08- Um bom príncipe talvez não se sinta bom o suficiente

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    22 DE NOVEMBRO DE 2021

    Tudo bem, havia uma pequena possibilidade de Hans estar totalmente encantado por Donatella Vacchiano, quase que apaixonado por aquela mulher. A via quase todos os dias pela cidade e tinha certeza de que ela era como uma obra de arte, talvez como aquelas mulheres clássicas dos anos 80, com suas roupas estilosas escuras e batom vermelho. Era como Audrey Hepburn em "Bonequinha de luxo", mas um pouco mais refinada e séria.

    E então, Hans tomou uma decisão arriscada: Chamar ela pra sair.

    —Que? Enlouqueceu, Hans?—Emmeline arregalou os olhos ao ouvir todo o relato da paixonite do irmão pela chamada de vídeo. —Onde já se viu, o futuro rei de Liechtenstein apaixonado por uma plebeia! Tem ideia do peso disso pra mídia?

    —Você tá falando igualzinho o Elijah, sabia disso?— Hans revirou os olhos. —E isso não foi problema com o príncipe William da Inglaterra, ele casou com a Kate Middleton e todo mundo amou!

    —A Inglaterra é uma bagunça, Hans. E ele é tipo, o segundo na linha de sucessão? Não é nenhum risco. —Emmeline resumiu. —E não falo em tom preconceituoso, você ama quem você quiser mas... você não é você agora. Você é Harry Lancaster, como a garota se sentiria se fosse enganada?

    —Bom, pode ser algo temporário, só enquanto eu for Harry. —O príncipe tentou se explicar.

    —Até parece, né Hans? Você se apaixona por qualquer um que te der um bom dia mais simpático! Você vai em um encontro com a moça e já vai querer casar com ela. —Emmeline exagerou, o fazendo rir. E não estava errada, Hans era um romântico incurável.

    Mas, o que ele poderia fazer? No momento de vida que estava queria algo assim, clichê e verdadeiro. Não apenas ser desejado pela pessoa, mas também ser amado, independente de quanto tempo passasse. Queria acordar todos os dias ao lado da mesma pessoa e apenas ser grato aos céus por poder ter alguém consigo. Ter aquelas conversas de madrugada que ninguém realmente se lembra, mas são importantíssimas. E acima de tudo, estar com alguém e ser apenas Johannes, não o príncipe –futuramente– rei de Liechtenstein.

    E ele sentia que podia viver aquilo com Donatella.

    —Só toma cuidado pra não sair do disfarce. A Chiara e eu acobertamos sua fuga e prometemos passar pano pra você, mas seu prazo tá acabando e se fizer besteira, a gente deixa você se ferrar sozinho, tá bom?— Emmeline pediu, com seu tradicional tom materno, nem parecia que era a mais nova ali. —Amo você, se cuida e, não quero sobrinhos.

    —Também te amo e, devo te dizer que Donatella tem duas filhas adoráveis, então vai ter sobrinho você querendo ou não. —Sorriu atrevido e desligou a chamada.

    Então agora era a hora: conquistar Donatella e convencê-la a ir em um encontro com ele.

    Ah, mas se o homem ao menos soubesse que Donatella já estava encantada por ele... nem precisaria tantos esforços.

    —Aí amiga, mas sério, as vezes eu acho que ele é sei lá, da realeza de algum país muito bom e fugiu pra tentar ser alguém normal, porque esse homem nem parece de verdade. Porém, 0 expectativas aqui, sou uma mulher realista. —Donatella contou para a amiga Calliope, durante seu trabalho de meio período na cafeteria.

    —Então espero que esteja certa mesmo, amiga, porque seu príncipe fugitivo acabou de entrar aqui. —Calliope sorriu ao ver o olhar arregalado em choque de Donatella. —Vai lá, amiga.

    —Olá, seja bem vindo a "What do you fancy, love.", me chamo Donatella e estou aqui para atendê-lo. Como posso te servir hoje? —Ditou ela, mantendo o profissionalismo.

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