2.21; 𝐭𝐡𝐞𝐲'𝐫𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠!

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   — Eu trouxe algo para você

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   — Eu trouxe algo para você. — Alice põe a mão em um dos bolsos de seu casaco, mas a impeço antes de tudo.

   — Eu também tenho algo para você.

   A passos largos e pesados, caminho para dentro do quarto novamente e logo vejo a porta da varanda a ser fechada pela mulher. Voltei ao meio do quarto com a embalagem em mãos, vendo de relance seus olhos a brilhar ao observar ao seu redor. Deve ter mesmo sentido a falta desse lugar, eu também sentiria.

   — Feche os olhos. — Um sorriso quase rasga seu rosto, mas ela obedece.

   Retiro os papéis do envelope e ponho em suas mãos estendidas em minha direção, fazendo ela frazir o cenho. Logo me pus a dizer: — Pode abrir.
   Ela me encara após observar os papéis em suas mãos, mas sorri.

   — São passagens?

   — Paris, como havíamos planejado. — Arqueio as sobrancelhas. — Nem pense que escaparia tão fácil assim.

   — Nunca pensaria algo assim. — Ela ri. — Mas... Mally... Precisamos mesmo conversar.

   Franzo o cenho, pensava mesmo que quando ela voltasse, voltaríamos a ser como antes. Bom, eu faria voltar.

   — Sei o quanto ficou mal com tudo isso, não precisa esconder isso nas profundezas de si. Eu vou entender se precisar de um tempo. — Alice solta os papéis em uma mesinha ali perto, e então volta para segurar minhas mãos entre as suas.

   — Você tem razão, eu fiquei mal. Mas, meu bem, eu pensei bastante durante todo esse tempo, sobre exatamente tudo. Eu compreendo tudo agora, tanto sobre mim, quanto sobre seus motivos. Droga, só não precisava fazer tudo sozinha, você não pensou que poderíamos fazer isso juntas?

   Seu rosto estava retraído em uma careta pequena, e vejo um flash de arrependimento em seu olhar. Será que fui muito dura com ela?

   — Me desculpe, eu só... Não queria a pôr em perigo. — Ela diz e sinto o aperto em minhas mãos aumentar.

   — Me proteger, sendo que você também poderia estar em perigo? — Arqueio uma das sobrancelhas. — Ali, todos nós sabemos que não é só em nós, os mutados, que Aro tem interesse.

   Ela suspira, logo colocando uma de suas mãos em meu rosto. Como em um reflexo, levo meu rosto em direção a sua mão, aprofundando o carinho ali. Eu sabia que tudo que eu diria ali não iria mudar nada no que estava prestes a acontecer. Era isso, teríamos uma grande chance de sermos massacrados pelos Volturi, e isso vinha me apavorando nos últimos dias. Mas parecia que sua presença ali amenizava maior parte dos meus pensamentos sobre isso, e eu queria mantê-la ali por um tempo a mais.



   No dia seguinte o clima desagradável era quase palpável. Eu observava a neve pela janela enorme da minha própria residência, enquanto outros membros da família se espalhavam pela casa. A animação deles ao receber de volta minha esposa era reconfortante, afinal, não era apenas eu que sentia sua falta.
  
   A neve já havia colado ao chão, era o sinal que a vampira vidente havia dado, e a informação estava deixando todos inquietos.
Mal pude deixar os pensamentos sobre ela de lado, e já vi sua silhueta na porta de entrada da sala de estar. Um sorriso fraco moldura seu rosto, e então retribuí, vendo ela deixar o cômodo em seguida. Suspiro profundamente, será que deveria mesmo levar em questão sua decisão de dar um tempo da gente? Eu ainda me sentia confusa pela noite anterior, a situação atual estava afetando até os mais bem resolvidos casais, afinal?


   — Não pense tanto. — Escuto a voz aveludada de Jasper em um ponto atrás de mim. — Me parece que não está confiando tanto no segundo dom da Alice, a persuasão.

   Solto um riso anasalado, ele tinha mesmo razão, ela sempre conseguia absolutamente tudo que queria. Mas na realidade não era bem isso que me incomodava, e na verdade eu já nem sabia mais o que me incomodava de qualquer maneira. Poderia ser que eu estivesse apenas no piloto automático e isso explicava bastante coisa.

   — Na verdade estou nervosa com o terceiro dom, o de implantar dúvidas cruéis na minha cabeça. — Digo e foi a vez dele se rir.

   — Não deve se preocupar, confio que depois que toda essa bagunça se organizar, tudo se organizará respectivamente. — Franzo o cenho, aquela frase estranhamente fazia sentido.

   Depois de algum tempo o nervosismo havia se dissipado com a neve, dando lugar a uma garra esquisita. De repente me senti capaz de lidar com toda a situação, e resolveria caso algo saísse dos trilhos. Seguia pela trilha com o homem lobo ao meu lado, Paul como sempre ajudava, com apenas sua presença, em meu bem estar. Estavamos em um silêncio confortável, e eu me reprimia a cada vez que lia sua mente sem querer. E então ouvia-se apenas a conversação interessante entre Leah e Jonah. Nunca havia reparado nós dois juntos como um casal, e pude constatar que era uma visão maravilhosa, eu poderia os observar por horas. Evitaria parecer ainda mais uma louca psicopata de qualquer maneira.
  
   Levo uma das mãos até meu pescoço, sentindo o objeto prateado e frio ali. A pedra verde que combinava com a pedra do anel no meu dedo anelar me fez precisar suspirar para conter o frio em minha barriga. Então era assim que terminariamos?

   — Chegamos.

   Observo a vasta clareira coberta por uma camada grossa de neve cobrindo o chão como um grande tapete branco. Observo alguns membros da família por ali perto, os lobos e os vampiros ali faziam um contraste surreal, e era até assustador vê-los em uma paz como aquela.

   — Olá, minha princesa. — Digo afinando um pouco a voz ao me referir a Renesmee.

   — Tia Lory! — A criança corre em minha direção, e me abaixo para aconchega-la em meus braços.

   — Mallory, obrigada por vir. — Ouço a voz de Isabella um pouco mais afastada, mas em uma posição protetora.

   Apenas sorrio sem mostrar os dentes em sua direção, ganhando um acenar com a cabeça de Edward ao seu lado. Eles eram mesmo esquisitos, mas eram minha família também.
   Um arrepio sobe por minha espinha, e logo uma escuridão domina minha visão, dando lugar a uma curta cena.

   — Eles estão chegando.
  

🌙

༄ 𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞𝐭𝐨 17 • 𝐭𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭Where stories live. Discover now