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A prova já estava rolando fazia um tempo, meus braços já estavam extremamente doloridos, mas seguia forte.

-Amor, como está? -Pedro me perguntou quando voltamos a posição vertical.

-Estou bem e tu? -O encarei sorrindo.

-Estou ótimo!

-Estou vendo, está falando pra cacete!

-Óbvio, eu já falo pouco, imagina em uma prova de resistência. -Ele ironizou.

-Foca ai, Pedro. -Gustavo chamou sua atenção. -Imagina que esse batom é a Mari.

-Ai vou começar a beijar esse batom aqui agora! -Pedro riu. -O batom é maior que ela.

-Pros dois ficarem até o final, a Mari precisa imaginar o Scooby e o Scooby imaginar que é a Mari. -P.A disse rindo.

-Então já posso soltar, né? -Brinquei me jogando pras trás levemente.

-Caraca, a Mari só me humilha. -Pedro negou com a cabeça. -Eu aqui falando que ia beijar o batom pensando que era ela e a gata fala que ia soltar. É muita humilhação.

-Amor, você mora no meu coração. -Mandei um beijo pra ele.

-Estou pensando se tu ainda mora no meu. -Rebateu fingindo indiferença.

-Deixa eu sair daqui e dar um beijo nessa tua boca pra ver se não moro.

O pessoal fez um barulho malicioso e Pedro sorriu.

Eu também sei brincar, senhor Henrique.

-Olha, não atiça que sai os dois dessa prova...

-Credo... -Falei o encarando.

-Credo, que delícia, né? -P.A rebateu. Sim, Paulo André. Mas deixa baixo.

-Você é terrível, Paulo André! -Estirei a língua pra ele. -Calem a boca e foquem nesse bagulho!

Os meninos ficaram brincando entre eles e nos esqueceram um pouco.

Isso durou por horas.

Só sei que meu braço já estava roxo de tanto segurar aquele batom.

-Amor, fala comigo! -Ouvi a voz de Pedro. Com todo cuidado do mundo, me virei pra ele.

-Fala, gato.

-Como está?

-Sobrevivendo. -Sorri cansada. -E você?

-Estou incrivelmente bem. -Ele respondeu. -Só não estou melhor porquê estou longe de você.

-Mano, qualquer oportunidade do cara se declarar, ele se declara. -Gustavo balançou a cabeça enquanto ria.

-O público deve achar a gente bem brega. -Comentei repetindo o que havia falado pro Pedro.

-Quem acha vocês bregas, é mal amado. -P.A concluiu.

-Também acho. -Pedro concordou com o amigo.

Fiquei em silêncio por mais um tempo, acho que haviam se passado umas 10 horas quando o povo começou a sair.

Primeiro foi o Gustavo, seguido de Arthur, Eli, Jessi, Nat, Eslô e Lucas.

Só havia ficado eu, DG, Linna, Pedro e P.A.

Ali sabia que precisava me animar, pelo menos tirar o foco do sono e da dor.

-Você viu que eu me sairia bem, acreditou em mim, disse, vá além... -Comecei a cantar Vício de Amor do Delacruz. - Eu quero mais uma vez, poder descobrir mais de você...

O Improvável  I Pedro ScoobyOnde histórias criam vida. Descubra agora