2: FOGUEIRA DE PERTENCES DO EX-NAMORADO 🔥

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Daichi me dizia que namorar comigo lhe dava vontade pintar, um hobby que ele abandonou há anos, ele me dizia que eu o fazia pensar em arte, se sentir inspirado, como um combustível. Dizia que nosso sexo era sensacional, e que ele sentia muito além de tesão. Dizia que me amar era uma escolha dele, porque não me amar seria loucura. Era o que ele me dizia.

Ele me disse uma vez que havia algo mágico em mim, na minha forma de falar quando estávamos a sós, e deitados nos braços um do outro. Ele me disse que nesses momentos, era como se ele adentrasse a parte mais delicada de uma flor, como uma abelha que finalmente encontra o pólen mais doce do jardim. Disse que gostava da minha dualidade, porque só ele sabia dela, como se as minhas personalidades divergentes fossem um segredinho, e eu só mostrasse o melhor de mim para ele. Foi o que ele me disse.

Agora eu estou derretendo marshmallows em uma fogueira que eu fiz com todos os pertences que ele deixou no meu quarto.

Jung Hoseok me olhava, sentado na outra ponta do sofá velho, com uma cerveja na mão. — Você podia ter deixado os fones dele para mim, o meu quebrou e eu estou sem dinheiro.

Observando a cara de um Funko personalizado derreter no fogo, eu olhei para meu amigo: — Eu vou comprar um fone para você. Tenho os dados do cartão dele logados no meu celular.

— Isso é estelionato — ouvi, e vi Kim Seokjin chegar na nossa roda de dois, agora três, com uma sacola de cervejas na mão. — Tem certeza que você pode fazer fogueiras no campus da faculdade?

Eu apanhei minha garrafa de cerveja que deixei no chão e bebi o último gole, sentindo o amargo típico de cerveja no final. — Eu tenho certeza que o reitor entenderia que eu fui corno. Sabe, a mulher dele o traiu 16 vezes.

Jin se sentou em uma torre de tijolos, nos entregando a sacola de bebidas. Seu cabelo estava mais castanho do que da última vez que o vi, mas ele ficava bem com qualquer cor. — Jimin… sinceramente — ele fez uma pausa. — Pra que tudo isso?

Pra que tudo isso? Sério?

Hoseok fez uma careta que eu não soube decifrar, mas era como se ele estivesse concordando, enquanto que desajeitadamente empurrava as mechas do cabelo escuro para trás da orelha.  — Tipo… você nem gostava tanto dele.

Eu intercalei meu olhar entre os dois por um tempo. — Eu nunca fui corno.

— Que você saiba — Jin me disse, apanhando um marshmallow do pacote. — Você pode ter sido.

— Você sabe alguma coisa? — questionei, cruzando minhas pernas.

— Não — ele disse. — Ah, sei… sei que você sim já traiu muito.

Puta merda, eu devia rever minhas amizades.

— Eu não traí o Jaebom — me defendi. — Ele me pediu um tempo. Eu dei a ele todo o tempo do mundo… enquanto transava com outros caras. Aposto que ele fez o mesmo.

— Hm — Jin soltou. — E o Hong?

Eu não respondi nada por um bom tempo, deixando o fogo crepitar. — Ele nem tinha me pedido em namoro ainda. Ele transava mal. Eu precisei sair com outra pessoa, ok? Eu tive que pensar em mim por um momento. Não era justo eu fazer ele gozar igual uma mangueira enquanto eu ia dormir com a cabeça do pau seca.

— Meu Deus, que nojo, nunca mais repita isso na sua vida — Hoseok comentou. — Devia ter rompido logo com ele, então.

— Eu estava tentando ficar mais de três meses com a mesma pessoa — respondi. — Já que o senhor certinho aí, o santinho do pau oco — apontei para o próprio Jung. — Me disse que eu trocava de namorado igual trocava de cueca. Sabe, naquela época, eu nem tomava tantos banhos assim.

Volte Duas Casas {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora