14: UM PENTE É UM PENTE 🐬

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Vendo o sol raiar pela janela, eu notei que mal havia dormido. Na noite passada eu cheguei bêbado no quarto e dormi bem cedo, mas acordei várias vezes, com dor de cabeça, apertado para ir ao banheiro, e me revirei na cama por muito tempo, até que perdesse o sono de vez, mesmo que meus olhos ardessem como se alguém tivesse esfregado pimenta neles. Bom dia.

Irritado, eu me levantei, enquanto meus colegas roncavam em suas camas. Depois de um banho eu estava pronto, mas ainda era tão cedo que a praia ainda estava vazia, e eu aproveitei o momento para fotografar a visão, notando como que em um piscar de olhos o céu era capaz de mudar tanto. O sol subia, e as cores ao seu redor ganhavam outros tons, reagindo à sua presença.

Encostado à janela, eu soltei um suspiro, pensando sobre o dia anterior. Não sabia o que fazer, mesmo que pela lógica a escolha fosse óbvia. Talvez eu tivesse um espírito dentro de mim, que me impedia de fazer a coisa certa.

Talvez minha mãe estivesse certa quando tentou me levar para fazer terapia. Eu recusei porque não queria mudar nada em mim, não queria enxergar os meus problemas, ou admitir que eu tinha algum. É que assim, depois de tudo que me feriu, eu ainda tinha que ser correto? Tive sempre essa impressão de que ninguém pagava por seus erros. Todos que me machucaram estão bem e progredindo. E eu?

Veja Daichi, me traindo com sabe-se-lá quem, e depois de tudo ele ainda tem todo o direito e liberdade do mundo de ir atrás do seu grande amor. Ah, que bonito, como a vida é bela.

Sentindo o meu peito se encher de raiva, eu precisei respirar e soltar o ar com força, fechando os olhos por um tempo.

Pensar sobre tudo isso estava me torturando de dentro pra fora.

Mais tarde, naquela manhã, eu deixei o quarto, enquanto os meninos se arrumavam, eu fui para o restaurante da pousada, avistando SeokJin, fiz um prato cheio de comida e me juntei a ele, que detonava um croissant enquanto lia uma apostila. — Não se forme, não trabalhe, Jimin. Estou em Jeju, de frente para o mar, preparando um plano de aulas urgentes para um grupinho em recuperação no outro lado do país.

— Pelo menos você está se estressando em Jeju, de frente para o mar — lhe disse. — Você podia estar se estressando em alguma sala abafada e barulhenta no meio de Seul.

Ele suspirou, passando a mão pelo rosto e encarou meu prato de comida. — Isso é só pra você ou vai distribuir no exército também?

— Isso é bullying — respondi, tomando um gole do chá com leite que peguei. — Você está me pressionando esteticamente, impondo seu padrão patriarcal sobre mim.

— Eu só não sei como você vai cagar tanta coisa.

Enojado, eu lhe dei uma careta, antes de atacar meu café da manhã, enquanto o buffet começava a encher. Jin voltou a rabiscar a apostila por um tempo, xingando baixinho, ele só parou para me dar uma cotovelada, dizendo: — Olha quem o Hoseok tá trazendo…

Eu levantei a cabeça com uma salsicha na boca, vendo Hoseok caminhar em nossa direção com Jeon Jungkook ao seu lado. Engasgando, eu larguei a comida no prato, batendo em meu peito, tossindo. SeokJin bateu em minhas costas para me desafogar, mas eu tenho certeza que aquilo não me ajudou, apenas me causou uma lesão.

— Tá tudo certo? — Hoseok perguntou quando eles chegaram à mesa.

Recuperando-me, ainda com os olhos lacrimejados, eu mirei Jungkook de soslaio, notando seu cabelo úmido e sua feição séria, antes dele sorrir e nos cumprimentar. O que é isso?

Jin coçou a nuca, cruzando as mãos sobre o livro. — Bom dia… Hm, o que estavam fazendo juntos? O Jungkook está no hotel do lado, não é?

Interpretando um desinteresse, continuei a comer, tentando não me manifestar. Meus últimos encontros com Jeon foram um pouco intensos, não esperava ter que tomar café na mesma mesa que ele assim tão cedo.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 11, 2023 ⏰

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