Capítulo 02: Eu queria ter a sua vida - Parte 01

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Aviso: caso não tenha lido a explicação descrita no capítulo intitulado de "Arco I", sugerimos fortemente que o faça.

Pierre havia acabado de chegar em sua casa na França e estava exausto. Ele sentia que havia pegado um plantão de trinta e seis horas, mas na verdade, só havia encontrado uma das meninas que tinha magoado ao longo da vida.

Por mais absurdo que parecesse, desde que o francês começou a tentar se redimir, ele preferia quando as garotas eram agressivas com ele. O jovem não se sentia merecedor de qualquer compreensão, e quando esta acontecia (como naquele dia) ele se sentia extenuado.

Havia chorado feito uma criança que se perdera da mãe no Jardim de Infância, enquanto a jovem o tratara da melhor maneira possível. Desde recebê-lo educadamente a perdoá-lo de coração, depois de todo o seu relato.

O rapaz olhou para o seu relógio, verificando que passava um pouco das dezoito horas. Logo mais, seria o jantar e o bruxo não estava nem um pouco animado para tanto. Por isso, decidiu adiar tal evento o máximo que pudesse e foi se esconder em seu quarto.

Ao chegar no quarto e fechar a porta, Pierre foi verificar a correspondência que havia sido deixada ali. E por mais que ele tentasse, não conseguia deixar de ter esperanças de receber uma carta de Sophie.

E durante todos os dias, desde que deixara a Escócia, o francês tinha uma nova frustração. E naquele dia não foi diferente.

Revoltado, Pierre arremessou as cartas no quarto. O "engraçado" de tudo isso era que o rapaz nem ao menos sabia se leria a carta, caso ela viesse.

A busca dele por respostas não o impedia de sentir medo. O reconfortante da ignorância era que ele não tinha confirmação de que era o único apaixonado, naquele relacionamento que tanto tinha se doado.

Ele precisava de um ponto final. Ele achava que a ex-noiva teria essa consideração, não só porque tudo tinha terminado de um jeito horrível, mas também porque não era típico de Soph se esquivar. Ela sempre enfrentava as situações de frente e aquele ensurdecedor silêncio era como uma peça mal encaixada de um quebra-cabeças. Não fazia sentido.

O francês balançou a cabeça, forçando-se a desistir de tudo àquilo. Então, com um aceno de varinha organizou os papéis de volta na mesa e depois olhou para seu relógio de pulso:

- Mérde... - Já era a hora do jantar, o qual ele tanto queria evitar. Porém, como sabia que isso não seria possível, decidiu que era melhor descer.

(...)

Os quatro membros da família Paradie jantavam tranquilamente. Porém, Pierre sabia que era questão de tempo para que tudo mudasse. Ele ainda não havia decidido se iria continuar sua formação para ser curandeiro na França ou na Inglaterra e aquilo era o mais novo ponto de tensão entre ele e o seu relacionamento com os pais.

Ainda que ele tivesse pedido perdão aos genitores, depois de toda a sua sequência de erros e seus pais tivessem deixado tudo para trás, o fato de Pierre estar considerando ir para um país em guerra de livre e espontânea vontade... Não havia como ter um mínimo de concordância.

- Quando é o prazo final para responder ao Saint Mungus? - Perguntou Elise, sorrindo ao filho.

"Bingo"

Foi a primeira coisa que Pierre pensou, a segunda foi:

"Na mesma data que te falei ontem."

Mas ele apenas seguiu com o plano inicial e repetiu a data pedida, já sabendo qual era o próximo passo: seus pais fariam uma lista das vantagens de ficar na França. E foi exatamente o que aconteceu.

Lumus Hogwarts - Vol.3 Where stories live. Discover now