Capítulo 17: Pessoas Normais - Parte 01

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Dentre as várias coisas que Pierre não esperava que acontecesse com sua pessoa, invadir o apartamento dos próprios pais para abrigar o cara que havia beijado sua noiva e a mãe dele, com certeza estava no topo da lista... Aquela situação, para dizer o mínimo, era desconfortável.

E era por isso que o francês tentava passar o mais desapercebido possível, sem o uso da magia. Não que ele não tivesse pensado em usar um feitiço ilusório, mas usar recursos mágicos em sua própria casa, por conta de uma pessoa que nem gostava... Não estava dentre as opções, não interessava se tudo aquilo estava acontecendo por conta da guerra, ele tinha um mínimo de dignidade. Afinal, mesmo que estivesse usando aquela residência clandestinamente, ainda pertencia a sua família.

Contudo, a tentativa de manter a dignidade de Pierre, não ia muito além disso. Do contrário, ele não estaria abastecendo o apartamento para Maggie e Richard às três da manhã, ao invés de ir em um horário normal e tentar ter qualquer tipo de convivência com algum dos Timms.

- Então, meu filho realmente estava certo: a comida não chega aos armários magicamente! - A voz de Margot preencheu a cozinha, fazendo Pierre congelar no local em que estava: mais precisamente, na parte da dispensa, de costas para a entrada.

- Não quis acordá-la Sra. Timms. - Respondeu Pierre, após vários minutos, os quais Maggie fez questão de fingir que não foram tantos assim. - Peço desculpas.

- Não me acordou, querido. - Respondeu a jovem senhora, com sua voz doce. - Anos trabalhando em plantões em hospitais... Se tornou um hábito poucas horas de sono e trabalho de madrugada.

- Ah... claro. - Disse Pierre, lembrando a si mesmo que Margot era da área de saúde. - Eu já estou quase acabando... - O rapaz apontou com a cabeça para os itens que havia trazido que se organizavam na dispensa.

- Você está estudando para ser médico, não é? - Questionou Margot, colocando água na chaleira e ignorando a sutil sugestão de Pierre para que ela voltasse para cama.

- É...sim! Curandeiro! - Respondeu Pierre, ainda bastante sem-graça.

- Sabe, nunca me acostumo com esses termos... Na verdade, mal entendo esse mundo. Apesar de me esforçar, por meu filho morar nele. - Maggie separou duas canecas, ignorando o sinal de recusa do francês. - Cupcakes de banana com chocolate ficam muito melhores com chá. - Disse a senhora, como se isso justificasse tudo. Um baque pode ser ouvido, indicando que a dispensa havia sido totalmente reabastecida. - Ótimo, assim podemos lanchar mais sossegados.

(...)

Se Pierre não soubesse que em Maggie não havia uma gota de magia, ele acreditaria fielmente que estava sob efeito da maldição imperius, pois lá estava ele, contra todas as suas vontades, apreciando os melhores cupcakes que já tinha comido na vida.

- Obrigada. - Disse a jovem senhora, quebrando o silêncio, enquanto mexia seu chá vagarosamente.

- Não há pelo o que... - Margot interrompeu Pierre, com um sorriso doce.

- Não estou me referindo à estadia, por mais que eu esteja agradecida. É claro. Mas por sua delicadeza em tentar tornar algo menos estranho... Tenho observado você e hoje decidi acabar com toda essa situação. Já é loucura demais o que você está passando, então... decidi que é melhor sermos amigos. - Obviamente, Pierre engasgou-se.

- A senhora quer ser amiga do cara que esmurrou seu filho? - Perguntou o jovem, enquanto tomava pequenos goles de chá para terminar de se desengasgar.

- Vou ser amiga do dono da casa que estou hospedada. - Corrigiu-o Margot, calmamente.

- O que seu filho pensa disso?

- Nunca pedi autorização a ele, nós assuntos de minha vida. Mas considerando que ele está vivo, devido a uma notícia falsa arquitetada por Soph. E que só foi possível, porque você se arriscou e disponibilizou esse lugar... Acho que ele pode engolir um pouco do orgulho.

- Eu não deixaria... Não seria minimamente justificável... - O rapaz procurava as palavras, quando Maggie colocou segurou suas mãos.

- Eu sei. - Ela continuava com as mãos sob as do rapaz. - Mas poucos teriam a boa vontade de se fazerem invisíveis dentro da própria casa...

- Tecnicamente, é a casa dos meus pais... - Pierre deu um sorriso de lado.

- Sinto muito por tudo que aconteceu. - Disse Margot, depois de um silêncio reconfortante ter se instalado. - Não sei se meu filho já te pediu desculpas, mas caso não... Em nome dos Timms, peço perdão.

- É bom ouvir isso. - Respondeu o jovem balançando a cabeça e sorrindo de lado. - Não apaga ou torna tudo mais fácil, mas é bom.

- Sabe, se vamos ser amigos, precisamos procurar um assunto para conversar. Afinal, espero que você não continue saindo super cedo e chegando ultra tarde para não cruzar comigo ou com meu filho...

- Alguma sugestão? - Como a resposta de Margot foi um aceno positivo de cabeça. - E qual seria? - Margot se levantou e foi até uma estante da sala, trazendo consigo um livro. - Quer saber mais sobre ervas mágicas e poções? - Perguntou o rapaz, depois que Maggie lhe deu o livro.

- É o mais próximo da área de saúde que posso chegar. Além disso, parece uma boa maneira de não enlouquecer trancada aqui dentro.

- Sabe... - Iniciou Pierre, olhando atentamente para o livro em suas mãos. - Precisa de magia para realizar as poções... Infelizmente não é só jogar tudo em um caldeirão. - A jovem senhora deixou os ombros caírem, desapontada.

- Então, tudo o que resta é ficar aqui, esperando o próximo ataque e torcendo para que a mentira que Sophie planejou seja boa o suficiente?

- A amizade caiu por terra então? - Perguntou Pierre, com um sorriso compreensivo.

- Eu sou mãe, querido. Irei fazer tudo que está ao meu alcance e não pedirei desculpas por isso.

- Não queria que pedisse. Admiro você por isso. - O rapaz respondeu sinceramente. - E gostaria de poder ajudar voc... Bem, você pode não conseguir fazer as poções... Mas nada impede que você saiba para o que cada uma serve. - O rapaz começou a folhear as páginas. - Bezoar, por exemplo, é excelente para quase todos os tipos de veneno.

- V-você ainda vai me ensinar?!

- Desde que você continue trazendo mais disso aqui. - Respondeu Pierre, apontando com a cabeça as sobras de cupcakes.

- Espera até ver meu bolo mousse de chocolate... Tem caneta e papel? - Os dois trocaram um sorriso e ali se iniciou a primeira das várias aulas que viriam a ter.

A amizade de Margot e Pierre surgiu e se demonstrou extremamente verdadeira para ambas as partes, deixando rapidamente de ser uma aula particular regada a guloseimas. Apesar da diferença de idade, ambos se viam como iguais.

Maggie foi a primeira amiga de Pierre completamente diferente de seu ciclo. E, infelizmente, a primeira amiga que o francês se despediu, quando o abraço da morte a levou.

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De Lumus Hogwarts: Oi gente, tudo bem com vocês? Esperamos que sim!

Antes de mais nada, sabemos que sumimos por um bom tempo. Porém, a vida fora dos livros tem sido bem difícil do lado daqui. Prometemos nos esforçar para continuarmos com nossa história.

A seguir, trazemos a atriz que escolhemos para fazer Lisbet (irmã de Johnny):  Emma Mackey.

A seguir, trazemos a atriz que escolhemos para fazer Lisbet (irmã de Johnny):  Emma Mackey

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Lumus Hogwarts - Vol.3 Onde histórias criam vida. Descubra agora