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 S/n POV

Como é difícil ser frágil, mas tendo que ser forte. Mais do que nunca eu precisava da força e coragem que aprendi com meu marido. Pelo menos grande parte dela veio da minha convivência com Noah. Estava moída por dentro, mas ainda assim estava de pé.

O baque foi grande demais e me pegou completamente desprevenida. Eu não entendia... por mais que eu pensasse, simplesmente não entrava em minha cabeça o por que de minha mãe ter agido assim. Credo... parecia que queria mesmo morrer.

Eu senti, claro, não irei negar. Mas a dor maior foi ver meu Jacob sofrendo tanto. Ele mesmo me avisou que minha mãe havia saído sozinha. Bastou uma distração minha... e ela saiu. Jacob veio correndo, os olhos arregalados e o coração batendo freneticamente. E depois aquela notícia horrível.

Eu senti no ar que havia algo de errado. Mas meu primeiro pensamento como sempre foi Noah. Com Dom Matteo solto, pensei que ele fosse seu primeiro alvo. Burra que sou... lógico que ele não iria tentar acertar a fortaleza primeiro. Iria atras dos mais fracos... ou dos sem juízo, como a minha mãe.

Entretanto eu não poderia ficar sentada,chorando as pitangas. Por isso mesmo fui atras de Noah no dia anterior. Queria ficar cara a cara com a vaca que supostamente assassinou minha mãe. E eu me senti a poderosa ao ver como Noah me olhou com orgulho e não me mandou embora dali como das outras vezes. Ousei pensar que ele queria mesmo me ver ao seu lado nos negócios, mas isso eu iria conversar com ele depois.

A tal Zoe não abriu a boca nem por um segundo. Apenas encarava nós dois, com ar de deboche que me fez querer estapear sua cara de vadia.

Mas eu já conhecia bem os métodos de Noah. A tortura psicológica era o primeiro passo. Ele gostava de deixar suas “presas” acuadas, sem saber qual seria o seu destino. Aliás... sem saber como seria seu fim, pois o destino delas estava traçado desde quando ousaram cruzar o caminho dele.

Nesse dia à noite dormimos separados. Noah dormiu ao lado de Jacob que ainda estava quase em choque e eu coloquei os pequenos em nossa cama.

Até mesmo eles sentiam a mudança no ar. Harry como sempre carinhoso colocava as mãozinhas em meu rosto o tempo todo. Luna apenas olhava para o meu rosto, com os olhinhos arregalados como se esperasse uma explicação minha.

Dormi mal, temerosa por esse momento triste, mas inevitável. A hora do adeus à minha mãe. A prova irrefutável de que não foi um pesadelo. Achei melhor deixar as crianças em casa. Sabina como não gostava de enterros, ficou com ela.

Jacob fez questão de vir. A principio eu fui contra, mas Noah acabou me convencendo. De certa forma Jacob agora era um filho da máfia e teria que se acostumar com esse tipo de coisa. Além do mais ele simplesmente adorava minha mãe. Talvez ele fosse um pouco como eu... teria que ver pra crer.

Durante todo o tempo ele permaneceu com a mão agarrada a minha, enquanto ouvíamos as orações de conforto. Eu me contive: não chorei. Acho que já tinha chorado o suficiente com Jacob assim que saímos de casa.

Noah passou o braço sobre meu ombro e me olhou intensamente antes de voltar os olhos para o túmulo onde o caixão acabara de ser colocado. Eu sabia que ele também sentiu o baque, embora sua expressão fosse distante.

A cerimônia foi bem restrita, cercada obviamente de toda segurança. E Noah enfrentou mais uma luta, dessa vez com Sina que queria estar presente ao funeral. Somente depois que Noah disse que ele mesmo a mataria caso aparecesse por aqui, foi que ela se conformou.

O PODEROSO URREAWhere stories live. Discover now