08 - O karma de um lobo!

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Alfa/On

Alguns dias tinham passado desde o despertar de Stiles, que se recuperava incrivelmente bem para alguém que esteve temporariamente morto. Para ser sincero foi um grande alívio ouvir aquela voz repleta do seu sarcasmo nato novamente.

Os primeiros dias não foram nada fácil, mas estava aliviado por não carregar a culpa de ter causado a sua morte. Por causa da sua amnésia tivemos que mentir e esconder tudo do sobrenatural, e aquela maldita garota me apresentou como um mero cão de estimação, eu quis voar no pescoço dela pelo desrespeito, mas tive que me conformar já que esta era única maneira de ficar perto dele. 

Para completar o meu desgosto, Stiles me batizou de "Duke". 

Desde então ele sempre me deixa por perto, adora me fazer carinho e continua tentando me alimentar com petiscos para cães e aquela garota infernal só fica rindo da minha desgraça. 

— Trouxe um biscoitinho de fígado com formato de ossinho pro meu querido Duke. — Balançou a embalagem verde, eu só queria saber onde ele consegue essas coisas. 

Isso sem contar as vezes que ele me deu banho, escovou o meu pêlo e me obrigou a usar um maldito lacinho azul, e só não me enfiou em um conjuntinho ridículo de marinheiro porque ameacei morde-lo, precisava salvar um pouco da minha dignidade. 

E choque-se! Aquele pirralho me deixou de "castigo" sem subir na "sua" cama até que eu pensasse nas minhas atitudes e adquirisse bons modos. Maldita a hora que fui morde-lo e sequestrá-lo! 

Stiles não podia ser um humano normal que tremeria de medo? Porra, eu sou um alfa, um dos mais fortes e mesmo assim estou sendo tratado como um cão doméstico. 

Como se toda essa humilhação não fosse o suficiente teve a vez que ele cismou que eu estava doente e perguntou a Line se eu não fazia minhas necessidades, já que ele nunca tinha visto e achou estranho, ainda me lembro daquele diálogo traumatizante. 

— Line, você já viu o Duke fazer cocô? — Questionou fazendo carinho na fera peluda. 

— O quê? — A garota quase cuspiu a bebida que tinha acabado de colocar na boca. — Claro que não.

— Eu também não, acho que devemos levá-lo ao veterinário, pode estar constipado. — Suas sobrancelhas se juntaram em preocupação.

— Acho que ele tá bem, melhor não pensar nisso. — Tentou desviar do assunto balançando as mãos e mostrando uma face despreocupada.

— No veterinário deve ter um negócio pra botar no traseiro dele para desconstipar. — Tentou se lembrar, tinha certeza que já tinha visto algo do tipo, talvez tivesse lido sobre isso? Ou fosse parte das lembranças que perdeu. 

— Oh meu Deus, vou fingir que não ouvir isso. — Balançou a cabeça pressionando os dedos nas têmporas já doloridas.  

O grande "cão" negro rosnou em clara desaprovação, recebendo em troca um abraço desajeitado do mais novo. 

— Viu? Ele tá entupido, tadinho, vem aqui, vou massagear sua barriga e te dar laxante.

Foi preciso muita conversa para dissuadi-lo daquela ideia. Cheguei a fingir fazer as necessidades em uma moita só para satisfazer a loucura dele, justo eu, um alfa de respeito limpando a bunda em uma samambaia.

O Alpha! Where stories live. Discover now