Capítulo 12 - Silhueta no corredor

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#ClubeJeongchaeng 🎭

A festa na casa era uma cacofonia de jovens berrando letra de música pop, misturada a saudações e conversas paralelas. Alguns moleques bêbados se atiravam para as garotas, a fim de um beijo ou algo mais a noite.

Jeongyeon observava de longe o cenário caótico. Seu copo estava vazio e precisou buscar na cozinha mais da bebida - talvez alcoólica, talvez não - para voltar a dançar com outras garotas. Park Jimin a acompanhava, como bom amigo, ele tinha mais medo dos tarados do último ano do que a própria Jeongyeon.

Os dois avançaram até a porta da cozinha e o barulho abafou.

Jimin encostou na pia ao lado de Jeongyeon. Ambos estavam cansados de toda a energia animada, por mais bom que fosse, precisavam de um tempo para respirar.

"O que 'tá achando?" Jimin focava na porta entreaberta da cozinha.

Jeongyeon sorriu anestesiada e bebeu o resto do líquido no copo.

"'Tá bem legal, faz tempo que não saio assim." Jeongyeon declarou. "E você? Pra quem 'tá no habitat natural, não parece tão relaxado assim."

A única iluminação vinha da janela logo atrás, o laranja dos postes da rua pintavam o rosto de Jimin. O menino sorriu e bebericou do copo em mãos.

"Como não te conheci antes, hein?" O questionamento jogado em cima do outro era por ele não estar fim de estender o assunto sobre si mesmo.

Era final de mais um ano, férias e tudo o que tanto esperavam. Jeongyeon se envolveu com pessoas legais naquele ano e a amizade com Park Jimin nasceu. O extrovertido garoto a adotou depois que a viu dominar a bola de futebol em uma brincadeira qualquer no intervalo.

Por mais que Park Jimin continuasse sociável e fosse conhecido como bom festeiro, naquela noite, o amigo não se desprendeu fácil. Já era o quarto copo da noite.

"Vamos lá, Ji, se 'cê espera que essa bebida batizada vai trazer o festeiro de volta, pode esquecer." Jeongyeon fingiu não notar a revirada de olhos do garoto. "No máximo vai te fazer vomitar e dar um baita dor de cabeça amanhã." O seu jeito de animar com a realidade não era nada animador. "Tente respirar fundo, cara. Eu sei que o time era importante para você, mas merdas acontecem o tempo todo."

O amigo não queria palavras de apoio, ou qualquer coisa que Jeongyeon achava estar fazendo bem. Na hora, foi difícil de Jeongyeon perceber, então tomou a mão do mesmo tamanho da sua e afagou. Foi só com a atenção toda voltada a si, a expressão tensa e longe do que conhecia, que congelou.

Jimin encurralou Jeongyeon. Ele nem pareceu se importar em ser semelhante aos outros garotos daquela festa.

🎭

A mesa que buscavam era bem no meio da muvuca de adolescentes que desafiavam a ordem mínima. Não sabia como, mas Chaeyoung encontrava buracos para passarem em segurança.

Jeongyeon tinha uma bandeja em mão igual a Chaeyoung, mas só de lembrar que teria de comer naquele lugar cheio, se arrependeu por ter posto mais que uma colher de arroz.

"Jeongyeon?" Chaeyoung diminuiu o passo para evitar um brutamonte balançando para trás. "Segura com as duas mãos." Indicou com o queixo a Jeongyeon que inclinava perigosamente a bandeja.

Como um estalo, percebeu que maltratava o tecido da saia com a outra mão. Suspirou. Quanto mais próximo, menos sentido havia o que fazia ali, estava se pondo em perigo pelo o que mesmo?

Balançou a cabeça e segurou a bandeja com as duas mãos.

Estava ali para conversar com Yoo Jimin. Uma conversa amigável para descobrir qual era a da garota e ficar menos pilhada quanto a peça de teatro tosca. Era por isso que precisava estar ali, ia fazer dar certo por conta própria.

PendenteWhere stories live. Discover now