O Alpha!

#Stilespratudo!

As batidas em seu peito eram tão eufóricas que tinha a sensação de que a qualquer momento aconteceria uma daquelas cenas de desenho animado em que o coração salta comicamente pela garganta.

Seus olhos verdes penetrantes seguiram o grupo cheio de rostos familiares, mas naquele momento, todos pareciam insignificantes, exceto Stiles, com sua expressão irritada por ser arrastado daquela maneira. Tudo ao seu redor se movia em câmera lenta, desde o bater das asas da borboleta lilás que voava acima do mais jovem até a minúscula frequência com que os olhos de seu tio Peter piscavam. A cada passo que Stiles dava, seu corpo reagia com tremores de emoção. Sua mente vagueava em lembranças, mas foi trazida de volta ao seu corpo tenso pelas mãos magras que dançavam diante de seu rosto chamando sua atenção.

— Derek? — Stiles chamou, seu tom cheio de curiosidade.

— O que? — Seu olhar perplexo quase escondeu a nostalgia de ouvir aquela voz abóbada novamente.

— Ué, parece até que viu um fantasma. — balançou as sobrancelhas sugestivo formando um biquinho nos lábios.

— Tá engraçadinho, né? — Devolveu o balançar de sobrancelhas com sua boa e velha carranca.

— Vamos sair daqui, Stiles deve ter muito o que nos contar. — Peter sugeriu ao fundo, demonstrando impaciência com a estranha conversa de sobrancelhas.

Houve uma pequena discussão para decidir quem lhe daria carona, que só parou quando Stilinski argumentou que estava com seu Jipe e não precisaria, então uma nova discussão surgiu: Quem iria acompanhá-lo? Com um revirar de olhos, ele se afastou, agarrando o primeiro desavisado pela gola e o levando até seu carro, ignorando totalmente os protestos quando o jipe arrancou com Liam sorrindo pela janela emperrada do carona.

Quando chegaram ao loft, o clima mudou drasticamente. Cada um dos membros tinha hipóteses diferentes, mas, no final, todos compartilhavam o mesmo medo: Que sua volta fosse apenas uma ilusão ou algo temporário, como um dos muitos sonhos que tiveram desde o seu desaparecimento.

— Estou realmente feliz em ver que você está bem. — A ruiva acariciava o braço vez outra deixando um pequeno aperto através do tecido, era a sua maneira de se manter sã.

— Senti tanto sua falta, irmão. — O alfa McCall abraçou o melhor amigo pela milésima vez ensopando a sua camisa de ranho e lágrimas.

— Já entendi, também senti sua falta. — Se afastou, tinha certeza de que se fosse apertado mais, suas costelas iriam ser destroçadas.

— Achamos que estivesse morto. — Isaac com seu cachecol horroroso não perdeu a oportunidade de interromper o reencontro, apesar do tom seus olhos não escondiam o alívio e a preocupação.

— Eu chorei por você. — A coiote amassou uma lata violentamente embaixo da sua bota. — Onde estava? — Malia exigiu mais do que pediu.

— Acho melhor contar o que aconteceu. — Derek tentou se manter um pouco afastado, mesmo que praticamente todo mundo ali estivesse grudado ao menino.

Parecia até um culto com uma dúzia de seguidores ao redor de uma entidade pálida e sarcástica comendo uma barra de cereais de banana e aveia. " Seria esta a seita #Stilespratudo! "

— Você não precisa falar se não estiver confortável, Batman. — Érica advertiu com seu batom vermelho recém retocado, Stiles sempre gostou de como ele combinava com a loira. 

— Obrigada, mulher gato. — Agradeceu dando um pequeno pulo para se sentar sob a mesa velha, aliás já teve novo ali? — É uma longa história e honestamente nem sei por onde começar.

— Pode começar falando sobre aquela noite. — O mais velho dos Hales estava atrás da mesa, como se já esperasse que ele fosse tomar aquele assento.

— O tal alfa provavelmente consegue uma transformação total, é verdade? — Derek cruzou os braços tomando a frente, sentia seu sangue ferver só de lembrar daquele maldito.

— É. — Seu rosto estava em branco, mas foi a falta de palavras que causou o franzir de testa em Peter.

— Tentamos encontrar informações, mas foi realmente difícil, ninguém sabia nada sobre ele, sinto muito. — A banshee apertava as mãos, podia-se ver os nós dos dedos ficarem brancos.

— Hey, não tem porque se desculpar. — Sorriu docemente levando os braços atrás do corpo se inclinando. Sua mente parecia distante e os outros logo começaram a debater as escassas informações que conseguiram na esperança de demonstrar que nenhum deles o havia esquecido.