Capítulo 19

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“Já ouvi silêncios sábios,
Já ouvi conselho vão,
Já vi beijos sem usar os lábios
E toque sem usar a mão.

E dessa observância calma,
Um verso eu deixo de lição:
"Feliz é quem toca com a alma
E enxerga com o coração".
— ???

(Amo esse poema)





Sai.
05:27 da manhã.

Tinha acordado cedo novamente. 
Como de costume, fui caminhar pela vila. Passei pelos pequenos comércios e parei em frente daquele que fiquei ligado durante muito tempo. 

Saio de meus devaneios quando ouço o sininho da porta da floricultura.
— Sai? Acordou cedo de novo?

— Oi, Ino. Bom, você me conhece. — me aproximo quando a vejo me chamando para entrar no estabelecimento. 

— Como foi a viagem? Você e a Hina foram pra sua vila natal, certo? — caminhou até detrás do balcão e fiquei perto de algumas flores na prateleira. 

— Foi boa. A gente se divertiu bastante. 

— Foram na praia? 

— Sim. Ela me convenceu. — digo tentando manter um sorriso. 

— Sai..o que aconteceu? 

— Nada.

— Sai. Eu conheço você da cabeça aos pés. Anda, me fala. O que aconteceu?

— É que..eu estou sentindo coisas que não deveria, Ino. — pego um vaso de flores o levando até Ino.

— Deixa eu adivinhar..está sentindo isso pela Hinata. 

— Sim. O que eu faço, Ino? Eu não quero estragar a nossa amizade. E se..ela não me quiser mais na casa dela?

— Calma, Sai. O que exatamente aconteceu nessa viagem? Você não estava tão preocupado assim antes de ir.

— ..a gente se divertiu muito. Passamos o feriado com o Yoshiaki, fomos na praia, passeamos pela vila, e até revi dois amigos de infância. Bom..nessa parte dos amigos é que ficou complicado.

— Era a Sayuri?

— É. 

— E o que ela fez contra a Hina? — começou a ajeitar alguns arranjos de flores. 

— Ela falou muitas coisas. Mas a questão não é nem essa.

— Então..o que houve? — para de olhar as flores e presta atenção em mim novamente.

— A Hina relembrou sobre o nosso beijo. 

— Ela fez o quê? — sua feição era de descrença, até mesmo eu fiquei assim quando ouvi.

— Ela disse que nós nos beijamos. 

— A Hinata? Ela disse isso? — afirmo. — Tem certeza? 

— Sim. Eu também não entendi direito o porquê ela disse isso. 

— Será que a Hinata não ficou com..ciúmes? — arrisca e eu logo paro para pensar, chegando em uma conclusão nada favorável.

— Não. Tenho certeza que não. Ela não teria motivos. A Hina não tem cara de quem ficaria com ciúme de um amigo.

— Mas, Sai. E se..não fosse como amigo? 

— Impossível. 

— Você a ajudou com a autoestima, e você também precisa de ajuda nisso, não acha? — põem as mãos na cintura. — Sai, presta atenção no que vou dizer. — a olho. — Você é atraente, você é legal, é inteligente, gentil, e extremamente respeitoso, tudo o que um homem precisa para ser decente. — se encosta na bancada.

Reaprendendo a Amar (SaixHinata)Where stories live. Discover now