𝐗𝐗𝐕. 𝒆𝒚𝒆𝒔

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𝐈𝐑𝐈𝐒

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𝐈𝐑𝐈𝐒

Para sairmos daquela festa tivemos que nos esconder entre os garçons e por fim aparatar.

Assim que paramos em frente a sede da Ordem, Helena começou a chorar, olhei para seus lindos olhos castanhos, que agora demonstravam dor e a carreguei até a porta, apesar de estar com o joelho machucado, tentei não demonstrar tanta dor, nem física, nem psicológica.

Bati três vezes na grande porta velha em minha frente, enquanto sentia o choro de Helena ficar cada vez mais doloroso e mais silencioso. Internamente, aquilo me matou, principalmente por não poder fazer nada, pelo fato de entender o que ela está passando e não poder fazer nada.

A porta foi aberta pela pessoa que eu não queria ver, não porque eu não gosto dela, mas pelo fato de que eu terei que ver a dor em seus olhos também, a dor de quem perdeu um irmão para o lado das trevas.

— O que aconteceu?

Sirius olhou para Helena e logo depois fixou seus olhos em mim. Aquele olhar, o olhar de quem está perdido, mas ao mesmo tempo o olhar de quem está com dor, dor ao ver sua amada chorando nos ombros da melhor amiga, dor ao ver a melhor amiga de sua rainha perdida.

— Nada de bom.

Entrei pondo Helena no sofá sussurrando em seu ouvido as únicas palavras que podia dizer, "tudo ficará bem", apesar de eu saber que não vai ficar. Vi os olhos da minha amiga se fecharem em meio a tantas lágrimas e só então eu olhei ao redor.

As pessoas me observavam, umas com frieza no olhar, outras com empatia, desviei meu olhar daquelas pessoas, olhando para o cômodo simples e escuro, com o papel de parede desgastado e quadros tão antigos quanto a minha bisavó, aqueles olhares das pessoas dos quadros me matavam tanto quanto os olhares das pessoas.

Meu olhar se direcionou a James, ele me olhava desde de que eu havia chegado, e só naquele olho tão azul quanto o mar eu me encontrei confortável.

Ele se aproximou de mim, mas não disse nada, apenas colocou as mãos nos meus ombros, me puxando para um abraço, que depois de dois segundos eu retribui, fechando meus olhos e sentindo uma ardência em minha garganta, pude sentir meus olhos formigarem , apesar de eles estarem fechados. Pude sentir o abraço de James ficar cada vez mais forte e mais acolhedor, seus olhos olharam nos meus, e só assim eu entendi que ele havia deixado de me abraçar.

Ele por fim se afastou sem falar nada.

— O que aconteceu? Por que o vestido de vocês está rasgado? Por que vocês estão machucadas?

— Resumindo, quando você-sabe-quem apareceu, Walburga, meu pai, Belatrix e... — Respirei fundo olhando para Sirius. — E Régulos, apareceram também.

James, Remus e Peter, de alguma forma mostraram consolo, James passou o braço pelos ombros dos amigos, Remus segurou a mão dele e Peter pegou uma água para o amigo e para mim também.

— Continue. — Moody pediu.

— Bella nos reconheceu e assim começou uma batalha. — Menti sobre o que realmente aconteceu, isso pode se manter entre mim, Helena e os comensais.

— Preciso falar com Dumbledore. — Ouvi Moody sussurrar para Edgar, um homem barbudo. — Não podemos deixar crianças irem para missões.

Uma parte de mim concordava com Alastor, era ridículo Dumbledore deixar crianças que ainda nem se formaram ir a missões tão perigosas.

Todos os adultos presentes olharam para mim, me sufocando de novo.

— Meninos, acho melhor vocês voltarem a Hogwarts, estarão mais seguros lá.

Ouvi Sirius bufar e pude entender exatamente o que aquilo significava;"Como vamos ficar seguros em um lugar onde há comensais espalhados?".

★★★

O relógio trouxa de Lily indicavam que eram 02:40 da manhã.

Ok, ainda não eram três da manhã.

O fato deste pensamento invadir a minha mente, foi apenas a voz da minha mãe falando: "Nada de bom acontece depois das três", um fato realmente verídico, já que da última vez que eu fiquei acordada até depois das três, Joshua e eu nos beijamos.

Me levantei rapidamente e silenciosamente seguindo para beber um copo de água, cenas da noite passada invadiam a minha mente e principalmente a jura de meu pai.

Não quero nem imaginar o estado em que minha mente irá ficar quando a "tranquilidade" tomar conta do meu corpo e meus olhos se fecharem deixando que meus pesadelos floresçam.

Pensando demais no assunto, acabo esbarrando em um corpo maior que o meu, olhei para cima tentando identificar os traços da pessoa imersa na escuridão e logo identifico quem é.

— James? O que está fazendo aqui, a essa hora da noite? — Ele coça o cabelo olhando para a parte de fora de Hogwarts, acompanho seu olhar e a única coisa que vejo são as árvores verdes, as estrelas e a linda lua cheia.

— O que você está fazendo aqui? — Ele pergunta dando grande entoação no "você".

— Estava indo pegar um copo de água.

— Não acha melhor nós irmos para a comunal? — Ele falou segurando minha cintura, eu o beijei na bochecha e confirmei.

O caminho até a comunal foi silencioso e apaixonante, beijos roubados, abraços, mãos bobas que atravessavam as costas da minha camiseta e beijinhos na bochecha.

Assim que passamos pela mulher gorda e eu pude ver um ponto de luz laranja, entendi que agora cada um iria ao seu dormitório.

James me deu um beijo apaixonante e mágico, minhas pernas bambearam e apesar de já namoramos a um tempo, a mágica nunca se perde.

Minhas mãos o afastaram gentilmente do beijo e ele por fim me deu boa noite, indo para o seu dormitório.

O puxei pelos braços, respirei e sussurrei:

— James me prometa que, quando ou se houver, qualquer intromissão de qualquer comensal na sua vida, você irá falar comigo.

— Claro, me prometa isso também. Rainbow.

— Eu prometo. — Dei um pequeno selinho em sua bochecha e subi as escadas, tentando afastar os pensamentos ruins que vinham com cada vez mais força.

Esta promessa não passa de uma pequena mentira, que causará um grande erro.

My RainbowWhere stories live. Discover now