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UM MÊS ANTES

— Não é um bom dia hoje, baby.

É a primeira coisa que digo a Brett, assim que ele cruza a entrada do (Des)Encontro, o novíssimo café de mamãe. O novo empreendimento da família.

— Realmente não é um bom dia.

Termino de desvirar a última cadeira, a arrumando junto a mesa e passando a mão pela testa, retirando o suor. Mamãe tinha ido levar um lanche para David no serviço, Hayden estava no banheiro e o Corey, novo contratado, está atrás do balcão, arrumando os doces no expositor.

— Lorilee está bem? — pergunto ao perceber o olhar serio de Brett, sua irmã tinha acabado de entrar na faculdade, primeiro ano.

— Sim, Liam. — franzo a testa, ele nunca me chama de Liam — Nós não estamos bem.

— Nós estamos bem sim.

Certo que quase não nos vimos no último mês, que sexo se tornou uma coisa completamente incomum e que mais parecemos dois amigos, do que namorados. Mas estamos bem. É normal passar por isso, ainda mais agora que estou mais focado em ajudar mamãe.

— Liam eu não posso mais namorar você.

Dou um passo para trás, reparando quando Hayden sai do banheiro, franzindo a testa ao ver Brett. Hay e eu somos amigos desde o fundamental, escolhemos BHU juntos com Mason para não precisarmos ficar longe um do outro. E somente a transferência de meu padrasto para Beacon Hills, adiantou e muito a nossa vida.

— Hay! Corey! — chamo os dois — Vocês podem dar uma olhada?

O café não tinha realmente aberto ainda, a estreia era amanhã, já que hoje é domingo e queremos conquistar nosso grande público com os universitários, não é atoa o ponto de localização ser na esquina da faculdade. Porém, vai que alguém quisesse alguma coisa? Comida e máquinas de café nós já temos presente.

— Claro. — Hayden sorri para mim — Vá namorar.

Brett solta um som parecido com deboche, pegando meu pulso e me puxando para fora. Estranho sua ação, meu namorado não é a pessoa mais delicada do mundo, mas ele nem ao menos cumprimentou os outros dois.

— O que está acontecendo, baby?

Pergunto ao ser solto, vendo Brett respirar fundo, se encostando no carro de Satomi, sua mãe, e me encarar sério.

— Eu quero terminar.

— Justifique sua resposta. — sai mais como uma brincadeira, porque realmente só pode ser uma brincadeira.

Brett pisca, como se buscasse paciência. Ele não pode chegar aqui, depois de dois dias sem me ver e simplesmente largar um "eu quero terminar" e não querer que eu deseje saber o motivo.

— Você me ama? — o encaro — Sério, Li! Você me ama? É uma pergunta simples. Você. Me. Ama?

Fala pausadamente, como se eu fosse portador de alguma doença mental e nao conseguisse raciocinar o que ele perguntou. Meu TEI não funciona para coisas racionais como controlar minhas ações, mas é quase nulo em gramática, ou seja, sou bom em interpretação.

— Eu... nós estamos juntos a um ano...

Não é exatamente um "eu te amo", todavia, Brett entende isso como um né? Eu não preciso necessário dizer as três palavrinhas, elas não são nada comparadas a atitudes, e as minhas atitudes com ele são bem claras. Além do mais, não é exatamente como se eu conseguisse falá-las, eu somente falei elas para minha mãe, padrasto, Hayden e Mason.

TORTA, CAPPUCCINO & (DES)ENCONTRO | 𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Where stories live. Discover now