Capítulo 49

644 60 1
                                    

-Não deixem que escapem!-a voz imponente de Eros persoadia o silêncio que se instalara na capital, a um fio de quebra-lo e despedaça-lo como pequenos pedaços de cacos de vidro, sem chance de reparar-se-O guardião do fogo é nosso principal inimigo agora! Peguem-no antes que possa escapar!-a patrulha noturna composta pelo exército verde do Rei Dangelo, assentia coreografadamente batendo contra o solo suas lanças feitas sob o aço mais puro e resistente que surgira dos mais valiosos quatro cantos do mundo-Ele se tornou inimigo número um do Estado!

O palácio instaurou o caos em questão de segundos, quando fora preenchido pelo sons de armaduras colidindo com o mármore, aço se chocando contra aço e lamúrias de soldados recém inimigos da coroa. Nobres bêbados deixando seus aposentos a força para um lugar seguro.

Se existisse algum.

-Eu ainda não posso acreditar no que Phoenix acaba de fazer!-suspirou Dangelo atormentado e enfraquecido. Suas mãos passeavam em um ato desesperado por seus fios de cabelo e sua respiração estava irregular como a do outro, de armadura ao qual carregava a espada que já havia ceifado muitas vidas-Isso é um ato de desespero....de-de...

-Amor...-a voz de Vance preencheu o ambiente. Estava tão controlado quanto as brisas que banhavam os jardins do castelo-Um homem apaixonado não pensa nas consequências de seus atos. Sabemos por experiência própria...

A sala do trono mesmo que estivesse apagada ou sequer sem vida pós festa, ainda carregava o ar denso pelas cortinas pesadas que tampavam a circulação do ar pelas janelas, as tochas apagadas e os tronos vazios. Taças sem seus donos e no entanto, observa-se em demasiado, entre os pilares e degraus, mármore e tinta desgastada com o tempo, os arredores escuros ao qual chamas escrutínias ainda brandavam, poderia-se encontrar pedaços de vestes nobres deixadas para trás, por aqueles destemidos da noite, sem medo de retaliações ou manchas em suas reputações. Lugares que poderiam contar uma história completa de amor, desejo ou sequer paixão proibida...Mas que agora, estava repleto de ressentimento, ódio e revoltas.

-Phoenix foi inconsequente, orgulhoso e egoísta!- a voz carregada de raiva do cavaleiro mergulhava na penumbra do salão festeiro. A dor brincava por seus olhos coloridos tais como os dos outros-Nós a amamos também e no entanto nenhum de nós pensou em sequestra-la!-observou quando Vance parou mediante em meio as suas palavras, quase como um culpado. A arma que estava em suas mãos, apontara rapidamente contra seu peito-Porra!-urrou perplexo.

-Não me culpe!-brandou fortemente que, marcara o ar com seu próprio fôlego pesaroso-Embora sejamos Deuses irmão, eu jamais serei o mais santo! Admiro Phoenix! Admiro sua idiotisse...No entanto, eu nunca seria tão tolo!-estivera todo o tempo erguendo as mãos em defensiva.

Dangelo rapidamente alcançou a espada de Eros e a tirou de suas mãos.

-Isso não importa mais!-argumentou jogando o objeto pelo chão da sala do trono, frustado-Nós estamos noivos! Vocês deveriam ter abdicado de suas intenções para com ela muito antes!-apontou, desapontado.

Um sorriso perverso quase se apossou das expressões de Vance. E antes que pudesse entender sua origem, as portas foram abertas para a entrada do Regente do Reino do Calor.

Os exércitos azul, branco e verde dominaram os soldados vermelhos com uma facilidade supreendente, uma vez que, foram declarados inimigos principais dos três reinos restantes. Sua relações econômicas e sociais foram restritas ao nada e a sociedade estamental ao qual viviam nunca estiveram em tão crise como esta.

O homem foi arrastado por outros dois de armadura azul e jogado aos pés dos Reis. Sem vestes apropriadas e um rosto que demarcava a presença de um sono irrompido, Jhonathan Gallis, um nobre de sangue azul e de importância socio-econômica para o vasto continente, estivera com seus dias contados em Reaghan e em qualquer lugar ao sudeste, sudoeste e noroeste, uma vez que fora chamado para realizar o acordo matrimonial entre seu Rei e uma possível pretendente depois de séculos.

-Majestades!-curvou-se, mesmo estando imobilizado ao chão pelo pés dos soldados-Espero que seja um engano e que possamos conversar civilizadamente....

-Não há engano algum!-protestou como um trovão, Eros-Seu Rei acaba por sequestrar a noiva de Dangelo e se rebelir contra o que foi acordado!-argumentou-Seu território pagará por sua traição a coroa.

-Oras...-deixou escapar um sorriso frouxo. O homem de meia idade ainda tinha seu humor intacto, uma das coisas ao qual Phoenix admirava-Esta confusão inteira se deve por causa de uma mulher?-questionou, arqueando uma sobrancelha grossa em contra gosto-Com todo o respeito, vossas majestades o conhecem como ninguém! Phoenix é apenas um jovem apaixonado e desajuizado, não devemos pagar por sua imprudência...ainda mais quando se trata de apenas uma jovem mulher...Deixem me contacta-lo...

-ELA NÃO É QUALQUER MULHER, PORRA!-Dangelo urrou contra os ventos e chutou o trono que uma vez fora do guardião-Rei procurado, quebrando-o ao meio e desmanchando em pedaços, palco da ruína que se seguiria.

-Então os boatos que circulam são verdade!-apontou impressionado e seus olhos se arregalaram levianamente-Vossas majestades estão apaixonados por uma mesma mulher...

-Basta, homem!-interrompeu Vance-Você será um grande exemplo aos seus...-caminhou em passos calculados até o homem abarrotado contra o chão de mármore-O primeiro...-puxou a barra de sua camisola erguendo-o até que seus olhos estivesse pareados, uns nos outros-De muitos outros que estiverem afiliados ao Reino do Calor! Pense pelo lado positivo...-refletiu quando vira o homem engolir em seco e ser o culpado por desmoronar a estrutura do sorriso debochado-Será um mártir para seu povo e talvez com o tempo e com a narrativa correta, terá até um feriado com seu nome...

Soltou-o, fazendo seu rosto bater contra o piso. Caminhou sobre os degraus de volta ao seu trono, sentando-se, diabólico. Observando a destruição enquanto brincava com o anel em seu dedo anelar.

O homem se ajoelhou e pediu por redenção, mas os homens estavam cegos e irreparáveis.

-COMO NÃO VEEM QUE ELA ESTÁ CAUSANDO TUDO ISSO?-berrou quando Dangelo se abaixou para capturar a espada entre os dedos-ELA SERÁ A DESTRUIÇÃO DO MUNDO!-contra-argumentou e apesar dos fatos, não lhe deram ouvidos.

Contudo, o homem, Jhonathan Gallis, de Akemis, como um bom religioso e leitor devoto do antigo testamento, orou por sua redenção aos Deuses e sua salvação para o paraíso próximo-Não temereis o mal, pois tu estás comigo...-continuou conforme as lágrimas caiam e os passos de Dangelo contra os degraus anunciavam a morte próxima.

A espada sem nenhuma relutância adentrou contra o peito dele, causando a parada de seu coração retumbante. Suas últimas palavras foram como uma canção de dor e angústia e se aproximavam como promessa pelos corredores aos quais soldados arrastavam mais pessoas.

E como uma vez a calmaria exalava pelas paredes barrocas, agora, apenas a tempestade pós-calmaria que encharcavam e inundavam até as profundezas do coração mais puro de toda Reaghan.

O que Jhonathan Gallis não soubera é que, não haveria paz ou algum paraíso para consola-lo pós morte, já que, os Deuses apoiavam a decisão dos Reis.

O som do metal perfurando a carne foi como uma melódica de um instrumento angelical junto a sinfonia das respirações controladas deles e as grandes portas que se abriram, seguiram-se no mesmo ritmo.

Mais passos foram ouvidos. E um exército particular de mercenários adentravam o local luxuoso com o novo tapete de sangue. Gotículas espiravam aos lados quando as armaduras se chovam contra a possa crescente e logo mais homens se curvavam.

-Majestades...-comprimentou Frédéric Ferrax, Senhor Maior de Reaghan-Peço perdão pela minha ausência na festa de recepção relacionada as suas vindas, mas tive que velar o corpo de uma tia querida esta tarde...Recebi um chamado urgente no manso senhorial horas atrás e vim assim que soube...

Dangelo desceu os degraus e esticou suas mãos para um de seus fiéis Senhores Maior à sua frente e logo o homem repousara um beijo devoto nas costas de sua mão.

-Meus pêsames Frédéric...- consolou enquanto analizava os olhos negros do jovem homem acompanhado de um rosto quadrado e cabelos grandes e sedosos aos seus pés e levemente viu-os faiscaram por dentro e puxou a mão rapidamente desviando o olhar-Preciso de seus serviços imediatos...-comentou caminhando de volta ao seu trono-E espero que não esteja cansado demais para mais velórios...

A Protegida dos ReisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora