Estrella: A Garota Estrangeira - Livro 1 (EM REVISÃO)

Epílogo

Em vários momentos do dia, a dor consumia o príncipe. Ele assumiu uma máscara indolor, mas cada músculo e osso latejavam absurdamente. O odor das chagas que infeccionaram embrulhavam o seu estômago. Seu corpo fétido causava repulsa nele. O jovem não entendia como seus amigos ainda continuavam ao seu lado, era o amor, por decisão de não o largar às traças, de querer estar com ele, de amá-lo acima das feridas.

Somente o amor nos faz suportar situações difíceis.

Asser tentava se manter forte para não preocupar ninguém, principalmente uma certa garota amável que sofria muitas afrontas do rei, mas ainda assim mantinha-se ao seu lado.

Cada palavra venenosa de Xaim não atingia Estrella, o coração dela estava concentrado exclusivamente em Asser. Dia após dia, o ajudava nas fraquezas e dores do jovem. A afável donzela, tinha uma doçura que aliviava os dias maus do príncipe de Haviláh. Na felicidade dele, ela cantava canções alegres, na tristeza, entoava louvores de gratidão a Deus.

Um dia morria e outro nascia, e Estrella não se apartava de Asser, ao não ser para fazer suas necessidades básicas. Hoje, a princesa tivera que arrastar a garota pelo braço. Um banho revigorante iria aliviar o cansaço da amiga. Foi o que fizeram Aislah, Joana e Ana, prepararam a banheira com água morna e sais de banho.

As duas irmãs continuavam a oferecer os seus melhores serviços, assim como aconteceu desde o primeiro dia de Estrella no Palácio. A tratavam com o mesmo zelo de sempre.

Com muito custo, a sobrinha de Morcai, estava há alguns minutos longe do príncipe. Joana tivera que usar seu tom duro para fazer a jovem aproveitar alguns minutos de tranquilidade. Para cuidar do outro, era preciso cuidar primeiro de si, como um doente vai cuidar de outro doente? 

Nos aposentos do príncipe a vó de Asser o fazia companhia, assim que Estrella tinha saído, Eva adentrara no quarto. Há dias que se dedicava em encontrar alguma maneira de impedir o torneio real, visitou cada conselheiro que era confiável, famílias nobres amigas, mas ninguém encontrou uma maneira de barrar Xaim Hiram. Ele era o soberano de Haviláh, podia mandar e desmandar como bem quisesse. A senhora, ainda com a mente pesada, suspirou triste por ver seu neto mergulhando no oceano da aflição.

Eva finalizou a troca da roupa de cama, quis ela mesma organizar um lugar mais confortável para seu neto. Com ajuda de Rangel e Tom, ela trouxera Asser para o quarto da mãe, o ambiente tinha o aroma de Samira, e Eva achava que o príncipe iria conseguir dormir mais calmo, claro que nada substituia o colo de uma mãe.