada comigo a respeito de sair tão cedo. Aliás, pela forma como me amou, imaginei que ficaria na cama até mais tarde. Mas ele sempre me surpreendia.

Voltei para o nosso quarto e no exato instante em que notei a ausência da babá eletrônica, eu ouvi o som de algo caindo na água. Fui até a sacada do quarto e então fiquei estática, a respiração suspensa. Era aquilo mesmo que eu estava pensando... e vendo?


Apoiei-me na grade da sacada e fiquei admirando as braçadas vigorosas que Noah  dava enquanto atravessava a piscina. Mergulhou e voltou à tona, passando as mãos nos cabelos.

Estava de costas pra mim e apoiou os braços na borda da piscina. Acompanhei cada linha dos músculos de suas costas largas, passando a língua nos lábios. Eu adorava apertar aqueles músculos... morder... só de me lembrar disso senti minha boca salivar.

Pensei por um momento e depois me decidi. Fui até o closet e peguei um biquíni azul e me vesti, colocando o roupão por cima. Voltei novamente ao quarto das crianças e, constatando que ainda dormiam desci silenciosamente as escadas e sai em direção à piscina.

Atravessei o jardim e segui em direção a ele sem fazer qualquer ruído. Ele permanecia na mesma posição. Dei a volta e parei em frente a ele que sequer ergueu a cabeça.

O PODEROSO URREAWhere stories live. Discover now