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Era sábado, e eu olhava o relógio impaciente. Era 20:37.
Nós tínhamos chegado na quinta-feira e Ana ainda não havia dado muitos sinais, a não ser por ontem, a mesma estava gemendo de dor mas também não tinha aberto os olhos e nem se mexeu muito ao ponto de despertar.

Eu andava de um lado para o outro de sua cama, estava me sentindo muito enjoado, pois o médico me fazia comer tudo o que ele oferecia. Mas eu tinha que ficar forte por Ana e não ia poder fazer isso todo debilitado.

- Aqui novamente? Devia estar deitado, Adam. - Reviro os olhos ao ver o Médico parando ao meu lado e conferindo Ana.

Ele estava sendo pior que minha mãe mas eu sabia que era necessário e por isso ainda não havia explodido com ele. E sua idade também me impedia de gritar com ele. O mesmo tinha idade para ser meu avô.

Adam - Não sei porque a surpresa. Me diga, isso é normal mesmo? Ela já devia ter...

O médico solta um riso fraco e ajeita os óculos em seu rosto.

- Na verdade, ela está indo muito bem. Ana já pelo menos gemeu de dor, o que significa que a mesma quer acordar mas seus ferimentos e cansaço lhe impedem. Mas pela minha experiência...amanhã ou na segunda-feira ela acorda. Ana é jovem e forte por natureza.

Ele dá uns tapinha em minhas costas e suspiro cansado.
Puxo a cadeira atrás de mim e já vou me curvando para me sentar quando o médico segura meu braço e nega com a cabeça.

- Não, senhor. Está na hora da sua medicação. Vamos para seu quarto. - Ele bate o dedo indicador no seu relógio do pulso e depois faz sinal para seguí-lo.

Olho para Ana mais uma vez e saio do quarto. Andamos juntos pelo corredor e entramos no meu quarto.

- Deite-se. Hoje será na veia e talvez você dê um descanso. - Ele tira os equipamentos necessários e depois fica tirando uma medicação pela seringa.

Adam - Não quero dormir. - Fecho a cara e me sento na cama. O médico negou com a cabeça sorrindo.

- Isso não irá apagá-lo mas quanto mais repouso, mais rápido será a retirada dos pontos. Não poderá carregar Ana com todos essas feridas sendo seguradas pelos pontos. Pense nisso. Ou acho melhor eu chamar um enfermeiro músculoso e forte para carregar sua noiva no colo, quem sabe? -

Sinto tudo ficar vermelho ao redor e abaixo a cabeça respirando fundo.

Bater nele é covardia.
Bater nele é covardia.

Adam - nunca mais repita isso, se o senhor senhor quiser se machucar. - Deito-me à força oferecendo meu braço à ele.

Ele ficou pálido e aproximou- se devagar injetando a medição.
- Me perdoe. Não farei novamente. Uma vez, eu fiz o mesmo com o sr. Khabir e foi a mesma reação. Ele tinha se machucado e sua esposa tinha acabado de dar a luz, o mesmo não queria tomar medicações e .... - Ele percebeu que estava se soltando e ficou ainda mais pálido.

Adam - Você me distraiu muito bem usando a Ana. Onde está Khabir? Eu avisei que queria falar com ele. Eu dou até hoje, se não as coisas...

- Eu entendi. - Ele sentou- se na cama de frente para mim e estranhei a aproximação. - Mas não vou prometer nada pois ele é muito ocupado, e eu não tenho culpa da nada. Sou só um médico e apesar de trabalhar para ele, eu não sei de nada. Não tenho medo de você mas quero pedir para não tocar em mim. Eu tenho esposa, filhos e até netos, não posso chegar em casa...

No mesmo momento, me senti um idiota. Eu estava tão estressado, cansado, queria estar no meu território...

Adam - Me desculpe. Isso não irá acontecer novamente. - Sinto meu olhos começarem a pesar e firmo o olhar no médico. - você vai me fazer dormir!

A CUBANA ( INICIADA EM 2020) Where stories live. Discover now