Atração Imediata - James Potter

Capítulo 26

- Amiga, tudo bem? - Perguntou Justin, o lufano parecia preocupado comigo, eu estava em completo e absoluto silêncio.

A conversa com Lilian permaneceu bem fresca em minha mente. Eu não consegui agir com maturidade e superioridade. O ciúmes se apoderou de meu psicológico e corroeu todos os pensamentos lúcidos. A noite chegou e ela trouxe consigo as inseguranças. Eu nunca agi no calor do momento, mas comecei a cogitar a ideia de torturar aquela bruxa.

Eu observei o olhar obcecado de Lilian e o comportamento distraído de meu namorado e líder dos marotos. O salão comunal tinha as meses cheias de bruxos conversando, mas eu não ouvia absolutamente nada. Eu não pensei com clareza quando levantei e marchei com a determinação de uma mulher apaixonada. Ele nem mesmo notou a aproximação.

James estava conversando com Sirius e Remus, a essa altura todos olhavam para mim e questionavam o que aconteceria. Os leões e texugos eram os mais interessados em como terminaria esse espetáculo. Eu simplesmente puxei Potter pelo suéter do uniforme e beijei o bruxo no meio do salão, para quem desejasse ver. Os gritos de comemoração ecoaram pelo ambiente, não houve hesitação.

O nosso primeiro beijo público, eu nunca imaginei que seria assim. O garoto esboçou o menor indício de surpresa, James retribuiu de maneira intensa e viciante. Os lábios tinham o sabor de baunilha e morango, combinação de sua torta favorita em Hogwarts. Ele me beijou como se o mundo fosse acabar em minutos e aquela fosse sua despedida. Os braços fortes me envolveram com firmeza e amor.

Eu não senti vergonha ou medo, tudo de insignificante desapareceu quando senti seus batimentos acelerados. A pulsação na região do pescoço mostrou que seu coração sofria a mesma aceleração explosiva que o meu. Meu coração pertencia a ele e vice versa. Eu nunca duvidaria de James de novo, muito menos, do sentimento que nos liga. É real e forte.

- Oi - Ele sussurrou assim que o oxigênio acabou e nos afastamos, ofegantes e com as bochechas rosadas.

- Oi - Sussurrei admirando o olhar com o brilho intenso e resplandecente.

James sorriu e eu retribui timidamente e sem saber o que fazer. A adrenalina começou a diminuir e a névoa de ciúmes desapareceu e deu lugar a racionalidade. Eu olhei para Evans e a garota tinha uma expressão raivosa, todas as minhas inseguranças ruíram, como o muro de pedras que desmorona com o tempo. Uma parte de mim estava satisfeita, ela começou a provocação, eu apenas terminei.

- Crianças, por favor, voltem aos lugares e terminem o jantar - Dumbledore pediu e não escondeu a diversão em sua voz - Agradeço a demonstração de afeto, mas peço que não se repita, sim? - Indagou paciente.

- Sim, senhor - Respondi e me afastei, eu puxei o uniforme e o arrumei da melhor forma que pude, ele ficou amarrado e torto.

- Adorei a visita, meu girassol - Gritou de seu acento, gerando risadas nos demais, seus amigos eram os piores entre todos.

Eu continuei andando, mas senti o calor se espalhar por meu rosto inteiro. Snape tinha um sorriso estúpido nos lábios, ele faria uma infinidade de provocações e brincadeiras com minha atitude abrupta. Retornei para o lugar e me acomodei no banco de madeira, eu ignorei os olhares analíticos e maliciosos. Entretanto, subestimei a personalidade de Anna, a jovem é uma verdadeira força da natureza.

- O que acabou de acontecer? - Exigiu de forma incisiva, não dando brecha ou chances para o diálogo.

- Lilian me procurou hoje e disse coisas que mecheram comigo - Respondi e notei um clima pesadelo pairar sobre a mesa.

- Ela fez o quê? - Cameron levantou com a pior expressão possível, carregada e repleta de indignação e pura fúria contida.

- Nos discutimos, eu ameacei ela. É uma situação complicada - Respirei fundo e cobri o rosto com as mãos.

- James ama você, Jasmim - Afirmou na intenção de me animar - Ele ganhou o dia, seu namorado está radiante - Apontou e segui sua direção com hesitação.

O bruxo continuava me olhando com um olhar apaixonado e carinhoso. Eu acenei e ele retribuiu imediatamente, é emocionante saber que estamos conectados. Olhei para os meus colegas de casa e eles sorriam, digamos que apostas foram feitas. Terminei de jantar e não perdi tempo para correr até a torre mais alta e distante do castelo. Ainda mais elevada que a torre de astronomia, poucos conhecem essas regiões de Hogwarts, é escondida.

Eu me sentei na beirada, garantindo que a paisagem da floresta negra fosse vista com sua beleza estonteante e magnetude. O céu e as estrelas brilhantes completaram o cenário, digno de contos de fadas. As árvores eram as que mais se destacaram, encobertas por uma densa camada de névoa acinzentada. Foi um deleite viver o suficiente para testemunhar as belezas espalhadas pelo mundo, começando a partir de Hogwarts e Castelo Bruxo.

- É lindo, não é? - Pulei assustada com a voz grave do professor de DCAT.

- Senhor Riddle? - Murmurei e levantei, o medo corroendo meus ossos.

Ele vestia roupas negras e pesadas, sua mão exibia grandes anéis prateados. O cabelo continuava perfeitamente alinhado, sem fios e detalhes fora do lugar. Eu não tinha uma saída, estava encurralada e amedrontada. Ele permaneceu parado diante da única saída e a expressão determinada em seu rosto mostrou que não sairia daqui tão cedo. Agradeci por ter trazido minha varinha, a sensação de segurança foi o fator encorajador e de esperança.

- Precisa de alguma coisa? - Perguntei e o homem sorriu, gerando desconforto.

- Eu não preciso de nada, mas querer? É outra história, minha querida - Afirmou e senti o sangue gelar.

- Querer não é poder, senhor - Sorri e seu sorriso sumiu, como passe de mágica.

- Eu não imaginei que a melhor bruxa de Hogwarts tivesse a língua tão afiada - Afirmou friamente, o oposto da imagem que ele tentou passar durante os últimos dias.

- Até a rosa mais bonita tem espinhos, é para se defender de predadores - Respondi de imediato e segurei a varinha com força.

- Acha que sou o predador? - Questionou e ameaçou se aproximar, mas parou quando a ponta de varinha deslizar através do tecido de minha camiseta do uniforme.

- Acho que você me seguiu até aqui, sem qualquer justificativa. Acho que a distância se tornou perigosamente preocupante entre nós dois. E acho que deveria recuar antes que um acidente aconteça e seu corpo seja lançado a metros daqui, senhor - Respondi e ele chegou perto da varinha, a ponta afundou em sua pele.

- Pode ser mandada para Azkaban por ameaçar um professor, senhorita - Sibilou, sua face sombria.

- Eu não ficaria por lá, senhor. Eu nasci a quilômetros de distância, do outro lado desse imenso oceano. Eu seria mandada para meus familiares e amigos. As coisas funcionam de maneira diferente no Brasil, e o senhor ficaria surpreso com o poder e influência que minha família possuí - Comentei de queixo erguido e a mente atenta aos seus movimentos.

- Estou interrompendo? - Dumbledore se encarregou de atrapalhar a discussão, eu não escondi o alívio diante da figura imponente do diretor - Jasmim, volte para seu dormitório - A ordem foi clara e eu obedeci sem hesitar, meu coração batia em ritmo muito acelerado.