2💊 Pai.

116 17 7
                                    

☀︎

Deitado ainda nesta maca, Ponho-me a relembrar do acontecido de ontem, o doce sabor dos labios de Yoongi permanece em minha boca, vê-lo novamente, depois de tantos anos, fez-me lembrar das idiotices e das discussões sem motivos que o fiz passar.

O meu limite de ser idiota já está além do que eu pensei, não posso falhar com ele novamente. Logo terei alta, e infelizmente voltarei para aquele inferno. A procura pelo meu celular se foi em vão, não o encontro desde o infortúnio do outro dia, levanto-me suavemente, rolando os olhos para todo o canto da sala, o encontro logo atrás de algumas caixas de medicamentos.

Ao segurá-lo, já mando uma breve mensagem para Ji-Eun, avisando que chegarei em breve.

Ji-Eun

8:23.am.
Estarei ai em breve, não conte ao papai,
não quero ter que discutir com ele.

Não demorou para que ela a visse e respondesse. Enquanto ela digitava, pegava a mochila em cima da mesa logo a minha frente, nela contia o que sempre trazia para as sessões de terapia. Aishh, estou um cagaço, direciono-me para o pequeno banheiro que há na sala, e tento ajeitar meu cabelo, que por sinal está sujo. Logo ouço o som de notificação, e ponho-me a tirar o celular do bolso.

8:26.am.
Tudo bem, arrumarei as coisas para você por aqui, não demore, há alguém aqui para te ver.

Alguém? Além de Namjoom não converso com pessoa alguma. Veremos.
Apenas visualizo, e guardo o mesmo. Ponho a mochila nas costas e saio de fininho, tentando não fazer qualquer alarido ou deixar que alguém da segurança me veja. As portas são abertas apenas por funcionários do local, todos tem um cartãozinho para passar por qual quer porta, tanto os clientes, tanto os funcionários. Aqui é um lugar bem rígido quando se trata disto. Não perco a chance de cair fora ao ver uma senhora passar o cartão no sensor. Corro em direção a porta, e me direciono para onde estacionei o carro, que por sinal não estava lá, além de tirar o meu dinheiro, não me deixar sair, ele ainda tinha que tirar o meu carro?

Sim.

Ponho-me a caminhar até o ponto de ônibus mais próximo, e a esperar pelo transporte.

[...]

Já dentro do mesmo, sinto o vento bater contra o meu rosto, a brisa gelada,a mesma traz-me uma sensação de paz, alívio. Recordo-me de dias assim, minha mãe acordava um pouco mais de sete e meia, fazia o café, e logo em seguida me acordava, os beijos dela, eram como estas brisas, leves, delicadas e um tanto que frias. Os bonecos de neve, eram feitos por ela em meio a qualquer momento, ela dizia que faria um para mim, que jamais derreteria. Ainda consigo sentir a alegria dela ao ver os flamingos pela primeira vez, os olhos tão vivos e sorridentes, ela havia passado o dia inteiro sentada sobre a grama os pintando, era como se ela esquecesse de todos os seus problemas ao segurar um pincel.

Sentado em uma das últimas cadeiras do transporte, pela tamanha velocidade, consigo ver em fleshes os comércios e pequenas lojas, Seoul é realmente bela. Consigo ver um pequeno restaurante de rámen, o mesmo que eu frequentava com Yoongi no colegial.

Já avistando onde devo parar, puxo a cordinha da parada solicitada, e logo me levanto para sair.

Desço os degraus, e caminho até minha casa, só de imaginar no que irá acontecer quando chegar naquele inferno, meus pelos se arrepiam.

PÍLULASOù les histoires vivent. Découvrez maintenant