Capitulo 11

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Selene on:

Acordo sentindo os efeitos sa bebedeira da noite passada, mesmo que eu jamais admita eu gostei de conversar com Cassian e descobrir que ele não era o que eu imaginava.
Acho que eu tinha uma ideia muito equivocada do que realmente eram os feéricos.
Não que fossem bons, nem todos são e ela têm consciência disso.
Mas passar milênios sendo ensinada a odia-los sem sequer ter chance de escolher, não é algo que se esquece da noite para o dia.
Sua mente trava em um momento que Thybaut a castigou.
  
  Lembrança on:

"Acordo em uma sala escura e fria, sem janelas, vazia, minha visão ainda está turva e meu corpo dói.
- Até que enfim acordou - fala jogando um balde de água gelada em cima de mim, eu sei por quê estava aqui.
Ele novamente passou a manhã me ensinando, depois de horas falando que os feéricos eram ruins e podres eu o desafiei, dizendo que nem todos poderiam ser ruins e que ele estava errado, como sempre ele não gostou mas agora ele deve ter ficado com raiva, ou ódio, por que ele a pôs para dormir e a levou para aquela sala.
Ela tenta enxugar o rosto mas suas mãos estão presas a correntes.
Ela está seminua, vestindo apenas a parte intima de baixo e nada mais.
Ela se remexe e geme de dor quando sente vidros perfurando suas pernas, eles estão em pé, os cacos, provavelmente a magia de Thybaut os segura.
Os cacos afundam em sua carne e ela geme de dor novamente.
- Agora você vai aprender a não me desafiar novamente - ela escuta ferro sendo arrastado e olha para trás alarmada.
Ele têm na mão um chicote de couro com uma ponta afiada de ferro.
Seu coração acelera e ela engole em seco, ele já a castigou de muitas formas, mas não dessa.
Não como essa.
A ponta afiada vai rasgar cada pedaço de pele que passar. Vai destroçar cada pedaço de pele que tocar. Suas costas ficarão destruídas.
Suas costas...
- Não importa o quanto você chore ou implore, eu vou machucar você. Serão 30 - se posiciona e as lágrimas descem com tudo pelo rosto de Selene, sua respiração descompassada.
Não,não,não,não...
- E você vai contar - A primeira chicotada rasga uma linha de pele e sangue começa a descer, ela grita - Conte - ele ordena e ela tenta mas a dor rasga suas costas, ela não têm ideia de como dói, não achou que fosse tanto - CONTE SELENE!
Seu grito a desperta e ela se força a contar.
- 1 - outra chicotada e ela grita - 2 - outra e ela grita - 3...4...5...6...7...8.
A cada chicotada a dor aumenta até ficar insuportável e ela grita de dor, até que suas pernas ficam dormentes por causa do vidro cravado em seus joelhos, sua visão escurece e ela cai pra frente, sendo segurada pelas correntes.
Mas ela conta, cada chicotada até o fim.
Suas costas doem como o inferno e ela não têm forças para levantar quando ele a solta das correntes, seu corpo caindo no chão e o vidro se cravando em suas coxas.
Uma poça de sangue está formada no chão e suas costas estão cobertas de cortes, a pele rasgada pelo chicote, ela não consegue se levantar, a dor é demais.
- Se eu souber que usou seus poderes seu irmão sofrerá - Ele pega um balde com algo dentro e se aproxima.
Ela sente um cheiro de álcool e tenta se levantar.
Mas ele joga o líquido em suas costas e ela grita como nunca.
Grita com todas as forças quando sente cada centímetro de pele de seu corpo arder como se tivesse sido queimada.
E então a ultima coisa que ela ouve antes de apagar é ele sussurrando.
- Isso é culpa sua.
 
Lembrança off*

Com um peso no coração ela decide se levantar e tomar banho, fazendo suas higienes ela veste uma calça cinza e uma blusa branca.
Ao descer ela encontra a mesa com o café, e um bilhete.

"Precisei voltar, assuntos no acampamento, volto ao anoitecer.
                             Cassian :) "
Tomo o chá para dor de cabeça sentindo instantaneamente a minha ir diminuindo.
Como o suficiente para me saciar e decido ler, já que não tenho muito o que fazer e eu não sei desenhar para usar as tintas daqui.
O tempo passa e quando me dou conta já é tarde, provavelmente já passou da hora do almoço.
Então decido treinar meus poderes.
Usando um peso de pepel eu o faço levitar por mais de um metro e logo após altero a gravidade o fazendo ser esmagado.
Apesar de ser anormal, meu poder de gravidade se manifesta em um tipo de magia azul, um azul claro, a magia rodeia minhas mãos, o que faz muitos pensarem que eu uso elas mas meus poderes são movidos pela força da minha mente.
Escuto uma batida na porta e uso o poder para abri-la.
Ruhn entra sorridente, e eu me levanto apressada o abraçando.
- Senti saudades - fala e eu rio me afastando e arqueando uma sobrancelha.
- Só foram um dia - digo me sentando e ele dá de ombros sentando em minha frente.
- Ainda sim, como você tá? - Pergunta e eu dou de ombros.
- Bem, não me sinto culpada nem nada - falo normalmente e ele assente.
Noto um cheiro diferente no ar, cheiro de alguém, eu conheço...
- Que cheiro é esse em você? - ele fica tenso e coça a nuca.
- Não é nada - fala desviando o olhar e eu ergo as sobrancelhas o desafiando.
Nunca escondemos nada um do outro e não vai ser agora que iremos fazer.
- É da Nestha - fala bufando e eu franzo o cenho.
- A irmã da grã-senhora? - ele assente.
- Eu vou querer saber por quê você tá com o cheiro dela impregnado em você mesmo que só tenhamos chegado há um dia?
- Nos beijamos - fala rapido e eu engasgo.
- Que!? - minha confusão é nítida.
- Quer dizer...eu a beijei, isso não é importante ok? - tenta mudar o assunto e eu semicerro os olhos.
- Ruhn? Você gosta dela? - pergunto e ele engole em seco negando.
- Não, eu tenho milênios Selele, não vou gostar de alguém da noite para o dia - fala e eu dou de ombros não acreditando.
- Se você diz - ele revira os olhos.
- E você e o general? Ein? - Pergunta sugestivo e é minha vez de revirar os olhos.
- Não temos nada.
- Se você diz.
- Pare de usar minhas frases contra mim! - falo indignada com seu deboche e ele gargalha.
- Certo certo, só cuidado para não se apaixonar - exibe um sorriso e eu rio desacreditada.
- Pela mãe eu tenho milênios de existência, não é por que eu aceitei ajuda-los que eu vou me apaixonar por um feérico - falo fazendo uma careta, apesar de não sentir mais o que eu sentia antes pelos feéricos, não por Cassian.
- Illyriano - corrige e eu dou de ombros pelo meu erro proposital.
- Tanto faz - ele bufa se encostando na poltrona.
- Então me conte as novidades, exatamente tudo - falo e ele assente.
Começando a contar tudo o que aconteceu desde que estive fora.

Corte de Guerras e AmoresWhere stories live. Discover now