I'm not going

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S/n Sadik

O plano incrível do Sinan deu errado, chocando o total de zero pessoas. Eles passaram no máximo dez minutos trancados. Senhor Kemal, com sua expressiva delicadeza, arrombou a porta da cabine.

Mesmo que essa invenção tenha durado pouco tempo, aqueles foram os dez minutos mais longos de toda minha vida. Sinan interditou o banheiro, então eu tive que ficar naquela bagaceira junto dos cinco. Senti falta de ar e muita dor de cabeça por conta do som alto, além das companhias não serem das melhores.

Que merda, nada tá dando certo com esses dois!Vamos embora daqui— Eda resmungou vendo o fracasso do plano.

Finalmente você falou algo que preste. Já estamos fazendo hora extra nesse manicômio— Opinei desejando sair dali o mais rápido possível.

Vamo bora— Osman chamou e eu agradeci mentalmente. Os outros também estavam desanimados, sendo assim obedeceram sem pestanejar.

A bolsa da Senhorita Burcu está comigo— Isik lembrou estendendo a mesma enquanto andávamos.

Ótimo, assim ela não pode ir embora— Eda ainda tendo esperanças de acontecer alguma coisa. Nem vou abrir minha boca, se eu falar algo vou sair como errada.

Seguimos o caminho até o ponto de ônibus mais próximo. Foi uma caminhada silenciosa, ninguém parecia animado para conversar. Quem sabe agora eles estejam entendendo que estão na merda.

Um ônibus passou do nosso lado na rua e Osman começou a gritar para que ele parasse. Kerem o ajudou assobiando e o restante correu em direção ao veículo.

Ei, vão mais devagar! Eu sou sedentária!— Gritei vendo o grupo correr feito uns loucos. Não tive escolha, acelerei o passo também. Não posso ficar numa rua deserta de madrugada sozinha.

Valeu, motorista!— Kerem agradeceu gritando ao ver o ônibus parar. Foram subindo no veículo um de cada vez até entrar a última pessoa, que obviamente fui eu.

Eles sentaram nos lugares vagos de maneira ágil. Eda ao lado de Kerem, Isik com Sinan, e Osman sozinho atrás deles. Reagi me sentando junto do mesmo. Minha respiração ainda estava ofegante devido a corrida, pelo menos eu não era a única nesse estado.

Não devíamos ter feito isso. Como a professora vai voltar pra casa sem a bolsa dela?— Isik falou repensando a decisão.

Não se preocupa, essa situação pode acabar aproximando mais eles— Sinan disse enquanto recuperava o fôlego.

O Sinan tem razão! Isso pode aproximar a professora Burcu do Kemal ainda mais, né?— Isik concordou se virando para ver todos.

O Kemal vai ter que levar a professora pra casa— Kerem constatou dando um sorriso presunçoso.

Sim! É verdade!— Isik comemorou pondo expectativas no que possa acontecer.

Se não levar ele não vai se reproduzir, é seleção natural— Sinan adicionou mais uma de suas frases desnecessárias. Revirei os olhos encarando a janela.

Vamos pra minha casa— Eda sugeriu animada.
Não, não e não. Deus me livre.

Pra que?— Kerem questionou curioso.

A professora Burcu é minha vizinha, podemos ver ela chegar com o Kemal. Aí vamos ver se nosso plano teve algum resultado, se rolou alguma química entre eles— Explicou óbvia.

Eu não vou— Avisei me adiantando. Nem fiz questão de olhar a reação deles, eu ainda fitava a rua pela janela.

Vai começar com isso de novo, S/n?— Kerem disse incomodado.

Começar o que? Eu não fui pra merda do show? Não acham que já me torturaram o suficiente?— Questionei parando de olhar a janela.

Temos um acordo. Você topou, agora arque com as consequências— Falou rindo cinicamente.

Está tarde! Eu preciso dormir!— Falei fazendo birra. Que vontade de simplesmente sumir da face da terra.

Desde quando você dorme cedo?— Isik se meteu. Nesses momentos que bate o arrependimento de ter falado pra ela inúmeras vezes sobre minhas noites mal dormidas. Eu iria dormir imediatamente quando chegasse em casa? Não, mas só de estar lá seria uma forma de descanso. Minha bateria social acabou (nunca tive na verdade).

Desde quando você virou x9?— Devolvi a pergunta cínica. Isik bufou de leve.

Está decidido, você vai— Kerem garantiu para o meu desgosto.

Arg!— Gemi de raiva dando um chute fraco na cadeira da frente. O idiota que estava sentado nela se virou com um olhar julgador.

Teria como fazer o favor de parar de chutar meu acento?— Sinan pediu forçando educação propositalmente. Dei um sorriso falso em resposta.
Nós seis ficamos silenciosos por alguns segundos. Usei esse tempo para refletir sobre nosso próximo destino.

Acho meio impossível, mas vou torcer pra que eles pelo menos se beijem. Só pra valer minha ida— Falei tentando ser positiva pela primeira vez.

Eu também— Kerem concordou me olhando de um jeito esquisito. Apenas ignorei voltando a observar o vidro da janela como antes.

Essa tortura nunca vai ter fim?

Love 101- Sinan and S/nDonde viven las historias. Descúbrelo ahora