12; 𝐠𝐨 𝐚𝐰𝐚𝐲

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   — Vamos, Mallory, só mais uma vez! - Eleazar diz após ser arrastado para longe com uma rajada de ar. — Concentre-se.

   Respiro fundo, sentia meu corpo tremer levemente com a energia que o atravessava e logo me concentro no vento que soprava em nossa direção.
Uma lufada de ar foi sentida em meu rosto e então a afasto para o lado contrário, assim atingindo com certa força o vampiro a minha frente.

   — Está ficando boa nisso.
Eleazar se aproxima novamente, dessa vez apenas caminhando ao meu lado até um tronco caído do que já foi uma árvore, sentamos e ele logo me encara.

   — Os Cullen devem estar sentindo sua falta. - Ele diz e eu sorrio de leve.

— Eu também sinto a falta deles. Não vejo a hora de voltar lá.

   — Precisamos nos apressar, como você disse que o pen-drive se encontra na residência dos Cullen, não tardará até alguém ir de encontro a eles. - Eleazar explica, suas sobrancelhas levemente engrossadas se arqueiam a medida em que o faz, e então levanta vagarosamente do tronco. — Partimos em 1 hora.

   Apenas assinto com a cabeça e logo sou guiada por ele até seu carro, onde dirigiu até o hotel onde nos hospedavamos. Não havia muito o que fazer durante a hora que tínhamos até viajarmos a Forks, o tempo estava nublado, como sempre, e algumas gotículas caiam do céu.
Eu estava apreensiva, não estava acostumada com o acolhimento que todos eles tiveram comigo, tanto a família Cullen, como os Denali. Tinha medo, medo deles não me tratarem como antes, de ser novamente deixada de lado.

   Observando o verde das árvores que passavam ligeiramente pela janela, penso sobre o pen-drive e sobre quem estava por trás de todo esse experimento. Não havia só Edwin ou Dawney, eu sentia que algo maior estava por trás disso e isso me deixava tensa, aflita.
A estrada de areia úmida fora vista do lado de fora do carro, o que fez meu coração acelerar, estávamos tão perto de chegar que eu poderia sentir o frescor doce que emanava dos vamipros. Mais a frente, uma casa de grandes janelas de vidro e detalhes em madeira foi vista. Estava escura como se tivesse sido abandonada a pouco tempo. Franzindo a testa em clara confusão, encaro Eleazar que se encontrava da mesma forma.

   — Eles viajaram? - Pergunto, queria mesmo acreditar que fosse apenas isso, que eles não foram embora assim.

   — Eu realmente não sei, temo por...

   Ele não termina a frase, mas sei exatamente o que queria dizer. Eles foram embora, e sentia meu peito contrair com tal pensamento. O que os motivaram a fazer tal coisa?
Estava tão imersa em meus pensamentos que mal percebo uma picape alaranjada ao lado direito da casa. Era uma picape velha, duvido bastante que alcance pelo menos 10 km/h. Uma garota de pele pálida e cabelos escuros repousava nas escadas da casa, os ombros caídos eram sinais claros de que estava cansada. A forma que a luz acinzentada do sol encobrido pelas nuvens atingia o ambiente o deixava ainda mais triste e depressivo.
Com certa pressa abro a porta do carro e logo caminho em sua direção. A garota mal percebe quando me aproximo, mas seus olhos arregalam-se assim que nota meu passos. Ela levanta, seu corpo magro e desengonçado logo caminha vagarosamente alguns passos a frente.

   — Olá. Desculpe, quem é você? - Digo ao chegar a sua frente. Ela põe uma mecha fina de seu cabelo atrás de sua orelha, e logo me encara novamente.

   — Eh... Sou Isabela... Bella. - Sua voz sai entre cortada, seu olhar desconfiado perfura minha pele e então volta a falar - Você deve ser a...

   — Mallory! - Eleazar grita meu nome ainda próximo ao carro. Esse caminha até onde estávamos com passos calmos e uma postura invejável.

   — Você é a garota, a meia-humana que eles falavam. - Isabella, ou Bella, torna a olhar nos meus olhos, dessa vez adquirindo uma postura mais ereta, mesmo assim chegando a medir um pouco acima dos meus ombros.
Encaro Eleazar de lado, meus olhos esbugalharam um pouco com a afirmação da garota. Eles haviam contado a ela sobre os vampiros, o que me deixou surpresa.

   — Como você...

   — Eu conheci o Edward a um tempo, estávamos namorando quando ele decidiu, junto a sua família, que iriam embora.

   Então ela era a humana que Edward mencionara algumas vezes em algumas cartas que trocavamos ao longo do tempo. Doce, compreensiva e ao mesmo tempo teimosa foram os adjetivos que ele usou para descrevê-la, mas agora só consigo ver a áurea triste e pouco contemporizadora.
   Então eles se foram mesmo?
Não sei se fiquei mais abalada com a notícia que Bella nos dera ou com a ideia de que Edward quebrou uma lei dos vampiros. Não era permitido que nenhum humano soubesse sobre o mundo dos frios, o que Isabella Swan tinha que o fez quebrar como se fosse nada?
   Eleazar batia o pé freneticamente sobre o chão, não precisava das habilidades de Jasper para saber que ele estava nervoso como eu. A garota em minha frente não parecia diferente, com um pouco do silêncio consegui escutar as batidas frenéticas do seu coração, suas feições mudavam a cada segundo, deixando-me curiosa sobre do que se tratava. Com minha recém adquirida habilidade de ler mentes tento entrar na de Isabella, mas algo estava errado, assim que tentara entrar algo logo tratou de me expelir dali tão rápido que nem consigo raciocinar direito o que acontecera.

   — Você tem alguma informação de onde eles podem ter ido? - A voz de Eleazar tira minha atenção da mente da garota para logo volta-la para a face dela.

   — Não, vim aqui com esperanças de que ainda estivessem aqui. - Sua voz era baixa e arrastada, algo como um certo pesar era visível ali. — Edward sumiu durante dias, entrei em contato mas nada além da caixa postal.

Suspiro. Para onde eles iriam a não ser a casa dos Denali? Não fazia a mínima ideia, e isso poderia me fazer perder bastante tempo com as buscas.
Mas logo lembro de algo. Eles costumavam deixar a chave de entrada em baixo do tapete, previsível, eu sei, mas aquela área não era a mais violenta ali.

   Eleazar me observa caminhar e em seguida subir as escadas, logo encontrando o pequeno objeto reluzente onde eu suspeitava.

   — Já volto. - Aviso e caminho ao interior da casa.

Os móveis cobertos em grandes lençóis brancos dava a impressão de vazio na sala de estar, e assim seguiu por todos os cômodos que passei até chegar no escritório do Dr. Cullen. A porta estava trancada, mas com um pequeno esforço consigo abri-la. Estava escuro e frio lá dentro, como em toda a casa tudo havia sido coberto. Eles não voltariam. Sinto meu coração apertar dentro da caixa torácica, pelo que vi não tiveram um pouco de consideração e me enviaram um e-mail ou até uma carta avisando sobre isso.
Eu começava a ficar irritada quando vejo o pequeno objeto escuro em cima de suas escrivaninha. Era o pen-drive, tudo que eu precisava para assim começar minhas buscas. Eu também iria embora da vida deles, sinto que fora um erro ter confiado tanto, e é isso que sempre acontece em quem confia demais.

༄ 𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞𝐭𝐨 17 • 𝐭𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭Where stories live. Discover now