Lance criminoso

04

Luana 🧚🏻‍♀️

Eu tirei meu óculos sentindo minha vista doer e encarei aqueles papéis todo de processos, respirei fundo jogando a cabeça pra trás me olhei através do espelho e soltei meu longos fios loiros balançando eles e fiz careta.

Eu era quase uma faz tudo do meu pai que era advogado, lia os processos, os casos, destacava fatos importantes, lia e relia, enfim, era quase uma cópia dele. Era muito cansativo e pra ser sincera eu só fazia isso pra liberar meu dinheiro, porque um dia desses ele surtou e disse que iria parar de bancar meus luxos, eu quase morri.

Passei mão no cabelo e me estiquei para pegar meu celular, vi várias mensagens de grupos, amigos e amigas, li algumas coisas por cima e fui responder as meninas primeiramente. A Carina me perguntava se eu iria pra festa dela no final de semana, já a Alice me abusava pra gente ir comprar roupa para poder ir para mesma festa.

A Carina eu havia conhecido em alguma balada na zona sul, tinha criado uma amizade legal com ela, mas não era tão próxima a ponto de confiar minha vida.

Diferente da Alice, que cresceu lado a lado comigo, tendo nossos pais como melhores amigos por conta de negócios e acabou que continuamos essa amizade, nela eu confiava de olhos fechados.

Eu ria enquanto lia uma mensagem do Heitor, menino que eu namorava, até me assustar com alguém batendo na porta, coloquei o celular em cima da bancada e virei a cadeira, me levantando para abrir a porta.

Vânia: Seu pai tá te chamando no escritório com os papéis que ele pediu mais cedo.- Eu concordei com a cabeça.

Dei as costas a ela e fui pegar a ficha e os adicionais do tal "Gaspar", tal bandido que meu pai tinha tirado da cadeia hoje mais cedo. Saí do quarto andando em passos curtos até achar a porta do escritório, bati na porta e esperei até escutar um "Entre", abri a porta e vi o pai da Alice, senhor Fábio, que era tenente da polícia.

Lua: Boa noite.- Falei simpática, indo até a mesa.

Fábio: Cada dia mais bonita! - Falou assim que teve oportunidade e meu pai riu, eu soltei uma risadinha falsa claramente incomodada.

O pai da Alice era solteiro, ou viúvo, porque ninguém sabe ao certo o que aconteceu com a mão da Alice o caso é arquivado, então até hoje não se sabe sobre ela, e nem a Alice consegue conversar com ele sobre o tal assunto.

Luiz: Conseguiu achar alguma ligação entre eles e o Coronel? - Falou olhando os papéis.

Lua: A única coisa que eles têm em comum é um caso de roubo, mas foi há três anos atrás.- Falei mostrando.- Porém há provas do local, hora e data, é tudo que eles têm.

Luiz: Eles são muito cuidadosos quanto a isso.- Falou negando com a cabeça.- Sem fotos, vídeos, ou qualquer tipo de prova.

Fábio: Ainda não acho que a ideia de tirar o Gaspar da cadeia foi tão boa quanto pensa, agora ele vai continuar mais fora da vista do que nunca.- Falou negando.

Pedi licença ao sair da sala e confirmei se ele não queria mais nada de mim hoje, assim que terminei de escutar o seu não, fechei a porta e acabei que não saí de primeira, continuei do lado da porta e ouvi.

Luiz: Precisamos pegar o Coronel mais rápido possível, se conseguimos chegar até ele, com toda certeza você conseguirá pegar os chefes do tráfico do complexo do Lins. Se a gente pegar o Coronel, conquisto a confiança dele e faço ele falar sobre tudo que sabe.

Fábio: Continua sendo uma missão de olhos vendados, esses bandidos de merda são os mais cautelosos possíveis.

Vânia: Bonito escutar atrás da porta? Cadê os modos, Luana? - Minha mãe apareceu na porta do quarto e eu tomei um susto.

Lua: Não estava escutando nada, só estava tentando lembrar se destaquei certa parte importante do documento, Vânia.- Falei revirando os olhos e desci a escada.

Fui na cozinha vendo que tinha comida e peguei, me sentando na mesa sozinha e ficando perdida nos meus pensamentos, enquanto aqui embaixo a casa estava em completo silêncio dando a sensação de vazio.

Luana albuquerque, 22 anos.
@// kaynnab