Inspirado na história da rainha Ester. Estrella é uma garota solitária. Aos doze anos perdeu seus pais e amigos em um massacre que dizimou metade do povo de Lot, a outra parte foi vendida para outros reinos. Ela sobreviveu há dois naufrágios, suport...
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Edom era uma província arrodeada de montanhas, florestas, bosques, muito procurada por aventureiros e outros tipos de pessoas: os discretos, os segredistas. Se alguém quisesse fazer algo escondido e passar despercebido procurava Edom para colocar seu plano em ação; E uma das características desses provincianos: eles eram os melhores guardadores de segredos. Considerados os "baús" de Haviláh, as informações morriam com eles, uns eram tão seguidores fidedigno dessa tradição que não importava se o segredo fosse bom ou ruim, era guardado às setes chaves.
Na congelante noite, a névoa estava tão densa que a visibilidade era quase nula, na menor província em quantidade populacional, havia pouquíssimos fluxos de carros e pessoas em suas avenidas principais, e os habitantes estavam mais preocupados em como se proteger do rigoroso e brusco clima. A província de Edom estava localizada na porção mais extrema ao sul do reino, e dividia parte das suas terras com o deserto de Ademina. Durante o dia o calor era insuportável, a noite o frio machucava a pele.
No meio da floresta de Ademina, na casa real, o rei Xaim abotoava sua camisa de linho fino, alegre por ter satisfeito a sua concupiscência, cantarolava baixinho. Sua amante, Katrini, serpenteava pelo quarto da casa de campo dele. O romance sórdido dos dois durava exatamente a idade do príncipe Asser: vinte e dois anos. O príncipe era o herdeiro do trono e filho da rainha Samira que Katrini fingia ser amiga. Os amantes eram tão cuidadosos que ninguém até hoje conseguiu a façanha de revelar ao reino esse obscuro segredo, já houveram algumas tentativas por parte de alguns jornalistas, mas estes sumiam de Haviláh antes de passarem a informação até a rainha. Existia algum segredo por mais que perdurasse por anos que não fosse revelado? Um dia seria, era só aguardar...
Xaim e Katrini orgulhosos por nunca terem sido dedurados, achavam que ninguém sabia sobre os dois, haviam duas pessoas que há anos tinham conhecimento sobre o caso extraconjugal do rei de Haviláh. Elas usarão essa informação na hora certa, estavam reunindo provas concretas. Por hora, os amantes só estavam preocupados com os próprios egos e desejos deles.
— Xaim, não podemos ficar mais um dia? Estou com tantas saudades suas — a voz de Katrini era irritantemente melosa quando se dirigia ao rei.
— Não posso, estou com alguns problemas para resolver — disse ele de modo seco, gostava da companhia da Katrini, mas não a amava, seu coração pertencia a rainha, mas nunca fora correspondido por ela.
Xaim não sentia culpa ou remorso por enganar sua esposa, segundo o rei, ela pouco se importava com ele, então o homem poderia saciar os desejos fora do casamento.
A luz jamais poderia se unir às trevas! Samira, entrou em jugo desigual, um erro do passado cometido quando estava cega pela dor.
O rei e rainha de Haviláh eram opostos, estavam nas extremidades da escala das atitudes humanas: ele cruel e ela bondosa. Um entregava-se ao pecado, o outro lutava contra. Desfilando descalça pelo quarto aquecido, Katrini puxou o queixo do rei com a ponta da unha, tentando persuadi-lo pela sedução. Ela o queria a todo instante, ele só a procurava para aliviar seu estresse.