Capítulo 07: Law and order - Parte 02

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Casa dos Armstrong-Wallace. Dia do julgamento.

Sophie penteava os longos e sedosos cabelos ruivos, ajeitando-os numa elaborada trança. Apesar de tentar manter a naturalidade, Soph tremia levemente. Afinal, era deveras estranho sentir o toque de seu cabelo daquela maneira, já que ela não estava fazendo o penteado em si, e sim em seu pai que já havia tomado a Poção Polissuco.

- Você não precisa fazer isso. - Disse Brian, transfigurado em Sophie.

- Sim, eu preciso. - Murmurrou a jovem, tentando ignorar o quão louco era ouvir o som de sua voz sendo proferido por outra pessoa.

- Não, não precisa. Mas me alegra você se esforçar. - Apesar das feições não serem as de seu pai, Soph podia identificar perfeitamente aquele olhar, o que a fez se sentir menos estranha.

- Ainda não apoio isso. - Ela olhava fixamente  para o reflexo de Brian/Sophie, enquanto finalizava o penteado.

- Eu sei e por isso agradeço. - Ao perceber que a filha havia terminado, o senhor tirou a varinha das vestes e colocou-a sob a penteadeira. - Precisamos trocá-las. Eles irão conferir no Ministério.

Soph juntou as mãos e enrijeceu as feições. Ela sabia que aquele era o próximo passo, mas não conseguia se mexer. Não havia como simplesmente  entregar sua varinha e rezar pelo destino do pai.

Brian observava a luta interna de sua filha, respeitando o esforço dela em silêncio. Ao perceber que ela não conseguiria, disse:

- Você continuará com os olhos fechados e me deixará tirar a varinha de seu bolso. E ficará perfeitamente parada até ouvir o som da porta se fechando. O resto você deixará comigo. - Ainda de olhos fechados, Soph balançou a cabeça em negativa.

A próxima coisa que a jovem sentiu foram lábios colando delicadamente em sua bochecha, e logo depois: um estalo. Assim que Soph identificou o som característico da aparatação, ela abriu os olhos, verificando que estava sozinha e sua varinha não estava mais em um de seus bolsos.

Londres, nos arredores do Hospital Saint Mungus.

Pierre caminhava tranquilamente pelas ruas vazias da capital inglesa, em direção ao seu local de trabalho. Apesar do semblante pacífico, ele estava se corroendo por dentro, havia chegado o dia do julgamento de Sophie e nem ao menos poderia estar lá.

A versão que precisava ser a oficial era de que a jovem havia ido para o seu julgamento sem a ajuda de alguém do mundo bruxo. Ou seja, ele e Sophie não mantinham qualquer comunicação, o que só o deixava apreensivo e ansioso.

Simplesmente, o bruxo não sabia o que aconteceria caso ela fosse condenada. E era nisso que o francês pensava, quando há poucos metros do hospital havia sido atingido pelas costas e arrastado para um beco escuro.

(...)

Quando Pierre acordou, se viu apenas com a roupa de baixo, amarrado e amordaçado em um galpão. O jovem tentou se libertar, mas sem sucesso.

- Não tente, só irá se machucar. - O francês pode ouvir a voz calma do irmão de Sophie, Ian. O loiro pegou um caixote e sentou-se. - Da última vez que conversamos, eu disse que te mataria... - O escocês foi interrompido pelos gritos estrangulados de Pierre, com isso, Ian lançou um feitiço que fez o francês ficar parado. - Continuando, eu disse que iria te matar e eu nunca descumpri uma promessa... pelo menos até hoje. Dito isso, eu irei desfazer o feitiço e você irá ficar calado e parado. Ok?! - Como Ian não poderia receber uma resposta, desfez o feitiço.

O loiro esperou por alguns segundos, vendo se teria de lançar outro encantamento no rapaz, como Pierre permaneceu parado, ele voltou a falar:

- Eu sei que tudo isso é  estranho e assustador, mas me escute com atenção. Sophie não está no julgamento, meu pai assumiu o seu lugar e esperamos que isso dê certo. Porém, todos nós sabemos que é um plano que provavelmente dará errado, não importa o quão insistentemente falemos o contrario para Soph.

Lumus Hogwarts - Vol.3 Where stories live. Discover now