𝑷𝒂𝒕𝒊𝒆𝒏𝒄𝒆 𝒐𝒏 𝒂 𝑴𝒐𝒏𝒖𝒎𝒆𝒏𝒕 [Tradução]

[Capítulo 14]

~ * ~ 8 anos atrás ~ * ~

Estar de volta a Grimmauld foi horrível. A casa estava apinhada de gente e parecia que as paredes iam quebrar ou estava tão sem vida que Harry pensou que enlouqueceria com o silêncio. Ele mal conseguia ver Severus, o que era horrível, e sempre que eles conseguiam se agarrar eram cercados por outras pessoas.

Ele havia se acostumado a dormir ao lado do homem, a sentir o calor de seu corpo e ouvir o som de sua respiração. Ele odiava seu quarto frio e solitário em Grimmauld e queria desesperadamente se esgueirar até Severus e deslizar para a cama ao lado dele, para ser abraçado e beijado até que adormecesse.

Ele não sabia como isso seria bem-vindo. Ele e Severus não haviam falado sobre como deveriam se comportar em Grimmauld, mas, por mais indefinido que fosse seu relacionamento, Harry tinha certeza de que Severus não gostaria que isso fosse de conhecimento comum. Harry nem sabia se o homem queria que continuasse; talvez eles estivessem apenas brincando na cabana e agora que estavam de volta à realidade, isso cessaria naturalmente.

Teria matado Harry se fosse esse o caso. Ele não sabia o que ele e Severus tinham, o que estava acontecendo entre eles, mas ele não queria perder isso. Ele só se sentia são quando estava com Severus, só se sentia capaz de lidar com as coisas quando estavam juntos, intimamente ou não, e não queria nada mais do que voltar para a cabana, excluindo o resto do mundo.

Além de tudo isso, ele agora se sentia mais inútil do que nunca, já que seu treinamento havia praticamente parado com Severus não por perto com tanta frequência. Ele estava perambulando pela casa sem fazer nada enquanto todos os outros corriam mal e isso o fazia se sentir completamente miserável. Ele não estava contribuindo com nada e tinha certeza de que os outros se ressentiam dele por isso.

Ele tentou se manter ocupado com a leitura, continuando seu treinamento no lado teórico das coisas, se não no prático. Ele se trancou na biblioteca e se aventurou a sair apenas quando a fome ou a necessidade o forçaram. Ele construiu proteções e escudos elaborados ao redor das salas para que pudesse praticar todos os feitiços que havia aprendido e ninguém mais ousasse cruzar a soleira.

"Vai sobrar algum chá?"

Harry ergueu os olhos da chaleira que estava olhando, tendo entrado na cozinha após uma manhã improdutiva, para ver Severus parado na porta. "Oi", disse ele, usando toda a sua força de vontade para não se lançar contra o homem. "Eu não pensei que você estivesse de volta até amanhã."

"A denúncia acabou sendo um beco sem saída."

"Oh."

" Existe algum chá?"

"Oh, claro. Claro. Eu estava prestes a colocar a chaleira no fogo."

"Harry," Severus disse suavemente, "venha aqui."

Harry abandonou a chaleira e estava nos braços de Severus antes que pudesse piscar, seus braços deslizando ao redor do pescoço do homem enquanto ele se segurava firmemente contra o corpo do homem. "Jesus, parece que já faz anos desde a última vez que fiz isso."

"Faz apenas algumas semanas," Severus disse contra sua têmpora.

"Eu sei," Harry suspirou, "e eu odiei isso. Eu odeio estar de volta aqui."

Ele se afastou para poder olhar para Severus, sentindo as mãos do homem apoiarem suas costas, quentes e reconfortantes. "Eu não sabia se ... se você queria que as coisas continuassem agora que estamos de volta aqui."

"O que você quer?" Severus perguntou.

"Eu acho que se eu não puder tocar em você de novo, vou ficar louco", disse Harry honestamente. "Eu odiei não poder estar com você. Eu odeio essa maldita casa."