O Vampiro Mora ao Lado

CAPÍTULO UM

As férias de verão haviam acabado para Zachary Malik, um garoto de dezessete anos, quieto e curioso com tudo o que havia em sua volta. Ele mal esperava para chegar na escola e rever seus dois melhores amigos Noah e Logan, eles não se viam desde que os dois acabaram viajando com os pais e o deixando sozinho naquela maldita cidade, Bonwina, que sempre ficava nublado a maioria do tempo.

Zach era filho único e Trycia, a sua mãe, não havia dinheiro o suficiente para gastar em viagens, ela era única que sustentava a casa toda e ele. Mesmo com o salário de uma médica nata não era o bastante para ficar gastando em passeios exagerados. Ela adorava a cidade e não pretendia ir pra outros lugares, já que dizia sempre que Bonwina era ótimo para passar as férias. Ela adorava o clima frio, ao contrário de seu filho que preferia dias quentes e ensolarados.

Zach estava mais do que preparado para voltar com as aulas, menos para ouvir os xingamentos e as brincadeiras de mal gosto do grupinho de garotos mais velho do quarto ano. Acontece que antigamente, Malik passou por uma vergonha que nunca mais esqueceria em toda sua vida.

Ele tinha vergonha de falar em público e ele teria que fazer uma apresentação para todos da escola. Quando chegou sua vez, ele não conseguiu dizer nada e começou a entrar em pânico, o que fez todos começarem a rir. Sua mãe não estava presente e isso só piorou a situação. Zach começou a chorar na frente de todos e daquilo em diante, o seu apelido era "chorão", "bebezão" ou algo que teria haver com esse episódio antigo.

Era duro de lembrar, porém, Zach esperava que esse ano pudesse ser melhor. Estava no terceiro ano e já havia se assumido que era bi, as pessoas já estavam tão acostumadas com isso que ninguém pareceu se preocupar quando a notícia de Malik bêbado beijando um garoto numa festa pareceu vir à tona. Uma festa que ele foi forçado a ir por Niall. E o que mais o surpreendeu era que uma apresentação péssima era mais doloroso que seu gosto por homens e mulheres ao mesmo tempo.

Quando o horário em seu relógio bateu as seis e quarenta, Zach sabia que teria altas chances de chegar atrasado no primeiro dia de aula.

─ Pode comer sem pressa, querido. ─ sua mãe disse ao ver o filho colocar quase o pão inteiro na boca. Ela estava arrumada com seu jaleco branco e a bolsa na mão. Zach já sabia o que viria pela frente. ─ Eu vou ter que sair agora, ocorreu uma emergência no hospital!

─ Mãe, você disse que iria me esperar, eu acabo aqui em cinco minutos! ─ reclamou Malik se levantando com pressa ao ver a mãe já na porta de entrada.

─ Desculpa filho, mas eu vou ter mesmo que sair agora, não posso esperar nem um minuto a mais. ─ ela disse abrindo a porta e em seguida saindo de casa, mal escutando as reclamações de Zach. ─ Não esqueça de dar boas-vindas ao nosso novo vizinho!

─ Novo vizinho? ─ Zach ergueu as sobrancelhas confuso.

Logo seu corpo foi movido até a janela devido à tamanha curiosidade e percebeu que o caminhão de mudança estava parado na casa azul ao lado. Não havia sinal de família nova nenhuma, nem de crianças correndo pelo quintal, então provavelmente seria mais um vizinho velho chato que reclamava de tudo vindo aí.

Zach observou os homens fortes retirarem os móveis de dentro do caminhão e levarem para dentro da casa. Aqueles móveis pareciam, a maioria feita de madeira, algo como velharia, ele pensou na mesma hora. Mas, quando veio um lustre bem bonito e dourado em seguida, o moreno levantou as sobrancelhas, surpreendido. Então o vizinho novo era rico, pelo visto.

Só quando o relógio de pulso do garoto apitou, informando que eram quase sete horas que Zach percebeu que estava olhando demais a casa do lado e então saiu correndo para terminar de se arrumar.
Ele escovou os dentes enquanto passava uma escova nos fios pretos e os colocou penteados pra cima, num pequeno topete como costumava fazer. Ele ainda tinha a pequena mecha loira na frente de quando foi inventar de colocar uma parte de Niall em si, o outro amigo pintou uma das mechas dele de preto para que os dois combinassem. Inventavam moda praticamente todos os dias.