Capítulo 22 - A dádiva do recomeçar

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Nas semanas subsequentes do ataque ao Vilarejo Gracioso, Edissa, todos os dias, manteve um comportamento distante e um tanto álgido somente com o príncipe

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Nas semanas subsequentes do ataque ao Vilarejo Gracioso, Edissa, todos os dias, manteve um comportamento distante e um tanto álgido somente com o príncipe.
Nada do que ele fazia, ela correspondia de forma agradável, suas falas e modos beiravam uma falta de compostura amável.
Seus amigos recebiam seu lado mais gentil, doce, educado, enquanto Asser era alvo do seu silêncio ou dos seus gestos grotescos. Ela desconhecia o que o príncipe de Haviláh ainda fazia em secreto por ela.

Ele era educado, contudo Estrella fazia questão de ser mal educada. Riscou da sua memória todas as lembranças que tinha com Asser, pelo menos tentou, em vão, atirá-las para longe da sua mente. Sem sucesso, ela só seguia a vida fingindo que ele nunca existiu, um esforço que demandava muita concentração dos seus pensamentos. A arrogância e o orgulho passaram a ser uma marca registrada do seu comportamento.

Aislah e Mia intensificaram as orações, todos os dias se reuniam com seus amigos da cozinha, e intercediam pela vida da jovem. Acreditavam fielmente em uma mudança. Não soltaram a mão da amiga, a viram na beira do precipício e a salvaram.

Estrella se considerava como um peixe preso em uma rede de pesca, tentando sobreviver em um ambiente estranho, lutando pelo fôlego da vida. Um peixe fora d'água, era como uma sensação que persistente, fora arrancada do seu habitat natural e inserida em um mundo totalmente diferente do seu. Edi estava aprendendo a nadar, sem a orientação do seu tio, em um diferente mar, com novas correntezas e predadores desconhecidos...

Se Morcai soubesse que a sobrinha transformara-se em uma garota arrogante ficaria profundamente entristecido.
Aislah era a única pessoa fora Asser que visitava Mor, e relatava o dia a dia de Edi, ocultando a parte obscura que a amiga enfrentava, sempre dizia que ela estava se saindo bem. Hoje seria uma dia que ele poderia ver Estrella, pelo menos de longe e constatar, se o que a princesa dizia era fiel ao que a sobrinha estava vivenciando, bastaria olhar nos olhos de Edi que Morcai saberia qual o estado em que ela se encontrava.

A escolhida de Neriah andava apática pelo quarto, ânimo era algo que ia e vinha, mas não permanecia. Estagnou seu movimento enfadonho e olhou fixamente para o belo vestido sobre a sua cama. Idealizado por sua estilista favorita, a que acabara de entrar no quarto, indagando alegre:

— Está preparada?

Hoje terá um desfile ao ar livre na praça de Hirá. As garotas estarão bem perto do público. O clima dera uma amenizada, e o frio não incomodava há dias. Katrini aproveitou o bom tempo para fazer um evento grandioso junto com o rei.

— Acho que nunca estarei. Isso tudo é tão ostensivo — girou Edissa o dedo indicador fazendo um círculo envolta do ambiente.

— É bem diferente do que você vivia — reconheceu ela, mas não deixou de opinar sobre tirar a melhor lição das situações. — Edi, retenha o bem disso, senão nunca saberá viver. Não foque na riqueza, mas no que você pode representar de bom para as pessoas do Reino.

Estrella: A Garota Estrangeira - Livro 1 (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now