Capítulo 31

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O natal finalmente chegou e todos eram sinônimo de alegria e entusiasmo. A mansão inteira se tornou um verdadeiro espetáculo, as luzes brilhantes poderiam ser vistas do outro lado da cidade. O pinheiro estava carregado e cheio de adereços chamativos, além de todas as demais decorações temáticas. O cheiro de chocolate e canela preencheu o ambiente, um verdadeiro paraíso gourmet.

James estava radiante diante dos laços e a proximidade que criei com seus pais. Seus olhos mostraram a felicidade que sentia, tudo estava acontecendo melhor que o esperado, a viagem está sendo proveitosa. Euphemia não poupou esforços para me agradar, atitude que gerou risadas em seu marido. Eu fui colocada em um belíssimo quarto, havia uma varanda e retratos de paisagens magníficas.

A papel de parede florido em tons de um dourado é simplesmente lindo. A cama estava posicionada no centro do cômodo, janelas em formato de arco garantia a iluminação total, é um pequeno pedaço do paraíso. O quarto fica próximo de onde meu namorado dorme, estou ciente dos poucos metros que nos separam, a distância é praticamente inexistente. Sirius se esbaldou com as brincadeiras.

Eu me aproximei dos marotos, mais que antes, e agora somos praticamente um grupo estranho e enlouquecedor. Eu recebi cartas de antigos amigos de longa data e de meus pais, o casal de bruxos apenas desejou felicidades e um belíssimo feriado. É triste, porém é mais do que recebi em outras ocasiões, algumas a dupla simplesmente esqueceu ou ignorou. Eu estou melhor aqui, é inevitável.

A pilha de presentes se acumulou, eram embrulhos de várias formas e tamanhos, uma mistura convidativa de cores e estampas. Sua diversidade gerou ondas de ansiedade, Petter e eu éramos os mais interessados. James é o mais contido nessa ocasião, algo chocante. O jovem rapaz estava jogando xadrez bruxo, seu pai foi o adversário da vez. Ambos eram bons e incrivelmente habilidosos.

- Querida, poderia me ajudar na cozinha? - Euphemia surgiu e atraiu minha atenção - Eu estou prestes a enlouquecer - Sorriu com uma beleza distinta e de tirar o fôlego.

- De maneira alguma, Sra. Potter - Sorri e caminhei até ela, aliviada por ser útil.

A cozinha era espaçosa e ampla, alguns elfos domésticos andavam pelo local. O caos e bagunça eram nítidos, havia farinha de trigo espalhado na enorme bancada, além de gotas de chocolate e morangos. Eu amarrei o longo cabelo com um laço vermelho e aguardei por orientações da matriarca da família. Nós duas ficamos em silêncio enquanto fazíamos todas as receitas escolhidas por ela.

Euphemia parecia analisar cada gesto e atitude partindo de mim. Estávamos fazendo os biscoitos favoritos de James, a mistura de massa de baunilha com nozes, além de gotas de chocolate e cobertura de morangos. Eu me senti integrada, por um breve momento, tive a sensação de segurança e carinho materno. A distância entre minha mãe e eu é grande, não tenho lembranças de situações assim.

- Soube que é uma das melhores alunas de Hogwarts, querida. Eu também soube você tem ajudado aqueles baderneiros a estudar, é um gesto admirável. Achei que veria o inferno congelar antes de ver James com um livro em mãos - Brincou e não escondi a surpresa com a dianteira, ela é maravilhosa.

- Jay tem se esforçado para melhorar as notas, é divertido vê-lo desesperado atrás dos livros da biblioteca - Respondi e ela acabou de juntando a mim, logo estávamos conversando e interagindo normalmente - Eu confesso que estava assustada em passar as férias aqui, eu achei que não gostariam de mim. Cogitei uma desculpa esfarrapada na viagem - Comentei e a senhora parou seus movimentos.

Euphemia franziu o cenho e não escondi a expressão de medo. Eu havia dado brecha e abertura para as verdades dolorosas que seus pensamentos constataram? Ela iria enumerar os meus defeitos por ordem alfabética ou de acordo com o grau de seriedade? E pensar no quanto me iludi até aqui, achando que causei uma boa primeira impressão. Respirei fundo e me preparei para o desastre iminente.

- Eu sempre soube que James precisaria de tempo para encontrar sua outra metade. E, uma parte de mim duvidou ele encontraria. Eu cheguei a acreditar que nunca veria meu bebê amando de verdade. A garota ruiva, Lilian, não passou de uma paixão boba, eu agradeço que ele tenha enxergado a verdade - Ela afirmou e permaneci quieta, mas atenta - Eu duvidei que ele encontraria uma mulher que entendesse o modo peculiar que ele enxerga a vida, porque convenhamos, James é impulsivo e se move de acordo com as emoções - Suspirou.

- É a característica da grifinória - Sorri na tentativa de aliviar o clima e funcionou.

- Sim, tem razão. A questão é que eu me surpreendi quando soube da sua existência, o medo de ver o meu menininho sofrendo gerou grande preocupação. Eu não suportaria vê-lo chorando e lamentando, não depois do caos e tristeza deixado por Lilian - Comentou e vi um rápido vestígio de raiva em seu olhar - Mas, eu soube, no momento em que vi você entrando naquela enfermeira, que James havia achado a mulher que o completaria. Você entrou para a família naquele mesmo dia, querida - Ela me puxou para um abraço apertado.

Eu retribui o abraço com força, lágrimas se acumularam em meus olhos, dificultando a visão, mas simplesmente ignorei. Euphemia é uma pessoa admirável, ela afastou o medo de meu coração e preencheu com amor. Eu senti carinho transbordando dentro de minha alma e gostei da sensação acalorada. O barulho de passos indicou a chegada de alguém, então o afastamento foi inevitável. Ela limpou o choro e beijou minha testa, como uma mãe faria em seu amado filho. E eu gostei.

- Amor, o que houve? - Perguntou James de maneira afoita, ele praticamente correu até onde eu estava.

- Eu estou bem, Jay, sério - Respondi nos segundos que se sucederam.

- Tem certeza? - Insistiu e ouvi a risada de sua mãe ao fundo.

- Sim, estávamos apenas conversando e eu fiquei emotiva - Revelei e seus olhos quase não piscavam, buscando indício de mentiras e hesitação - Eu estou perfeitamente bem, você está exagerando, querido - Sorri acariciando o rosto pelo qual me apaixonei.

- Agora fora da minha cozinha - Sua mãe o expulsou com o pano de prato.

- Mãe... - Ele reclamou constrangido, mas ela permaneceu firme.

- Fora, agora - Ordenou e observei como o bruxo revirou os olhos, mas obedeceu - Vou ensinar esse truque para você - Ela brincou de maneira descontraída.

- Esse eu já conheço, Sra. Potter - Respondi e rimos juntas mais uma vez.

Atração Imediata - James PotterWhere stories live. Discover now