12- Príncipe medroso e uma tentativa arriscada.

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    —Quando pretendia me contar, hein?— Donatella esbravejou.

    Mentiras não costumam durar tanto tempo, mesmo que para a realeza.

    —Eu quase perdi minha casa e a guarda de minhas filhas por ser cúmplice da fuga do principezinho bonzinho, sabia disso?!—A mulher seguiu com seus protestos, e agora não controlava mais as lágrimas.

    —Donatella querida, eu sinto muito, de verdade, eu...

    —Desculpas não vão consertar seu erro. Junte suas coisas e vá embora daqui, suma da minha vista. Eu não quero ver você nunca mais. —Determinou ela.

    —Soltem elas, agora!— Hans mandou, mas não houve movimento dos guardas. —Soltem elas, não me ouviram? Soltem Donatella e as crianças!—E assim eles fizeram. —Donatella, por favor, se me deixar explicar eu juro que...

    —Eu não quero ver você nunca mais, e muito menos te ouvir. Pegue suas coisas e vá embora logo! —Donatella gritou.

    —Calma mamãe, por favor. —Aurora pediu, nervosa. Seus olhos estavam cheios de lágrimas que poderiam cair a qualquer momento.

    —Verona, vá lá pra dentro com sua irmã, ok? Tranque as portas e ligue uma música bem alta. —Donatella pediu e beijou a bochecha da filha. —Faz isso pra mamãe, querida.

    —Tá bom mamãe, não fica brava com ele. —Verona pediu e seguiu pra casa com a irmã.

    Donatella parou com as mãos na cintura e respirou fundo, deixando algumas lágrimas escorrerem por seu rosto.

    —Majestade, eu não entendo porquê faria isso. Você não é mais nenhuma criança, como conseguiu causar tantos problemas?

    —Só me chama de Hans, por favor. Eu juro Donatella, que não esperava que acabasse dessa forma. Eu sinto muito querida, por favor me perdoe. —Hans praticamente implorou. Odiava estar longe do controle, e ainda parecer frágil pra outras pessoas.

    —Acho que é hora de cortarmos vínculos, Majestade. Já causou problemas demais por aqui.

    E mesmo a contra gosto e com pedaços de seu coração se partindo pelo caminho, Hans foi embora. Pra sempre.

    [...]

    —Maninho me perdoe! Eu esqueci de avisar do retorno, me desculpe mesmo, eu...

    A pobre Emmeline estava desesperada tentando falar com o irmão a todo custo, mas mantendo a seriedade, Hans seguiu até a presença do rei, assumindo seus erros como alguém minimamente responsável que era.

    —Johannes, me escuta! —Emmeline esbravejou e bateu o pé, seu salto ecoando forte no pátio do castelo.

    —Emmeline, minha irmã. —Hans sorriu fraco pra ela. —Tá na hora de eu assumir meus erros, querida. Está tudo bem, ok? Deixa comigo a partir daqui.

    E então, Hans seguiu para a sala do rei. A sala onde sempre seu pai estava lendo seus vários livros e ouvindo musicas, desde The Clash á INXS. Era o ambiente mais calmo do castelo, mas agora era pura tensão, medo e raiva. Hans sentiu o ar denso somente ao pisar no cômodo.

    —Majestade. Estamos com ele. —Adam disse quando entraram na sala.

    —Obrigado Adam, já pode se retirar. —Quando o homem saiu, Johannes se virou. Seu rosto estava transtornado pela raiva. —Eu não vou dizer nada, vou deixar que se explique e depois eu acabo com você.

    —Elijah olha, eu peço desculpas sinceras, e não espero que me entenda, mas eu fiquei com medo de assumir o trono e a ideia de um casamento arranjado é assustadora, eu só... foi uma reação irresponsável e eu peço perdão por isso. —Hans se explicou, de cabeça baixa. Como um príncipe medroso.

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