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A casa está vazia e sem vida quando entro, mas por um motivo extremamente idiota, estou sorrindo ao entrar. Minha mente parece uma confusão, e o simples fato de Theo ter me tratado com tanta normalidade depois de tudo que o contei, torna tudo intencionalmente colorido.

Quer dizer, meu TEI se tornou uma coisa muito usada para afastamentos, a própria família de minha mãe se afastou de nós, depois que acabei me descontrolando para cima de meu primo. Eles agem como se fosse intencional, mas não foi. Eu apenas não sabia o que tinha antes e acabei o atacando. E não quero nem lembrar do desastre Brett. Nunca me senti tão mal, quanto meu início de namoro.

Balanço a cabeça, espantando esses pensamentos, antes de cantarolar minha música preferida e seguir para o andar de cima.

Admito me sentir um pouco tosco ao colocar meu celular a carregar e ligar minha playlist para começar a arrumar o quarto. É quase como a adolescência, quando ficava alimentando relacionamentos platônicos. Juro que só falta Hayden e Mason para voltar a "era dourada".

Pensando bem... Tento não parecer o Liam idiota da adolescência, mas tenho certeza que mesmo assim continuo sendo ao esperar de forma ansiosa para poder enviar mensagens no nosso grupo. E não parecer tão alegre ao digitar onde estava, o que fiz e como chegamos a conversa do meu T.E.I. com Theo. Todavia, se torna meio claro que estou alegre, principalmente quando Hayden é a primeira a se voluntariar para vir a minha casa para conversarmos. Claramente aceito, gerando uma briga quando Mason decide que Hayhay deve passar na sua casa e o buscar.

Tomo o banho mais rápido da minha vida, voltando correndo para o andar debaixo e tentar achar as sobras do café, abrindo a embalagem e cheirando antes para ter certeza se ainda estão ingeríveis ou se devo preparar alguma coisa para meus amigos. Não me leve a mal, normalmente sou uma pessoa muito bem organizada quanto a comida, acontece que nesse fim de semana consegui colocar tudo a perder, então o que seria uma intoxicação alimentar perto de mandar mensagem assinando como "passarinho", ir a uma festa, beber e sair acompanhado dessa mesma pessoa? Fora ter me declarado para um cara que nem meu ficante é, ter dado um beijo tosco e ainda ter sido apresentado a mãe desse cara que ainda deixou óbvio que sabe que desejo "comê-lo", palavras dela.

Arrumo a parte debaixo de meu moletom bem no momento que a campainha soa no andar debaixo, me fazendo puxar uma camiseta do armário, choramingando ao fazer as demais caírem junto, porque é óbvio que eu pegaria a bem debaixo e puxaria tudo. E a campainha continua tocando. Em momentos como esse que tenho quase certeza de que Mason ama o Sheldon Cooper de The Big Bang Theory, porque é impossível se gostar tanto de apertar a droga de uma campainha assim.

Junto as roupas caídas, jogando em cima da cama com certa raiva, antes de correr escada abaixo e receber meus melhores amigos. Mason sorri, o dedo ainda próximo demais da campainha. Hayden com uma sacola enorme do McDonald's nas mãos, espantando minha raiva com comida.

— Eu juro que se apertar mais uma vez essa campainha, irei socar sua cara.

Aviso com a respiração ainda descompassada e acelerada para o moreno, o fazendo afastar a mão com rapidez. Hayden rola os olhos, passando a frente e batendo seu ombro comigo, volto minha atenção a ela.

— Já tomou seu remédio hoje?

Questiona, ainda se movendo, indo na direção da cozinha. E então, pela primeira vez, reparo que esqueci desse detalhe importante da minha vida. A pílula de uso contínuo que me deixa com o melhor dos humores e sono.

Sinalizo para Mason entrar, abandonando todo o sentimento obscuro e pedindo um minuto para subir as escadas. Hayden entende de forma quase automática e Mason também, concordando e seguindo atrás de nossa melhor amiga.

TORTA, CAPPUCCINO & (DES)ENCONTRO | 𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz