Luminus.

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Sentado na beira da cama, atento, Jimin observava cada passo de Jeongguk enquanto os minutos passavam.

Viu quando o garoto saiu do banho vestindo sua camisa favorita — o vermelho intenso destacava o tom pálido da pele —, e a calça jeans grudada nas pernas. Jeongguk mantinha o olhar sério, obstinado, enquanto penteava os cabelos tão negros como o céu limpo lá fora.

— Que horas você vai voltar? — indagou Jimin, sufocado pela curiosidade.

— Eu não sei — respondeu. — Mas, não precisa se preocupar comigo, ok? Vai ficar tudo bem.

Jeongguk sabia se cuidar, certo? Mas, por que raios Park Jimin sentia uma apreensão atípica? Talvez, porque já era tarde, e as ruas começavam a ficar desertas. Ou, porque era a primeira vez que Jeongguk sairia sozinho durante a noite.

Ele umedeceu os lábios, cruzou os braços e conseguiu disfarçar o tom de preocupação ao dizer:

— Preciso comprar celulares, a nossa comunicação vai ficar mais fácil assim.

— Eu vou comprar — Jeongguk falou, decidido — Espera só até eu receber meu primeiro salário.

Uma das maiores qualidades de Jeongguk era a sua ousadia. Ele se atirava em direção às possibilidades, não se deixando paralisar. Mas, até que ponto era bom? Porque, ser tão insensato, às vezes, deixava Jimin angustiado. Era Jeongguk, o seu melhor amigo — tão grande, mas, ao mesmo tempo, tão pequeno — prestes a sair para trabalhar em uma boate. Jimin o imaginou servindo pessoas que, obviamente, se fascinariam por sua beleza atípica. Algo se apertou em sua garganta.

Não queria perdê-lo para o mundo.

— Jeongguk — Jimin o chamou, mas as palavras congelaram em sua mente.

Viu o garoto erguer os olhos tão puros e cintilantes. Ele era tão bonito que nem parecia real.

— O que foi?

— Deixa pra lá. — Um sorriso meio nervoso escapou. Jimin se sentiu meio tolo.

— Ei — Jeongguk se aproximou, sentando-se ao seu lado com certa cautela. O colchão afundou —, pode falar.

— Você precisa me prometer que vai se cuidar.

— Você já está preocupado comigo, é isso? Eu nem saí do hotel ainda.

Jeongguk observou o amigo, o cenho se franziu, então sua risada genuína ressoou pelo quarto.

— Mas vai sair. E é verdade, eu me preocupo com você — confessou um tanto temeroso. Perguntava-se se tamanha afeição era normal. — É uma boate, Jeongguk. E você...

— Calma, eu sei me cuidar! Relaxa!

Era estranho. Eles vieram do mesmo lugar e tiveram a mesma criação. Mesmo assim, Jimin sentia-se responsável por Jeongguk. Ele tinha o ímpeto de tentar protegê-lo em todas as situações. Sempre foi assim. Muitas vezes, para tentar livrá-lo de castigos injustos no orfanato, Jimin assumia a culpa.

Nunca se arrependeu de protegê-lo. Era como uma missão.

Por isso que, vendo o seu melhor amigo querendo voar sozinho por terrenos perigosos, a incerteza o abraçou.

Mas, quando percebeu que Jeongguk tocou em sua mão — com gentileza e gratidão — algo se esquentou dentro de Jimin. Era uma sensação agradável.

Olhou diretamente nos olhos de Jeongguk. Os lábios se entreabriram automaticamente enquanto reparava nos traços do amigo. Ele sempre foi bonito, mas, naquela noite, cintilava.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmWhere stories live. Discover now