Insistência.

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Jeongguk ficou ciente do momento em que o calor ao lado de seu corpo se distanciou contra a sua vontade, é claro.

Ele ainda estava deitado na cama, e o sol já surgia no céu azul ainda pálido enquanto Jimin seguia sua rotina.

Na noite anterior, os garotos se empolgaram na conversa e perderam a noção do tempo. Entretanto, antes das quatro da manhã, pegaram no sono e dormiram com as pernas entrelaçadas.

Jeongguk estava cada vez mais satisfeito com a relação saudável. Uma hora, pegavam fogo e beijavam-se até que o fôlego desaparecesse. Outra, bastavam conversas e risadas abafadas para que tudo ficasse bem. Havia um equilíbrio muito confortável.

Não seria um erro desastroso abrir o jogo para o seu namorado logo agora?

Parecia que a hora de contar a verdade nunca chegaria, e isso o angustiava todos os dias.

Sustentar uma mentira é um fardo muito grande.

Jeongguk sentia-se mentalmente cansado.

Confortavelmente sobre a cama, Jeongguk pensou sobre a vida, mas pegou no sono de novo. Acordou próximo às 14h, quando o trânsito já estava agitado. Sonhara com Kwan. Não conseguia lembrar dos detalhes, mas o coração batia desconfortavelmente no peito.

Ele poderia enrolar um pouco mais na cama até que a inspiração para pintar o invadisse como geralmente acontecia, porém, precisou deixar a cama quando a fome se tornou insuportável.

Com os pés descalços no piso, abriu a geladeira. O ar frio o ajudou a manter-se mais desperto. Não pôde conter um sorriso ao notar que Jimin preparou sanduíches antes de sair.

Ele sempre deixava o apartamento cedo demais, mas, mesmo assim, se preocupava com o namorado.

Pequenas demonstrações de carinho são o suficiente.

Jeongguk os esquentou e, sentado na varanda, observava o que acontecia no condomínio enquanto se alimentava.

Estava tudo relativamente bem, até que duas figuras familiares chamaram a sua atenção. A mãe e o filho que tentaram aproveitar a piscina no domingo, mas não conseguiram. Naquele dia em especial, o sol contribuía para que os planos dessem certo.

O garoto sorria ao agitar-se na piscina, apreciando o momento de verdade. Ele foi segurado pelas mãos firmes e carinhosas.

Mãe e filho.

Jeongguk achava que aquele pequenininho era tão sortudo por ter uma mãe presente, cuidando dele com tanta dedicação. Observava o afeto, a meiguice, a maneira como ela sorria ao observar o filho feliz.

Algo se quebrou dentro de Jeongguk.

Infelizmente, tratava-se do amor que o pintor jamais conheceria.

Sua garganta se fechou e a visão nublou.

Jeongguk não poderia, de forma alguma, mudar o seu passado para que sua mãe o amasse.

O garoto não conseguiu conter a tempo o vendaval de sentimentos intensos e confusos que lhe sufocavam com força. Ele limpou uma lágrima com as costas da mão.

Sozinho, era mais fácil lidar com os sentimentos que ele tanto tentava esconder do mundo.

Sentindo-se mais emotivo do que gostaria, saiu da varanda enquanto tentava não se perguntar os motivos de ter sido jogado no lixo.

Por mais que tentasse entender como alguém conseguia fazer uma maldade dessas, não conseguia.

O que ele havia feito de tão errado?

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora