Capitulo 2

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●Plano●

Cassian on:

Há alguns dias atrás nós tivemos a brilhante ideia de invadir Hybern e usar o livro dos sopros para adormecer o caldeirão, fazendo assim com que o rei perdesse seu elemento surpresa na guerra.
E realmente teria sido um plano brilhante se não tivéssemos sido traidos.
As rainhas mortais e Tamlin.
As rainhas após darem a entender que iriam nos entregar a outra metade do livro dos sopros, ao qual pertencia a elas, e de fato uma das rainhas entregou, a única que acreditava em um mundo melhor, e ela foi entregue ao Attor para ser torturada e ter seu corpo atravessado por uma torre de ferro, no ataque a velaris, ao qual as rainhas após saberem da existência vendeu a informação à Hybern, em troca de se tornarem feéricas.

Tamlin, Grão-senhor da corte primaveril e ex-noivo de Feyre, barganhou com Hybern, o rei teria total acesso à suas terras, que fazia fronteira com as terras mortais, sendo separados apenas pela muralha, e em troca o rei daria Feyre de volta para Tamlin, contra a vontade dela, claro.
Mas assim como Tamlin nos traiu, ele também foi traído.
Ianthe, uma sacerdotisa que passou a morar na corte primaveril, para o casamento de Tamlin com Feyre, ao qual Rhys a salvou após ela implorar mentalmente, passou a informação a Hybern de que Feyre tinha duas irmãs mortais, o rei as sequestrou e as jogou no caldeirão as transformando em feérica contra sua vontade.
Ele também quebrou o acordo que Rhys e Feyre haviam feito, achando que estava quebrando o laço de parceria de ambos, a pedido de Feyre que para salvar a todos fingiu que Rhys a havia enganado e a tinha obrigado a fingir que o amava, no fim de tudo Azriel tinha um buraco no peito, um veneno que se espalhava conforme a vontade do rei e que mataria meu irmão se alcançasse seu coração.
E eu tive minhas asas estraçalhadas, me fazendo sentir a pior dor de todos os meus 500 anos de vida.
E o rei também trouxe Jurian a vida, humano que matou a irmã de Amarantha, a ex grã-rainha de Prynthian.
No fim de tudo Feyre foi para a corte primaveril, para por em prática seu plano de destruir ela de dentro pra fora, por Tamlin ousar sequer mexer com sua familia, e nós voltamos para a Noturna, para pensar em uma forma de ganhar a guerra, algo que parecia impossivel, até amren ter uma ideia.

[...]

Minhas asas estavam totalmente curadas, após madja remendar ela quase que inteiramente.
E após eu fazer os exercícios diários para que voltasse a voar sem machucar as asas, ao qual eram extremamentes sensíveis.
Eu nunca me senti tão inútil quanto no dia que formos a Hybern.
Não poder salvar Azriel, não poder ajudar minha grã-senhora e não poder ajudar suas irmãs, que foram transformadas contra sua vontade em feéricas.
Elas que tanto odiavam nossa espécie.
As irmãs de Feyre eram um tanto complicadas, ou pelo menos uma delas eram.
Elain era calma, doce e inocente, apesar de nos temer ela nunca nos tratou de forma grossa, não como Nestha, sua outra irmã.
Nestha odiava feéricos, e ela me odiava ainda mais, eu não nutria um sentimento muito diferente.
Eu não gostava da Archeron mais velha, tanto por sua negligência em relação a Feyre, tanto pela forma que a via tratando minha senhora por algo que ela não escolheu nem tinha culpa.
Mas o tempo passou e eu percebi que Nestha apenas usava uma máscara, para impedir que seus demônios a dominassem.
Ela feria para não ser ferida.
Matava para não morrer, era como uma armadura, que ela vestiu ao longo dos anos, para se proteger.
E com o tempo após ela ser transformada nós criamos uma amizade, algo do tipo, apenas nos falavamos normalmente, já que antes não aguentavamos o som da voz do outro.
E ela me pediu para que eu a treinasse, e eu o fiz, Gwyn e Emerie também começaram a treinar, e as três formaram uma amizade, e decidiram fazer o treinamento para se tornar valquírias, guerreiras altamente treinadas para matar e proteger.
E apesar de tudo, elas vêm se saindo bem nos treinos.

[...]

Após tomar banho e me vestir eu me vejo descendo as escadas da casa do vento, onde moro, para encontrar o resto do círculo íntimo na sala de estar da casa.
Amren nos convocou alegando ter um plano para nos ajudar, um plano perigoso, que precisaria da confirmação de todos os Grão-senhores.

Na sala de estar encontro Rhys sentado em uma poltrona disposta no meio da sala, Mor e Elain sentadas lado a lado em um sofá de dois lugares e Nestha, Gwyn e Emerie estão posicionadas em um canto da sala, perto da porta de entrada, Azriel está em um canto, no canto da sala, escondido por suas sombras.
Amren estava disposta em pé de frente para todos, me posiciono em pé no sofá ao lado de Mor.
Todos têm expressoes abaladas, parecem cansados, eu não estou muito diferente, os exercícios para minhas asas não atrofiaram tomam toda minha energia.
Meu corpo está dolorido, implorando para descansar por dias.
Rhys marcou uma reunião com os grão-senhores que acontecerá em alguns dias na corte crepuscular.
- Estamos todos aqui - Fala Mor impaciente com uma taça de vinho na mão, ela têm bolsas ao redor dos olhos e parece cansada, assim como todos - Qual o seu plano para nos ajudar na guerra?
- Paciência menina - Amren bufa.
- Estamos desesperados Amren, paciência é algo que já se esgotou há tempos, se tiver apenas uma chance de vencermos essa guerra eu preciso que nos diga - Fala Rhys.
- Precisamos marcar uma reunião com os grão senhores, na corte dos pesadelos, uma antes da verdadeira reunião e apenas com os grão-senhores e um ou dois acompanhantes - Fala bebendo um liquido de uma taça, que com certeza não é vinho, ela têm um V entre as sobrancelhas o que indica que está estressada diante da situação.
- Por quê? - Pergunta Azriel saindo um pouco das sombras, seu olhar imediatamente se encontra com o de Gwyn que desvia após alguns segundos com o rosto avermelhado, um meio sorriso se abre em minha boca e Azriel revira os olhos quando abano as sobrancelhas para ele.
- Por quê o que vou propor vai precisar da aprovação de todos os Grão-senhores - Fala e seu rosto indica que ela só falará na reunião.
- Vou mandar as cartas para todas as cortes, exceto primaveril claro, e marcar uma reunião na cidade escavada em dois dias, até lá descansem, não há nada que possamos fazer - Fala Rhys quando todos começamos a nos retirar, sobrando apenas Amren, Rhys, Eu e Mor na sala - E Amren.
A feérica de cabelos curtos que estava prestes a atravessr a porta se vira para Rhys arqueando as sobrancelhas - Espero que o seu plano possa nos dar esperança.
O tom de Rhys é aflito, ele não esconde seu desespero, nenhum de nós escondemos.
- Se todos aceitarem menino, o meu plano salvará Prynthian inteira, e nem precisaremos lutar para isso - Rhys arregala os olhos diante da informação e Amren atravessa a porta com Mor, ambas atravessando ao chegar no limite da casa.
- Acha que podemos ter chance? - Pergunta Rhys baixinho.
- Não sei, o exército de Hybern é colossal, não teremos chances, o que nos resta é saber o plano de Amren e torcer para que os grão-senhores sejam de acordo - Falo pela primeira vez desde que cheguei.
- Espero que sim, irmão - Fala passando por mim e pondo a mão no meu ombro em um gesto de irmandade.
- Tenha fé Rhys - falo e ele assente contraindo os lábios, os olhos violetas estão apagados, opacos, ele têm bolsas ao redos dos olhos e sua postura é um pouco cansada - Como ela está?
Pergunto por quê sei o motivo dele estão tão abatido.
Apesar de nunca ter conhecido minha parceira eu vejo o sofrimento de Rhys em ter a sua longe por apenas algumas semanas.
- Bem, falamos pouco, Tamlin não pode seques pensar que o laço de parceria não foi quebrado e nós tentamos resumir tudo que acontece o mais rápido possível.
O plano dela está indo bem, os guardas e empregados de Tamlin ja estão começando a se rebelar.

Solto um suspiro.
- Ela logo estará aqui, irmão, ela vai conseguir - Falo tentando acalmar ela, Feyre têm garra, ela consegue lidar com um Grão-senhor tolo.
- Eu sei que sim, ela derrotou o verme de Mindegard, Amarantha e enfrentou a deusa da morte para pegar o seu anel de casamento, ela pode lidar com qualquer um - Fala orgulhoso e um sorriso se abre em meu rosto quando vejo seus olhos brilharem ao falar de sua parceira.
E no fundo, não posso me impedir de sentir uma pontada de inveja deles, por serem felizes, enquanto eu não, é o que a parte egoísta que foi enterrada no fundo da minha alma diz.
E eu me vejo imaginando como seria ter uma parceira e ser feliz.





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