𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 2

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Helena

Suspiro, encarando o horizonte através da janela, e encarando a fila de homens que vieram me cortejar.

A qual dispensei todos.

O que posso fazer se meus padrões são autos? Eles tem que chegar próximos dos personagens galantes de livros.

É o mínimo que eu exijo.

Ouço um guinchar, encaro piscando um vulto pequeno adentrar o quarto de rompante pela janela.

Eu pisquei.

O morcego sacudiu a cabeça, me encarando.

— Você de novo? -eu pisco.

Ele me encara, então, encara a sua perna.

Eu pisquei, encarando a mesma, uma carta presa ali, mas, não é a minha carta.

A fita que estava nela era vermelha e não violeta.

Eu puxo a fita, tirando a carta, libertando o pobre animal.

O mesmo se espreguiçou, decretando moradia em minha mesinha de escrita.

Eu encaro a mesma, o selo de um roxo muito escuro que fecha a carta, o símbolo diferente de tudo que já vi, uma montanha e três estrelas.

— A que tipo de família pertence esse celo? -questiono baixo.

Não me recordo de nenhuma, na verdade, acho que não há.

Eu acabo com minha curiosidade, rompendo o celo e abrindo a carta.

Eu puxo o pequeno papel de pergaminho que há na mesma, o abrindo e vendo ali uma bela e majestosa caligrafia.

Eu pisco algumas vezes, é... A resposta da minha carta?

— Então você entregou minha carta a alguém? -encaro o morcego.

O pequeno animal bocejou.

Eu encaro a carta.

Brilhante Srta Helena Vincent, creio que sim, esteja um belo clima, tal como o dia quanto a noite, receio que através da muralha não tenha tanto entretenimento como nas terras humanas, e suponho, não haja companhia de alguém tão inteligente como a senhorita. Respondendo suas perguntas da carta, sim, aprecio a leitura, sim, eu amo as estrelas e sei quase todas as constelações, não tanto quanto a senhorita deva saber, aprecio a música e climas frios, e a noite é praticamente a minha casa.
Creio que de fato a companhia de uma jovem espirituosa seja o que falta para alguém que gosta de aventuras como eu, mas no fundo, sou apenas algo sozinho em busca de uma companhia para dividir a vida e boas risadas, e também, amor.
Agora, lhe faço uma pergunta, está pronta?

~Lorde Rhysand

Eu termino a leitura, boquiaberta.

A carta veio do outro lado da muralha, então significa...

— Um feérico respondeu isso?? -encaro o morcego abismada.

Ele abre um olho, então, assente, o fechando de volta.

Meu coração bate fortemente, um feérico escreveu para mim, um imortal.

— Santos deuses, eu não deveria. -me afasto.

Então, volto correndo para a mesinha.

— Mas eu sou louca. -digo, pegando a caneta do tinteiro.

A ponta não toca o papel quando eu encaro o nada.

— Como eu o respondo? -questiono.

Senhor R.

Não.

Senhor Rhys...

Eu bufo, então, um raio passa por minha mente, e sem eu perceber, a caneta já traça as seguintes palavras.

Para Lorde Rhysand com amor...

Isso. -mordo o lábio.

Apenas uma jovem em busca de mais do que um homem que queira uma esposa apenas para procriar e fazer as tarefas do lar, e o satisfazer em um relação conjugal... Busco aquilo que os românticos chamam de amor. Respondendo sua pergunta da carta, sim, eu estou pronta.

~Helena Vincent

Eu espero a tinta secar, soltando um suspiro, o coração em disparada.

Eu dobro a carta e a ponho no envelope do tal lorde.

Eu a fecho com o meu celo, mas antes que eu possa amarrar a fita... A carta sumiu.

Eu dei um pequeno sobressalto, magia??

— A carta sumiu! -exclamo abismada.

Eu encaro o morcego eufórica, já o mesmo dorme serenamente na mesa.

Minutos se passam, enquanto conto a minha respiração.

— Eu respondi um feérico. -ofego.

Feéricos são seres do mal, é a única história a qual as crianças nasceram ouvindo e cresceram com isso, a única que sabemos e devemos saber, eles nunca fazem o bem.

Mas, sinceramente a minha curiosidade fora atiçada demais para eu ter medo de morrer nas mãos de um.

Um som de folha, encaro uma carta que surgiu em cima da mesinha.

Eu a abro às pressas.

Brilhante Srta Helena Vincent, aprecio os padrões de uma dama, mas aprecio mais ainda uma dama que quebra estes padrões, está me deixando cada vez mais curioso em conhecê-la, talvez, este encontro venha a acontecer, se permitir.

~Lorde Rhysand.

Eu inspiro fundo.

Para Lorde Rhysand com amor..
Odeio os padrões que querem nos obrigar a estarmos presas em correntes que eles mesmos criam, e, sobre o encontro, ao todo de minha curiosidade atiçada como o fogo contra a lenha, creio que o encontro possa acontecer em breve.

~Helena Vincent.

A carta sumiu e eu solto um pequeno gritinho.

— Eu não acredito no que eu fiz! Eu não acredito no que eu fiz!

Eu peguei o pequeno morcego, girando no quarto com ele.

Eu soltei um gritinho animada.

Eu levo a mão a boca.

— Nana vai ficar furiosa. -murmuro.

O morcego me encara tonto.

— Mas o que os olhos não vêm, o coração não sente, né? -questiono.

Ele dá de ombros.

— No que estou pensando? Ela vai sentir sim. -falo, o pondo no travesseiro.

Ele me encara pular na cama.

— Isso é tão legal!!

Eu paro.

— Eu sou uma péssima dama, eu vou contar. -caminho até a porta.

Eu do meia volta saio correndo pelo quarto, atirando os laços e fitas para o alto.

— Eu não vou contar jamais!!

Eu caio na cama.

— Eu sou um ser humano horrível. -choramingo, encarando o morcego.

Eu encaro uma carta surgir na mesinha e ergo a cabeça.

— O melhor.dia.da minha vida! -comemoro, correndo com a carta pelo quarto.

Eu encaro a mesma.

— Você, lorde Rhysand do outro lado, acaba de me deixar curiosa.

*Até o próximo capítulo ☄️ deixem seu comentário e seu voto pfvr ☄️*.

Corte De Para Lorde Rhysand Com Amor Where stories live. Discover now