Por ambição, Verônica abandonou Esteban e a Colômbia em busca de fama e sucesso. Em seu retorno, ela descobre sobre a trágica morte da irmã e se vê obrigada a enfrentar os fantasmas do passado com a ajuda o ex cujo coração ela partiu.
A proximidade com Veronica mexeu com Estevan mais do que gostaria ou se permitiria admitir, não estava em seus planos o anseio por vê-la todos os dias nem os calafrios que seus sorrisos causavam - ele a superou, devia ter superado, sair do fundo do poço foi quase impossível e nem em sonho voltaria para lá.
No entanto, não podia deixá-la desamparada, não naquele momento, seria muita ingratidão e além do mais, devia isso a Carmen, mas como cuidar de alguém que atormenta seu juízo apenas pela proximidade? Como manter o sangue frio perto da diaba que partiu seu coração? A alternativa seria ajudar à distância, certo? Como Carlos disse, ele não era psicólogo e ela tinha família, por mais que se recusasse a estar perto deles. Só precisava aproximá-los e se afastar.
- O que foi, campeão? - Sula se aproximou ao notar sua expressão distante. - Parece tenso.
- Ele sofre de uma doença incurável chamada Veronica Rojas - Carlos se sobressaiu na resposta. - Ela afeta o bom senso e mata as células de amor próprio.
O mais novo dos Penã limpou as mãos em uma flanela e cruzou os braços na frente do amigo que revirou os olhos, descontente.
- Hilário, cara, hilário. - Estevan respirou fundo e revirou os olhos
- Eu tô falando sério, parceiro. Essa mulher não chegou a um mês e você já tá rastejando atrás dela feito um cachorrinho carente, pelo amor de Deus, cadê sua dignidade?
- Carlos, isso não é da sua conta. - Alberto interveio antes que a conversa pudesse seguir por maus caminhos.
- Deixa, ele tem razão. Não vou deixar essa mulher destruir minha vida de novo, mas não posso deixar ela sozinha em uma situação q-
- Em uma situação que não é problema seu, não é da sua conta. Ela é adulta, sabe lidar com as próprias questões.
- Carlos, a mulher acabou de perder a irmã, não seja insensível. - Sula o repreendeu, espantada com tamanha frieza.
- É, eu sei e sinto muito, já passei pelo luto e sei como é difícil. A questão é que ele ta usando a situação como desculpa pra ficar perto dela, pode não admitir, mas tá e o luto vai passar. Ela vai se recuperar e vai voltar a tratar ele como lixo, do jeito que sempre foi.
- Você guarda muito rancor dessa mulher...
- Não é rancor, são os fatos. Eu carreguei esse cara bêbado de boates por meses, curei ressaca, limpei vômito e agora que ele tá seguindo em frente e fazendo as coisas dele, ela volta feito um fantasma e ele vai assim que ela chama...
- Eu também sou adulto, você sabe disso, não é? - Estevan subiu o tom e franziu o cenho incomodado com a postura do amigo. - Eu sei me cuidar e sei o que eu tô fazendo, não sou mais um adolescente deslumbrado.