Love 101- Sinan and S/n

No options

S/n Sadik

Cinco dias se passaram. Hoje seria a data mais esperada por todos, o dia do show de rock. Eu não estou inclusa nesse "todos" por motivos óbvios. A pergunta que não quer calar: Eles conseguiram convencer a Senhorita Burcu? Supreendentemente sim. Não sei bem quais foram seus métodos, nem quem foi o pretendente escolhido. Até porque fiz questão de ignorar a existência dos quatro e consequentemente Isik, já que a mesma se aproximou demais deles.

O sino do fim da aula havia tocado. Eu torci mentalmente para sair da sala e ser despercebida pela trupe de Chernobyl. E claro... Pela minha sorte vocês devem adivinhar o que aconteceu.

— Opa, onde pensa que vai?— Kerem se colocou na frente bloqueando minha passagem. O restante dos patetas estava atrás dele.

— Pra casa?— Falei como se fosse óbvio.

— Hoje é o show, esqueceu? Você vai com a gente e se arruma com as meninas— Disse apontando a cabeça para Eda e Isik.

— Eu? Ir num show de rock? Prefiro assistir Peppa Pig com a minha prima de três anos— Ironizei dando passos até a saída, porém Kerem agarrou meu braço.

— Não é uma escolha, você vai e pronto— Afirmou severo.

— É... Meus pais não iriam deixar— Inventei uma desculpa. Óbvio que a minha mãe deixaria, ela insiste para eu sair do quarto e ver o mundo. Sempre escuto aquela típica frase "Aproveite, essa é a melhor fase da vida." Se ESSA é a melhor... Nem quero imaginar a pior.

— E lá vamos nós de novo— Sinan falou revirando seus olhos cansados.

— Merda, teremos que fazer o mesmo que fizemos com a Isik?— Eda reclamou em forma de questionamento.

— O que vocês fizeram?— Perguntei meio perdida com a reação deles.

— Tivemos que convencer a mãe ela— Kerem afirmou expressando insatisfação. Não, não e não. Eles não podem pedir para minha mãe, ela deixaria na hora.

— Convenceram ou chantagearam?— Questionei debochando do ocorrido.

— Enfim, podemos ir na sua casa agora?— Kerem perguntou tentando esquecer minha pergunta provocativa.

— Não!— Gritei no automático. Todos se assustaram com o volume da voz.

— Ela mentiu, a mãe dela implora pra ela sair de casa. É só uma desculpa para não ir— Isik revelou entrando na conversa. A encarei desacreditada, ela realmente me dedurou?

— Isik! Bela amiga você é!— Repreendi raivosa.

— Acha que tem moral para falar de amizade?— Indagou retrucando. Nossa... Eu pensei que... Sei lá, ela tivesse me perdoado de verdade. Tudo bem que não nos falamos nessa semana, mas no fundo eu torcia para ser apenas pelo fato de eu evitar estar perto do grupinho.

— O clima tá meio tenso aqui. Podemos ir?— Osman disse quebrando o gelo.

— Suas desculpas se esgotaram— Kerem se direcionou a mim.

— Ótimo, mas vocês que se virem pra comprar meu ingresso— Falei insatisfeita pela minha falta de poção. Kerem mexeu em Osman e ele retirou seis ingressos do bolso. Sorri de modo falso como resposta. Kerem apontou para a saída e todos seguiram o garoto. Sua liderança é um tanto irritante ao meu ver.

— O banheiro do show tem ar-condicionado?— Perguntei discretamente para Eda. Não me dou muito bem com ela, obviamente. Mas era a única que frequenta o banheiro feminino nesse tipo de lugar.

— Sim, por quê? Não está planejando se esconder lá, né?— Interrogou sem acompanhar o meu sussurro. Uma das coisas que eu mais detesto na Eda é a sua necessidade de falar alto para chamar atenção das pessoas. Me dá a sensação de que ela quer ser assistida pelos outros ao redor. E eu odeio ser assistida.

— Se esconder? Aonde? De quem?— Kerem se meteu no diálogo.

— Eita, Necdet está aqui?— Osman disse abaixando para se esconder do diretor.

— Não, só a S/n que quer passar o show inteiro no banheiro— Contou risonha, deve estar satisfeita por ter conseguido sua platéia.

— Que? Nem pensar— Kerem repreendeu.

— Faça companhia pra ela no banheiro, já que é primordial estar perto dela a noite inteira— Sinan falou daquele jeito inexpressivo dele. Kerem entrou em estado de fúria e partiu pra cima de Sinan.

— Parem com isso! Vão acabar se machucando!— Isik disse desesperada, enquanto Osman tentava apartar a briga. Mas que porra, não estou entendendo nada.

— Parabéns— Falei ironicamente para Eda, que encarava a cena de forma despreocupada.

Cheguei a conclusão de que adolescentes são tão irracionais quanto animais da selva.