44

36.8K 2.9K 1.4K
                                    

Luana 🧚🏼‍♀️

Ao amanhecer senti meu corpo sendo soltado e segundos depois sendo coberto, sabia quem era mas não fiz questão de abrir os olhos pra não poder meu sono. Então só me encolhi e me ajeitei, voltando a dormir como se nada tivesse acontecido.

Quando acordei era quase meio dia, tomei um banho e passei uma vassoura no quarto, fui esquentar o almoço e fiquei olhando televisão, até alguém bater na porta. Caminhei abrindo e vi um meninos que sempre estava por aqui e sempre que ele vinha, era algo pra me entregar.

E assim fez, ele me deu uma sacolinha e eu peguei agradecendo, quando abri vi pílula do dia seguinte e fui logo tomar. Achava um absurdo eu ainda não ter um celular porque eu ficava perdida no tempo, mas anotei o horário perto do relógio e fui comer.

Depois disso, passei uma vassoura na casa toda e queria tirar os lençóis pra lavar, mas era o único lençol de cama e da última vez que eu tirei pra lavar, dormi a noite sem lençol. 

Quase três horas da tarde e eu tava lavando a louça do almoço, alguém bateu na porta e por um momento achei ser o Gaspar, mas era o Coronel.

Coronel: E aí, loirinha. Fiquei sabendo que teu coroa tentou falar contigo.- Falou entrando na casa.

Luana: Sim... Deve saber também o que eu acho sobre isso, certo?! - Ele negou, se sentando.- O Gaspar não falou?

Coronel: Não vejo o Gaspar desde ontem que ele saiu contigo.- Fiz careta.- Só fiquei sabendo pela Andressa que ele falou contigo.

Luana: Eu só não quero voltar.- Falei enxugando minhas mãos.- E por mim eu iria pra longe daqui também, mas como você insiste em ter minha presença... Eu quero uma máquina de lavar e um celular, eu preciso de um celular, fora lençol de cama, roupa de dormir, eu preciso de tanta coisa. 

Coronel: Calma aí, dona de casa.- Falou em tom debochado e eu ri.- O celular agora não.

Luana: Achei que você já confiasse em mim.- Falei baixo e ele respirou fundo.

Coronel: Confio mas ainda desconfio.- Olhei pra ele triste.

Fiquei calada indo beber água e alguém abriu a porta da casa, olhei novamente e agora sim era o Gaspar, sorri de lado e ele bateu na mão do Coronel.

Gaspar: Bora treinar.- Falou contigo.- Te dou cinco minutos.

Luana: Você sabe que nunca são cinco minutos.- Falei baixo e debochando, ele pareceu ouvir pois negou e sorriu de lado.

Gaspar: Não vem com essas porra de roupa de patricinha não, põem um bagulho que dê pra treinar.- Falou apontando e eu fui pro quarto.

Peguei uma calça legging e uma blusa regata, quando ia saindo escutei os dois conversando.

Gaspar: Dá pra sustentar os bagulhos, daqui um ano ela vai querer meter o pé e vai esquecer de tudo aqui, então tá tranquilo.- Falou.

Coronel: Tá me dizendo que confia nela? - Ele ficou calado por uns segundos.

Gaspar: Acho que o celular num é bagulho de outro mundo. Já tomei duas provas que ela não vai explanar.- Comemorei mentalmente animada.

Coronel: Tu tá ficando com a garota, Gaspar? - Falou em tom sério.

Gaspar: Eu? - Escutei a risada dele.

Apareci toda lindinha pra eles e ambos me olharam dos pés a cabeça, Coronel soltou uma risada e Gaspar se levantou. Fui caminhando pra fora e Coronel me abraçou de lado e eu olhei pra ele, ele beijou minha cabeça.

Coronel: Qualquer dia desses tu vai ter minha confiança até pra sair desse morro sozinha, só precisa ter paciência! - Falou me olhando.

Luana: Tudo bem...- Falei baixo.

Coronel: Qualquer bagulho tá na conta do fantasminha aí.- Me soltou subindo na moto dele.

Gaspar: Como sempre, o mais bonito que se fode.- Falou subindo na moto dele.

Luana: Isso é pra você aprender a parar de ser chato.- Brinquei e ele me olhou de lado.

Coronel saiu buzinando e antes de eu subir o celular dele tocou, ele tirou da cintura e olhou, digitou alguma coisa e me olhou novamente, já que eu estava parada esperando ele.

Gaspar: Sobe.- Apontou com a cabeça e eu segurei nele, fazendo isso.- Tomou o bagulho?

Luana: Sim.- Falei segurando nele.

Gaspar balançou a cabeça e saiu comigo, demoramos mais que o normal mesmo ele estando em alta velocidade. Chegamos no topo numa casa, tinha alguns sacos de pancadas e sacos no chão.

Respirei fundo amarrando o cabelo e ele parou por trás de mim, senti sua respiração perto de mim e olhei pro lado, vendo ele me encarar.

Gaspar: Ta ligada essa unha aí que tu fez com o meu dinheiro? - Revirei os olhos em deboche.- Vai quebrar toda agora.

Luana: Aí você me dá dinheiro pra mais.- Ele soltou uma risada.

Como ele estava perto demais, dei um selinho nele vendo ele virar o rosto e puxar meu cabelo fazendo soltar, resmunguei com raiva e amarrei novamente, logo começamos a tentar treinar mas eu sentia tanta má vontade que só queria me deitar ali e observar ele.

Lance criminosoWhere stories live. Discover now