Desastre.

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Em seu camarim, Jeongguk viu os presentes distribuídos na pequena mesa, acompanhados de números de contato e redes sociais dos seus fãs. Muitos fãs.

Enxugou as têmporas na toalha e sentou-se na ponta do estofado ao tentar regularizar a respiração.

Os incontáveis elogios que recebeu há alguns minutos ao mover o corpo ainda ecoavam em seus ouvidos como um mantra.

Sua rotina continuava idêntica.

Ele sabia tudo o que aconteceria em suas apresentações. Início, meio e fim.

Achava a fixação das pessoas tão estranha, embora não pensasse mais nisso tanto quanto nos primeiros dias de trabalho — quando tudo ainda era uma novidade.

O ser humano tende a se acostumar com as situações.

Os clientes da Luminus o colocavam em uma espécie de pedestal, embora ele fosse apenas um garoto inexperiente tentando sobreviver.

Apenas mais um em meio a tantos.

Depois de poucos minutos tentando colocar um pouco de ordem em seus pensamentos, livrou-se da camisa banhada de suor. Estava, de fato, exausto. Precisava desesperadamente de um banho para conseguir relaxar de verdade, da maneira como merecia. Mas ouviu o som da porta se abrindo atrás de si rapidamente. A porta se fechou logo depois e as sobrancelhas de Jeongguk se arquearam quando ele ouviu um som incomum.

O dançarino nem precisou olhar para trás para adivinhar quem era. Sentiu dedos desagradáveis tocando a sua pele parcialmente nua. Surpreso, viu Kwan. Os olhos do chefe estavam vermelhos de um jeito assustador. Aqueles olhos do mau encaravam fixamente o corpo de Jeongguk.

Bom, era outra coisa que se repetia.

Jeongguk estava enjoado da rotina massacrante, era como um círculo vicioso.

Ele se sentia preso e tão fraco.

Um bolo se formou em sua garganta.

Era como se Kwan conseguisse sentir o cheiro de medo que emanava de Jeongguk, e parecia se divertir com o detalhe. Achava satisfatório estar no controle. Afinal, o dono da Luminus gostava de ser temido.

— Você não tem para onde fugir. Adivinha só? Acabei de trancar a porta e a chave está no meu bolso — sorriu. — Minha estrelinha, você realmente precisa entender que eu sempre venço no final, por mais que você tente lutar contra.

A porta daquele camarim nunca fora trancada antes.

O pesadelo tinha como piorar.

Sem demorar, Jeongguk procurou pela sua camisa vermelha e vestiu-a como se, de alguma forma, pudesse livrar-se dos olhares desejosos de Kwan. A ação não adiantou muito, visto que a calça ainda realçava suas coxas de uma forma praticamente inaceitável, fazendo com que o mais velho se sentisse ainda mais atraído.

Kwan disse:

— Estou ansioso para começar com o que tenho em mente para nós.

Jeongguk afastou-se mais. Como de repente estava trancado naquele espaço com um homem tão ridiculamente asqueroso e desprezível?

Cruzou os braços no peito como forma de proteção. Era inútil, sabia disso. Porém, não era como se tivesse muitas opções. Precisava continuar enfrentando o seu inimigo.

— Eu realmente preciso sair, Kwan — falou, olhando-o seriamente. — Preciso sair agora!

— Sério? — perguntou de maneira debochada. — E eu preciso do patrocínio. Você me negou isso sem peso na consciência, então por qual motivo não posso te impedir de sair do camarim? Acho que estou sendo bem justo agora.

Preciosa Liberdade • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora