9💊 Seja meu.

46 8 1
                                    


O vento correndo sobre o cômodo, balançando o pequeno ramo de flores e soltando de si uma pétala amarelada, deixando-se correr para o jardin alheio.

Me mantia firme em encará-lo, as madeixas escuras e levemente onduladas, balançando devagarmente junto do vento, mantendo os mirantes fechados, o corpo descansado sobre o colchão, e o rosto sobre o mesmo. São traços tão perfeitos, tão simples mas tão bonitos.

Ponho-me a me levantar do piso alheio, e caminhar até o quintal, até perceber que havia esquecido o carro, volto a adentrar a residência e procuro por Namjoom, que estava a fazer o que se parecia com chá, o avisei que havia de pegar o automóvel esquecido na residência escolar, e que logo voltaria.

[...]

8:12. AM.

O andar sonolento e devagar se faz presente, o vento frio e arrepiante me faz lembrar da noite passada, cuja a culpa veio com tudo, um erro? Eu estaria mentindo se dissesse que não senti algo, mas e ele? Foi momentâneo.

Ao atravessar a última avenida, consigo ver o automóvel estacionado perto de umas bicicletas, desbloqueio as portas e corro para dentro do mesmo, me deparando com a quentura dentro do mesmo. Abri as janelas e pus-me a girar a chave, quando estava pronto para ir alguém me chama.

- Hoseok! - A figura dos cabelos escuros, longos e ondulados se faz presente; ele correu até mim, se escorando no vidro do automóvel.

- Por que não me respondeu? - Ele deu a volta, e adentrou, se sentando no banco do carona.

- Onde tem estado?
- Eu venho te mandando mensagens desde ontem, por que não as responde?
- Fui a sua casa mas não estava .. - Eu não conseguia olhá-lo.

- Ela sabe? - O interrompi, o fazendo parar de falar. - O que? - Pude enfim o encarar e ver seu rosto tristonho. - Ela sabe de nós dois? - O silêncio se fez presente, e então eu pude voltar a encarar o volante. - Do que está falando? - O semblante confuso veio a tona. - Ah Yoongi por favor. Por que você a beijou? - Eu já tinha lágrimas nos olhos.

Silêncio.
..

- Não a odeie, em vez disso, me odeie. - Virou a cabeça para o lado. Mantendo seus olhos longe.

- .. Eu ainda me lembro, vinte e quatro de dezembro, você com o seu cachecol; aquele que você disse que ficava melhor em mim do que em você, estava nevando, a tarde em que você disse que um dia pediria a minha mão.
- Odiar? Como eu poderia odiá-la, ela parece um anjo, eu não tenho nem a metade da beleza dela; por que você me beijaria? Não diga promessas que você não pode cumprir.
- Eu amo você, Min suga, mas você não é meu.

..

- Não desista de mim ainda, não agora, não você.. - Me olhou, limpando a lágrima alheia que escorria sobre o rosto claro.

Eu o amo tanto, mas não sou bom para ele, eu o amo tanto, mas não sei o que ele pensa a respeito, por que ele a beijaria? Ela é tão bonita que nem parece real, e muito. Ela o deixa hipnotizado enquanto eu morro, ao colocar o braço em volta do ombro dela, eu apenas sinto mais frio; mas eu meio que queria que ela estivesse morta. Eu gostaria de ser a Sana.

Ao ter os olhos tão presos a minha íris, emanando a tristeza e o choro alheio, não conseguindo conter o que sentia, pude o puxar para perto, o abraçando, o sentindo, mantendo perto o bastante para o poder ouví-lo chorar, o bastante para sentí-lo agarrar a minha blusa em desespero, o bastante para sentir seu coração bater mais rápido do que nunca, e o bastante para ter os seus lábios junto aos meus.

PÍLULASWhere stories live. Discover now