Sob ataque

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— Quem, diabos, são vocês? O que querem? — perguntou o capitão Wang.

Se estava com medo, e tinha todos os motivos para isso, disfarçava muito bem. Mas Jimin achou que o capitão havia encarado a morte muitas vezes antes.

Os dois mascarados não disseram nada, mas chegaram mais perto, espreitando o capitão e Jimin como grandes moscas.
Então, o que segurava a adaga virou-se para o companheiro. O do alfanje assentiu e moveu os pés ligeiramente. Agora estava com Jimin e o capitão Wang ao alcance de sua espada.

O coração de Jimin martelou forte. Se sua luta de esfregões com kai fora a primeira aula de combate, ali estava a segunda. E agora havia uma possibilidade muito real de não viver para a terceira.

O cúmplice se aproximou de Jimin, passando rapidamente a parte plana da adaga nos dois lados dos quadris do garoto. Procurava uma arma escondida.

Não encontrando, foi até o capitão. Era impossível não ver as duas bainhas de prata do capitão Wang. O capitão estava com a mão numa delas, pronto para sacar, mas foi lento demais.

Num movimento preciso e maligno, o homem da adaga cortou as bainhas do cinto do capitão. Elas caíram no chão com ruído, quase atingindo Scrimshaw, que se enfiou embaixo da mesa.

Em seguida o homem da adaga desenrolou da cintura uma faixa de pano preto. Jogou o pano para Jimin e balançou a cabeça na direção do capitão. Estava claro que queria que Jimin amarrasse o capitão Wang.

Jimin olhou para o capitão, pensando que ele saberia o que fazer. Ele devia ter um plano, com toda a sua experiência. Mas o capitão Wang simplesmente disse:

— É melhor obedecer, garoto. Não vale a pena discutir contra metais, assim. — Ele levou as mãos às costas, preparado.

Será que o capitão tinha um plano? Haveria algo que Jimin pudesse fazer, como manter os nós frouxos? Porém Jackson Wang não deu nenhuma pista, e o agressor olhava para ele com muita atenção, de modo que não tinha como deixar de apertar os nós.

Triste, enrolou o pano nos pulsos do capitão. Depois de terminar a tarefa, o homem virou a ponta da adaga para ele e, obedecendo, Jimin recuou enquanto o agressor inspecionava a amarração. Pareceu satisfeito.

Virando-se, o homem passou a ponta da adaga na pilha de almofadas na frente de Jimin e do capitão. Uma névoa de penas subiu no ar enquanto a lâmina cortava a pele das almofadas.

Quando as penas subiram, Jimin espirrou e quase perdeu o equilíbrio. Firmou-se mas sentiu alguma coisa cutucando na base das costas. Era o cabo da panela que o capitão havia usado antes contra o tocador de cítara. Deixou o cabo pressionar a coluna, imaginando se conseguiria segurá-lo. O agressor pegou as armas de Jackson Wang que haviam caído no chão.

Enfiou uma em seu cinto e tirou o alfanje da outra, jogando-a para o companheiro. O cúmplice pegou-o com habilidade. Agora os ameaçava com um alfanje em cada mão.

As penas haviam caído sobre as almofadas e a mesa, e ficaram ali como flocos de neve. O homem da adaga avançou pela cabine. Jimin percebeu que cortar as almofadas poderia não ser um ato aleatório de vandalismo. O sujeito parecia procurar alguma coisa.

Mesmo não estando amarrado como o capitão Wang, Jimin não podia se mexer, com o sujeito dos alfanjes postado diante dele. Lembrou-se do conselho de Kai:
Sempre olhe os olhos do oponente. A espada pode mentir, mas os olhos, não.

Olhou da ponta das lâminas ferozes para os olhos do oponente. Notou que eram de um castanho profundo. Olhou para além da cor e viu, para sua surpresa, clarão de medo.

Tendo cuidado para não demonstrar nenhuma reação óbvia, baixou o olhar. Será que o agressor, mesmo tendo não apenas uma, mas duas armas mortais, estaria com medo? Será que estava com medo do que poderia acontecer? Com medo demais para usá-las?

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