15- Apenas seja minha.

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    24 DE DEZEMBRO DE 2021

   

    Desde o início do dia de véspera de Natal, Eileen, Emmeline e Chiara estavam confabulando juntas e planejando algo secreto juntas. E Hans odiava não saber das coisas.

    —O que as madames estão organizando aí, hein?— Hans entrou na sala da mãe.

    —Da licença que essa é uma reunião feminina?— Emmeline levantou pra fechar a porta.

    —Mas...

    —Sai, Hans! —Todas pediram.

    Mas então, perto de 15h, resolveram envolver Hans em seu projeto também.

    —Hans, hora de reagir, amado! —Emmeline anunciou antes mesmo de entrar no quarto dele.

    —E pra quê? Vocês estão me excluindo desde o começo do dia. —Hans perguntou.

    —Acontece, meu filho, que vamos proporcionar sua reconciliação com a Donatella. —Eileen anunciou e sorriu largo.

    —Como a senhora sabe dela?

    —Ah meu filho, por favor né? Mãe sabe de tudo. Agora levanta, vai se arrumar que temos um relacionamento pra restaurar.

    —Mas... Chiara, tudo bem pra você sobre isso? Não quero parecer desrespeitoso...—Hans hesitou.

    —É claro. Caso não saiba, reizinho distraído, anunciei na Internet que nosso casamento não passou de outro dos esquemas de Elijah e que somos apenas bons amigos, então... —Chiara tirou a aliança e sorriu. —Vamos nessa!

    [...]

    Donatella e suas filhas estavam voltando de mais um jantar comunitário da cidade, que já era costume dos natais desde seu divórcio. Ela se sentia mal por não poder dar um Natal decente para as filhas, mas era grata pelas pessoas que colaboravam pra que pudessem ter algo assim.

    —Nossa, eu comi tanto! Tô muito cheia. —Aurora exclamou e riu. —A mousse de limão da tia Calliope tava uma delícia!

    —Tava mesmo, esses jantares são tão legais, né? Um dia, eu quero ter muuuuito dinheiro, assim eu posso fazer coisas boas pelas pessoas também. —Verona comentou.

    —Isso é honroso meu bem, de verdade.—Donatella destrancou a porta de casa e entrou. —Eu sinto muito por não poder fazer o natal de vocês ser mais legal mas, enquanto podermos estar juntas, é o mais importante, certo?

    —Sempre! —As duas disseram juntas.

    Mas quando Donatella acendeu as luzes da sala, quase caiu pra trás. Hans estava ali, e havia decorado todo o ambiente com luzes natalinas e até colocou meias na lareira, e também, montou uma árvore de Natal que tinha alguns presentes em sua base. Quando ele as viu, abriu um largo sorriso.

    —Aí meu Deus, que lindo! —Verona sorriu empolgada. —Eu tava brava com você Hans, mas agora tô feliz!

    —Espero que tenham gostado, meninas. E tenho presentes para todas. —Hans se abaixou e pegou uma caixa cor de rosa. —Esse é pra você, Aurora. —Pegou uma caixa vermelha. —Verona, esse é pra você. E Donatella, como sei que é uma mulher clássica, tenho um presente pra você também. —Hans entregou uma caixa para Donatella, era de um veludo preto.

    —O que é tudo isso?— Donatella questionou.

    —Um pedido de perdão, Donna. Não só a você, mas Aurora, Verona também. Eu menti, pensei mais em mim mesmo mas não nos efeitos que isso teriam nas pessoas que me receberam e me trataram tão bem. —Hans se explicou. —Consegui entrar porque ainda tinha minha chave, aqui está. —Entregou para Donatella.

    —Achei ter sido clara de que não queria te ver mais, Hans. —Donatella fechou a cara.

    —Eu sei, e eu vou respeitar sua vontade.  —Hans concordou. —Mas tem uma coisa, Donna, que não sei se lembra disso. Em 12 de abril de 1996 eu passei pelo pior momento da minha vida. Perdi meu pai e no dia do meu aniversário. Meu dia estava sendo horrível, até que uma garotinha com o sorriso mais bonito que eu já vi na vida. —Ele tirou o colar. —Speranza, forza i amore, as três bases essenciais pra vida. Você não tem ideia, Donatella, de quanto eu esperei por rever você todos  esses anos. Esse presente mudou minha vida, e nesse Natal, meu maior presente foi ter tido essa oportunidade de te ver, 20 e poucos anos depois.

    —Mas... você é o rei agora, você tem tudo, isso ainda é importante?

     —É claro. Acontece que... quero que seja minha speranza, forza e amore. Quero que seja minha namorada, minha noiva, minha esposa, minha princesa ou rainha. —Hans se aproximou dela e rodeou sua cintura com delicadeza, traçando pequenos desenhos com a ponta de seus dedos ali. —Apenas... seja minha, por favor. —Praticamente implorou, desacreditado de sua completa vulnerabilidade perto da mulher. O que o amor não fazia com alguém, não?

    —Beija ele logo, mãe! —Verona interrompeu a cena, fazendo os dois rirem.

    —Comprou minhas filhas tão fácil assim? —Donatella questionou com falso choque.

    —Luzes natalinas e um bom discurso convencem bem, não?

    —É, me convenceu também. —E sem pensar duas vezes, Donatella o beijou. Não foi algo demorado ou super romântico, logo se afastou dele e sorriu, desacreditada da situação em questão. Ela tinha o rei de Liechtenstein ali, em sua casa, e totalmente bobo por ela. —E agora...?

    —Quero que vá para o castelo comigo. Você, Verona e Aurora. É claro, se não for um problema para elas.—Hans propôs.

    —E a gente vai conhecer a rainha Eileen, e a princesa Emmeline?—Verona questionou com os olhos arregalados e ele concordou. —Vamos mamãe, por favor!

    —Aí a gente vai ser princesa! Princesa Aurora, igual do desenho! —A mais nova comemorou.

    —Bem, então... vamos ao castelo! Esse é sem dúvidas o natal mais louco de todos. —Donatella riu desacreditada. —E tudo, graças á um pingente.

   

    O PINGENTE DE NATAL.

The Christmas Pendant Where stories live. Discover now